O ‘Estudo Complexo do Agronegócio do Cavalo’ faz um mapa da atividade, que tem nos eventos hípicos uma grande vitrine
Responsável por movimentar R$ 16,15 bilhões/ano e gerar 3,6 milhões de empregos, o mercado de cavalos para o agronegócio brasileiro tem nos esportes hípicos uma das suas diferenciadas atividades.
Diversificado e organizado, com 5,3 milhões de cabeças e ocupando o quarto lugar no ranking mundial em tamanho de plantel, o segmento do cavalo no Brasil vem em uma evolução constante.
Apresenta um crescimento bruto de 113% para essa ultima década, movimentando anualmente mais de R$ 16 bilhões, gerando mais de três milhões de empregos, sendo 610 mil diretos com mão de obra especializada.
Essa é a conclusão do ‘Estudo do Complexo do Agronegócio do Cavalo’, publicado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em primeira versão em 2006 e atualizado em 2016.
O documento aponta que o segmento compreende cadeias entrelaçadas em atividades que envolvem desde a criação de cavalos às indústrias de medicamentos, nutrição, selarias, laboratórios, acessórias para montaria, vestuário, além de centros de treinamento, centros hípicos e eventos, entre outros.
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Inegavelmente, o Hipismo é uma das faces deste importante mercado de cavalos. Compreendem-se, na categoria, sete modalidades ‘clássicas’ – Adestramento, Paraequestre, Atrelagem, Concurso Completo de Equitação (CCE), Enduro, Salto, Volteio -, além da Rédeas, que estão sob coordenação da Confederação Brasileira de Hipismo.
Estrutura
A CBH tem 20 federações estaduais sob seu comando, assim sendo a mais importante delas a Federação Paulista de Hipismo (FPH). Responsável por cerca de 70% do movimento hípico nacional, com cerca de seis mil atletas e 100 entidades (centros hípicos e de treinamento) filiadas.
No balanço geral, em todo o país são realizados anualmente mais de mil concursos hípicos, em que a modalidade Salto responde por cerca 70%. Considerando-se as variadas competições equestres, 30 são praticadas oficialmente no Brasil, incluindo-se as oito geridas pela CBH.
Nesse apanhado do MAPA, contabiliza-se cerca de 50 mil praticantes que competem desde provas regionais a disputas internacionais. Acima de tudo, refletindo em toda a cadeia produtiva do cavalo e impondo aos criatórios um constante aprimoramento na produção e treinamento de cavalos atletas.
A prática destes esportes movimenta milhões de reais e englobam desde a criação de cavalos de alta performance atlética a modernos centros de treinamento, indústrias de ração, de acessórios para montaria, de acessórios de treinamento, de transporte de animais, da medicina veterinária e leilões, entre outros.
Brasil: quarto maior plantel de equinos no mundo
Em termos de criação, são selecionadas oficialmente no Brasil 35 raças, nacionais e importadas, entre cavalos e pôneis, 17 delas com associações próprias.
A liderança em tamanho de plantel é ocupada por uma raça genuinamente nacional, o Mangalarga Marchador, nascido em berço mineiro e que contabiliza 600 mil animais registrados e cerca de 15 mil sócios em todo o país. Além de núcleos internacionais na Alemanha, Itália e Argentina.
A vice-liderança é ocupada pelo norte-americano Quarto de Milha com mais 587 mil animais registrados, 54 mil criadores, 108 mil proprietários e 33 mil sócios na Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha. É o segundo maior plantel da raça no mundo, atrás, apenas, dos Estados Unidos. Em relação ao mercado, a raça gera mais de 300 mil empregos diretos e movimentou em 2017 cerca de R$ 225 milhões em leilões.
Terceiro colocado no ranking com 322 mil animais registrados, o Crioulo, de origem sul-americana, concentra 85% do plantel no Rio Grande do Sul, apesar de estar presente em todas as regiões do país. De todas as raças, foi a que mais cresceu em 2017: 41% em relação ao ano anterior movimentando R$ 131,82 milhões na venda de animais em leilões.
Na seleção de cavalos para o Hipismo, em especial para o Salto, a referência é o Brasileiro de Hipismo. Rça que começou a ser formada nos anos 1970, evoluiu nas ultimas décadas atingindo a produção de cavalos de alto rendimento que já marcam presença em desafios internacionais, inclusive em Olimpíadas, Pan-americanos, Jogos Equestres Mundiais etc.
Hoje, o BH, com um plantel estimado em cerca de 30 mil animais registrados, é a raça que predomina nas competições nacionais, inclusive nas disputas do 29º Indoor da Sociedade Hípica Paulista.
Referência
Tomando como referência, só para ilustrar esse artigo, o Internacional Indoor na Hípica Paulista é uma das vitrines do bilionário mercado de cavalos. Criado há 29 anos por Romeu Ferreira Leite Jr, presidente da SHP há cinco anos, impulsiona o mercado de cavalos do Brasil pelo fato de acontecer no mais tradicional e bem estruturado clube hípico do país. Antes de tudo, é o principal concurso em recinto fechado na América do Sul.
O número de participantes – cerca de 730 conjuntos (cavalos e cavaleiros) – limitado pelo fato do Indoor acontecer em uma única pista – picadeiro fechado, maior vão livre sem pilastras das Américas. Além da equipe de 330 funcionários fixos da Hípica, cerca de 150 pessoas terceirizadas trabalharam no evento.
Fonte: CBH
Foto de chamada: Panorâmica do recinto do Indoor, maior vão livre sem pilastra das Américas. Crédito: Luis Ruas