A arquiteta Priscila Nunes Calasans Camargo encontrou na arquitetura equestre uma forma de aliar sua formação acadêmica à paixão que carrega desde criança: os cavalos. Natural de Porto Velho (RO), ela vive em São José dos Campos (SP) desde os 14 anos e, hoje, aos 34, dedica-se exclusivamente ao desenvolvimento de projetos voltados ao bem-estar equino, sempre considerando as necessidades específicas de cada raça, modalidade e propriedade.
Antes de encontrar sua vocação, Priscila passou por um período de insatisfação profissional, atuando com projetos urbanos, residenciais e comerciais, que não a realizavam por completo. Em 2018 tudo mudou, pois recebeu o convite para desenvolver seu primeiro projeto de haras. Mesmo tendo uma arquiteta amiga de confiança, o cliente preferiu contratar alguém que conhecia o universo do cavalo de forma prática, por acreditar que esse repertório faria toda a diferença no resultado final.
“Esse primeiro contato surgiu porque eu já fazia parte do mundo do cavalo, eu já respirava cavalo desde que nasci. Sempre procurei estar no meio, criar e montar, até fiz dois cursos de doma, inclusive. Eu sempre falava que queria viver do cavalo de alguma forma, mas nem eu esperava que me encontraria na arquitetura equestre de tal forma que todo o vazio e tristeza que eu vinha sentindo seriam preenchidos com essa escolha”, declara a arquiteta.
O crescimento na área foi natural. Um cliente indicou para outro, e os projetos passaram a fazer parte da rotina da arquiteta. Com o tempo, ela percebeu que, além do conhecimento técnico, é essencial ter sensibilidade para entender e respeitar os instintos naturais dos cavalos, e é essa visão que orienta seu trabalho hoje. Priscila afirma que a “Arquitetura Equestre é conectar-se com o lugar através da alma do cavalo”.
Os principais pilares da arquitetura equestre segundo Priscila Nunes
Em seus projetos cada trabalho é único e desenhado de acordo com o perfil do proprietário, com atenção às necessidades dos animais e às especificidades do terreno. Diante disto, alguns aspectos são essenciais nas propriedades, como a possibilidade de soltar os animais em piquetes amplos, preferencialmente em grupo, respeitando o comportamento natural.
Outro ponto de atenção nos projetos é a drenagem dos pisos, essencial para baias, piquetes e pistas. A ausência de um bom sistema pode comprometer a saúde dos cavalos, com riscos como acúmulo de umidade e doenças associadas.
“Costumo dizer que não existe receita de bolo a ser seguida. Existe um mínimo a ser oferecido nas instalações e, sempre que possível, buscamos oferecer melhorias. A cada projeto, surgem novas ideias e possibilidades de oferecer mais conforto, praticidade e segurança, tanto para os cavalos quanto para quem os manuseia”, aponta.
Priscila e sua relação com os cavalos
Ao lado do marido, com quem é casada há quatro anos, Priscila vive em um sítio onde cria seus próprios cavalos. Já praticou modalidades como Três Tambores, Hipismo e Copas de Marcha, sempre por lazer. Hoje, os cavalos que mantém são utilizados para passeio, mas sua conexão com eles ultrapassa o hobby: é parte essencial da sua vida pessoal e profissional.
Por Giovanna Catanho/Portal Cavalus
Fotos: Divulgação/Arquivo pessoal Priscila Nunes
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