Acima de qualquer viés financeiro, a criação animal demanda pessoas que tenham respeito e amor para com os bichinhos
Um dos principais gargalos do meio rural atormenta a vida dos empresários: a mão de obra (geralmente escassa e de baixa qualidade). Mesmo com a falta de comprometimento dos funcionários, algo que infelizmente ocorre na atualidade (salvo raras exceções), os agropecuaristas não devem desistir da rigorosa seleção da equipe.
Seleção de mão de obra
Antes de pensar nos profissionais que integrarão o time da sua propriedade rural faz-se necessário estabelecer algumas metas: definir os cuidados para com os animais; a seleção genética; o viés do criatório; a abrangência da atividade, e o público-alvo a ser atendido. A turma do manejo, por exemplo, deve ter ampla experiência na área; já os jovens talentos precisam demonstrar boa vontade em aprender; nos cargos mais específicos, que demandam boa formação técnico-científica, a ideia é valorizar os trabalhadores que tenham aptidão para estudar, crescer e evoluir.
Além de seus currículos, devem ser observados rigorosamente aspectos éticos e morais, bem como a capacidade de trabalhar em equipe e a facilidade em obedecer à hierarquia.
Em se tratando de atuação na área rural, o que se propõe atualmente é que o responsável pelo negócio tenha visão holística. Desta maneira, é importante a participação de vários profissionais que atuem em áreas correlatas. Estabelecidas tais premissas, deve-se fazer um estudo das atribuições de cada um dentro do todo. Feito isso, é desejável que já numa primeira entrevista sejam apresentados aos candidatos cronogramas e organogramas bem elaborados para que os contratados tenham ideia daquilo que os espera em relação à sua atuação.
Para que o trabalho funcione é necessário que se estabeleça um sistema proativo de feedback, com a finalidade de deixar claro ao profissional o seu rendimento. Essa regra deve ser estabelecida tão logo o trabalho seja iniciado, tendo reuniões precedidas de avaliações para que problemas de fácil resolução não se transformem em situações insustentáveis, atrapalhando todo o processo. Ao final da caminhada, pretende-se que a equipe tenha comprometimento e atue em sintonia, atingindo os objetivos estabelecidos pelo líder.
Opinião
Sou a favor de se instituir a Meritocracia, premiando os melhores funcionários, àqueles que se dedicam ao ofício com maior intensidade e comprometimento. O foco é criar soluções que sejam fundamentadas na melhoria de três pontos para a fazenda: desempenho, competitividade e lucratividade. E mais: acima de qualquer viés econômico, a criação animal demanda pessoas que tenham respeito e amor para com os bichinhos, logo, no processo de seleção da equipe os trabalhadores que tiverem tais características sempre terão preferência.
Por fim, independentemente da grande tecnificação e das rápidas mudanças ocasionadas pelos avanços tecnológicos, o bom profissional sempre terá espaço no competitivo mercado de trabalho. Basta continuar se reinventando, fazendo atualizações sistematizadas, inteirando-se das novidades e, sobretudo, executando com excelência as suas atividades diárias.
Por Marcelo Pardini – narrador, poeta, jornalista, pós-graduado em Marketing e leiloeiro rural; titular da marca Agro MP – A voz do Agronegócio.
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Crédito das fotos: Arquivo Pessoal
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