Com mais de 40 mil cavalos Quarto de Milha, o estado organizou na última temporada mais de 100 eventos na modalidade
O Paraná é muito conhecido por sua força no campo e pela tradição em cooperativismo e associativismo. Na equinocultura não poderia ser diferente. Segundo a ABQM, o Paraná possui cinco núcleos: ACT/NBHA: Associação do Cavalo de Trabalho Paraná, APCR/PR: Associação Paranaense do Cavalo de Rédeas, APLC: Associação Paranaense de Laço Comprido, APNQM: Assoc. Criadores de Cavalo QM de Paraíso do Norte/PR e APCQM: Associação Paranaense do Cavalo Quarto de Milha.
O estado concentra ainda, de acordo com a ABQM, 2680 sócios, 9967 proprietários, 5389 criadores e 40329 animais vivos, entre puros Quarto de Milha e mestiços.
Quanto à criação, o estado é um dos principais celeiros da raça Quarto de Milha do Brasil, somando 48,6 mil pontos de RMT com grandes criadores, como:
– Eduardo Kucinski (Haras Two Brothers): mais de 6,9 mil pontos de RMT;
– Sandra Navarro (Think A Mite Ranch): mais de 3,1 mil pontos de RMT;
– Marli Faria (Rancho Faria): mais de 2,2 mil pontos de RMT;
– Francisco Calle Filho (Agropecuária Grão Forte): mais de 1,6 mil pontos de RMT;
– Amadeu Duarte Lanna (Marca DP): mais de 1,6 mil pontos de RMT, entre outros.
Tal expressão do Quarto de Milha no Paraná contribuiu para as grandes provas da raça voltasse ao estado. O estado sempre foi forte e já recebeu o Campeonato Nacional por diversas vezes. Entre 1983 e 1989 e depois entre os anos de 1991 e 1998, transitando entre as cidades de: Londrina, Maringá, Paranavaí e Curitiba.
Parque Governador Ney Braga em LondrinaA primeira cidade paranaense a sediar um Campeonato Nacional foi Londrina, entre 1983 e 1985. Em 2018 o Campeonato voltou para lá, tendo grande sucesso.
Além de Londrina, outra cidade muito conhecida entre os competidores é Maringá. A cidade já presenciou mais de 263 tempos abaixo dos 17 segundos! É uma das pistas mais rápidas do Brasil, tendo como recorde, o tempo de 16s507, de Sidnei Jr e Milos Heart Of Gold (Fire Water Flit x Lady Perks).
O menor tempo entre as mulheres é da paranaense Carla Bueno sob a sela de Diana Firewater ZD (Top Firewater x Ana Leo ZD), 16s607. Este conjunto também tem o menor tempo na categoria Amador: 16s715! Entre os jovens, o mais rápido no Estado foi Pedro Pegos, ao conduzir Smoke Apollo Bars (Smokey Jay x Doc Jasmin) e marcar 16s743 na categoria Jovem A! Todos esses tempos foram em etapas de um dos maiores campeonatos do Brasil, NBHA-PR, que hoje é a Copa SGP.
Com tamanha representatividade no mercado do cavalo, isso porque estamos citando apenas, a raça Quarto de Milha, cerca de 100 eventos anuais, nas mais diversas modalidades que acontecem na região.
Considerando apenas provas de Três Tambores e Seis Balizas, o SGP Sistema aponta mais de dez copas e campeonatos que são realizados apenas no estado, entre eles: Copa Rancho Brasil, Campeonato Paranaense, Copa NAQM, Campeonato Expovel, North Cup União das raças, Copa SGP, Circuito Norte do Paraná, Copa Recopar, Copa SRM Amigos da Rural, Treinão Rancho Texas, Copa América de Três Tambores, entre outros.
De acordo com informações cedidas pelo SGP, entre setembro de 2017 e agosto de 2018, o Paraná foi palco de 41 provas de Três Tambores, que juntas movimentaram R$ 1.146.424,00 e atraíram 1.040 competidores e 1.761 animais.
É o estado das novidades. No início da disseminação dos esportes equestres pela ABQM, foi o primeiro a receber as demonstrações, surgindo o Campeonato Paranaense. Foi pioneiro da primeira grande prova para potros com alta premiação, o Brazilian Slot Race e também o Slot Race Feminino.
Rodeio
Os paranaenses também estão fortes dentro dos rodeios, que são bem tradicionais no estado, como o Rodeio de Colorado e a Expolondrina. Para se ter ideia, nesta temporada, dois novos campeonatos de Três Tambores estão fomentado o esporte dentro das arenas. São eles: o CPRTT (Campeonato Paranaense de Rodeio Três Tambores) e o CNR (Campeonato Nacional de Rodeio).
O casal, Sandra Maggioni e Chafik Simão Junior, idealizaram o CPRTT em 2016. Sandra afirma que “o objetivo do CPRTT é valorizar as competidoras e seus animais dentro das arenas, focando sempre em qualidade de pista, premiação expressiva, inscrições justas, área de camping adequada, entre outras coisas”.
Na primeira edição do campeonato, as disputas aconteceram em cinco etapas e reuniu 97 competidoras paranaenses, paulistas e sul-mato-grossenses. O CPRTT distribuiu nesta primeira temporada R$ 97 mil, incluindo oito motos ‘zero’ km e um carro ‘zero’ km.
“A confiança que as competidoras depositaram em nós fez com que o CPRTT terminasse de maneira crescente. Distribuímos a maior premiação já entregue dentro das arenas do Paraná e a segunda maior do Brasil”, pontuou Sandra, que garantiu já estar trabalhando no regulamento da segunda edição do CPRTT, que em breve será lançado com alguns ajustes e muitas melhorias!
O CNR, criado em 2018, está correndo seu primeiro campeonato. Amanda Gelly é uma das idealizadoras, Diz que a ideia de criar o campeonato surgiu por ela nunca estar satisfeita com a organização das provas. Ela organizou a primeira prova em 2016 com a ajuda de seu treinador, Juliano Sfalcini, e de Juraci Melão, e não parou mais.
“No final de 2017, o Flavio Medeiros, da Eldorado Company e pai de uma competidora, nos deu a ideia de criar um campeonato nos rodeios com o formato que vínhamos fazendo as provas e se propôs a nos dar uma moto ‘zero’ km como premiação final para ganhadora. Fortalecemos a ideia e Criamos o CNR”, conta Amanda.
Até o momento, o CNR já passou por Londrina, Santa Cruz do Monte Castelo e Icaraíma, todas no Paraná. Na ExoLondrina reuniu ao todo 593 passadas, entre classificarias e finais. “As categorias que o CNR engloba são a Feminina (rodeio) e a masculina (aberta), que corre apenas durante o dia. A maioria das competidoras são do Paraná, mas temos meninas de São Paulo e Mato Grosso do Sul”, afirmou Amanda.
E ela conclui explanando sobre a importância das associações voltadas para a modalidade nos rodeios. “Precisamos valorizar as competidoras oferecendo o que há de melhor para elas (premiação, estrutura e pista) para que elas participem cada vez mais nos rodeios e este esporte continue crescendo. E também queremos mostrar aos promotores de eventos que os Três Tambores não é uma simples atração, mas sim um espetáculo e que, assim como montarias em touro, requer profissionalismo”.
Se no último ano hípico, 2017/2018, o Paraná deu show nos Três Tambores, estamos ansiosos para saber o que vem por aí na próxima temporada!
Por Juliana Antonangelo e Rodrigo Monteiro – Horse Trade
Fotos: Hugo Lemes