Segundo a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/Universidade de São Paulo, a equinocultura movimentou mais de 16 bi
Conhecidos pela vitalidade, beleza e versatilidade, os cavalos têm se consolidado como uma importante fonte de bons negócios. Segundo os dados divulgados pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/Universidade de São Paulo (Esalq/SP), somente no ano passado, a indústria da equinocultura movimentou cerca de R$ 16,5 bilhões, alta de 15% sobre 2017.
São 3,2 milhões de empregos direcionados para o segmento, seis vezes mais que o número de trabalhadores da indústria automobilística. O Brasil se destaca na terceira posição no ranking mundial, com a raça manga-larga marchador, conhecida também como manga-larga mineiro, apresentando resultados ainda mais consistentes.
O presidente da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), Daniel Borja, ressalta que cada vez mais criadores de todo o país estão percebendo os atributos incomparáveis da raça e que trata-sede um animal de sela, excepcional para passeios. “Somente o mangalarga marchador, já responde por 40 mil empregos diretos e 200 mil empregos indiretos. Assim como as demais, essa é uma raça que envolve muito amor e paixão de seus criadores contanto com grande liquidez na hora de vender”, acrescenta Borja.
Diversos setores estão interligados com a criação de cavalos, como o comércio de medicamentos veterinários, associações, fábricas de ração, selaria e acessórios, feno, ferrageamento, leilões, produtoras de vídeo, gráficas, veterinário, entre muitos outros serviços cada vez mais procurados pelo público envolvido com o extenso mercado de cavalos.
O preço de um mangalarga marchador oscila de acordo com a linhagem e títulos do animal. Aqueles para cavalgadas podem ser comprados pelo mesmo valor de uma moto ou bicicleta, por volta de R$ 1,5 mil, já os animais de elite, voltados para reprodução, podem custar pequenas fortunas, cotados em até R$ 5 milhões.
Nas modalidades esportivas, os animais da raça em questão, costumam participar de provas de enduro e salto, algumas das mais nobres do hipismo. O mangalarga também é usado em provas específicas da raça, como a cavalgada planilhada e nas provas do marchador ideal, além de mostrar crescimento também nas competições que exigem agilidade e velocidade como três tambores, seis balizas e outras.
Os criadores da raça mangalarga marchador enxergam com otimismo o futuro desse mercado. Como o setor atravessou bem a crise dos últimos anos, com crescimento em todas as áreas, a expectativa é de que o reaquecimento da economia traga ainda mais oportunidades de negócios.
Para a criadora Renata Mello, com 220 animais instalados no Haras Terra Vermelha, em Brasília/DF, a procura pelos animais da raça mangalarga machador, tem impressionado. Segundo ela, nos últimos dez anos, houve um forte aumento da liquidez do mercado, atraindo mais investidores e criadores. “Às vezes, é até difícil entender de onde vem tanto interesse por cavalos. Tem gente que deixa de comprar coisas básicas para investir nos animais. É realmente uma paixão”, diz Renata.
Ainda de acordo com a criadora muitos investidores têm adquirido os animais em até 20 parcelas, em vez de deixar de investir e que ninguém deixou de comprar por conta da crise, muito pelo contrário, para ela, as pessoas compram para fortalecer seus investimentos.
Por Camila Furtado
Fonte: Correio Brasiliense
Foto: Wired