Muitas vezes você precisa ser ‘surdo’ para conquistar seus sonhos, inclusive no Tambor

Claudia Ono fala em sua coluna da semana sobre o não se importar com a opinião dos outros quando o assunto são os seus sonhos

Outro dia ouvi uma coach dizer que o palpiteiro é aquele que nunca conquistou nada de positivo para si. Ele não deseja que você vá mal, apenas não acredita que ninguém possa ir bem. Só podemos dar aquilo que temos dentro de nós. Inclusive, no Tambor!

O problema é que as palavras dos outros acabam tendo influência sobre nós. Então, escolha se cercar por aquele que sempre empurram você adiante.

Deixa eu te contar uma história

No início do ano eu estava com uma aluna de Tambor na pista. Ela fazia exercícios a trote e depois no galopinho. Ficamos meia hora nesses exercícios e descemos dos cavalos.

Então, um rapaz que beirava a cerca veio dizendo ‘Ah, mas só isso? Que sem graça, achei que iam passar de reio’. Na hora mal respondi e ela nem olhou para ele. Descemos puxando os cavalos.

Desistiu do Tambor de tanto ouvir: ‘Ah, mas você nem toca, empurra de reio’; ‘Puxa, mas foi tão devagar, você tem que bater e tocar’. Ouvia isso nos treinos e nas provas.

Só que ela não conseguia empurrar, não conseguia se equilibrar na sela. E quanto mais dizia isso mais ouvia que era só apertar os joelhos e tocar.

Ouviu isso de colegas, ouviu do treinador. Então, desistiu. Por sorte nos encontramos. E aqueles exercícios a trote e a galope poderiam até ser feitos a passo. Porque a função era dar assento para a velocidade.

Entendam: você não vai aprender a fazer algo correndo. Porque sem velocidade é que se ganha memória muscular.

Muitas vezes você precisa ser surdo para conquistar seus sonhos, inclusive no Tambor Claudia Ono fala em sua coluna da semana sobre o não se importar com a opinião dos outros quando o assunto são os seus sonhos
Claudia Ono

Você aprende sem velocidade e aplica com velocidade

Mas a melhor coisa que ela aprendeu e que repito para todos é: ‘SEJAM SURDOS’. Fechem os ouvidos. Infelizmente poucos nos trazem soluções. A maioria fala por falar, qualquer coisa que venha à mente. E essas coisas muitas vezes são tóxicas, contaminam.

Foi o que aconteceu com ela. De ‘ouvidos fechados’ ela correu o GP no Haras Raphaela. Foi lá e fez a sua passada no galopão. Deu 17? Não! Deu 18,9 e saiu dando risada da pista.

Vai dar 17 um dia? Se continuar treinando com foco em obter mais memória muscular das ações e se continuar se blindando do negativismo, vai sim!

E sabe o que mais? Esse não é o objetivo dela. Ela já sabe que pode ir aonde quiser. Mas para ela só vale se for realmente divertido, para ela e para o seu cavalo.

Porque te contei essa história? Porque todos nós desejamos algo com força. E muitas vezes pensamos em desistir porque damos ouvidos a quem não acredita. Os outros não precisam acreditar, você é que precisa. Acredite e abra os seus ouvidos para aqueles que te colocam para a frente e para cima.

E boa viagem, o céu é o limite!

Por Claudia Ono
Três Giros
Crédito da foto: Divulgação/Facebook

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