A colunista do portal Cavalus, Claudia Ono, te conta no texto abaixo como perceber esses sinais e evitar muitos problemas
Todas as nossas ações e todos os estímulos do meio geram uma reação nos nossos cavalos. Ter a percepção dessas reações, observar e dar a devida importância faz a diferença entre ter um cavalo seguro e um inseguro. Eles sempre sinalizam quando algo não vai bem.
Quando pensamos em um cavalo nervoso, quando olhamos um cavalo estressado no partidor. Ou ainda aquele cavalo que só quer correr, logo achamos que ele é bravo. Simplesmente bravo.
Eu já ouvi dizer que um cavalo assim ansioso, que só quer correr, é um cavalo animado, pronto para o trabalho. Geralmente associam o comportamento estressado a ânimo, energia e força. Mas o nervosismo e a ansiedade só têm a ver com medo.
Então, quando você se deparar com um cavalo que entra na pista pronto para o trabalho, porém caminhando a passos firmes. Acima de tudo, sem se irritar, sem brigar, sem ansiedade, entenda que esse cavalo é seguro e confiante.
Para avaliar os sinais é preciso estar conectado ao cavalo. Dessa forma, ter em mente o comportamento normal de um cavalo emocionalmente equilibrado. E, claro, ter uma pequena noção da natureza equina.
Quando deixamos os sinais de lado ou tratamos como uma atitude deliberada dos nossos cavalos, o que eram pequenos indícios acabam se transformando em grandes problemas.
Sinais
Digamos que o seu cavalo entre na pista, dê uma paradinha e em seguida afaste e você não preste atenção. Provavelmente na próxima vez ele irá parar e demorar um pouco mais antes de partir. E na próxima ele poderá parar, dar uma ré e encostar na cerca. Até que um dia será difícil entrar na pista e mais difícil ainda conseguir largar.
O mesmo com um cavalo que passa pelo primeiro tambor e só vira perto da cerca. Decerto ele voltará para casa e passará por uma série de correções naquele tambor. Mas quem disse que ele passou pelo tambor porque não sabe que deve virar? Ou não quis deliberadamente virar?
Imagine-se nesta situação: na hora da prova, sob a ação da adrenalina, você entra no giro e as mãos do cavaleiro puxam forte a sua boca. No dia seguinte você fica rodando sem parar ao redor daquele mesmo tambor. Vai desejar chegar perto dele novamente?
Por isso é tão importante observar, pensar e analisar. Eles sempre sinalizam quando algo está errado. É imprescindível reavaliar conceitos e se abrir para novos conhecimentos. Se não fosse assim, ainda estaríamos viajando em carroças.
Karl Benz não teria inventado o automóvel, afinal todos estavam super felizes com suas carroças e carruagens. Sim, porque as pessoas não desejavam carros, desejavam carroças mais rápidas.
No caso dos cavalos o novo já não é tão novo assim. O conhecimento está aí, disponível. Então, faça uso dele.
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Por Claudia Ono
Três Giros
Fotos: Pinterest/Leslie Porter e NMSU News