De acordo com diversos veículos de comunicação da região de Cotia/SP, com relatos de veterinários, há registros alarmantes para o aumento de casos de raiva em herbívoros e animais silvestres nos últimos meses.
Em Cotia, pelo menos oito casos positivos foram confirmados recentemente, e a situação se agrava devido à falta de informação e ação de medidas de prevenção. Todos os casos foram notificados às autoridades.
A raiva é uma zoonose neurotrópica de alta letalidade, que ocorre de maneira endêmica em vários países, causada por um vírus RNA da ordem Mononegavirales, da família Rhabdoviridae. É um vírus responsável por alterações neurológicas progressivas e fatais para a maioria dos mamíferos.
Prevenção
Segundo o médico veterinário Helio Itapema, não há tratamento. “A maneira hoje utilizada para aliviar o sofrimento do animal é optar pela eutanásia, pois quando a doença se manifesta, devido a sua alta capacidade de propagação no organismo, há mínimas chances de reverter o caso”.
A única forma de prevenção, reforça Itapema, se dá através da vacinação dos animais saudáveis, principalmente nas áreas endêmicas. “A primeira vacinação pode variar entre os 3 a 5 meses de idade, seguida de reforço após 30 dias e realizar reforço anual em todos os animais saudáveis”.
A vacina antirrábica pode ser adquirida em estabelecimentos autorizados. Entre o período da compra e da aplicação no equino é necessário deixá-la no gelo.

Diagnóstico para raiva equina
O diagnóstico de raiva in vivo pode ser desafiador, uma vez que este tem baixa especificidade e dentre seus resultados pode haver falsos negativos.
Itapema lembra que a suspeita deve ser considerada em equinos que apresentem sinais neurológicos rapidamente (progressivos ou difusos). Porém, esses podem ser facilmente confundidos com outras doenças, ocasionando um diagnóstico tardio ou somente pós-mortem, como acontece na maioria dos casos.
Atualmente o diagnóstico da raiva em animais e humanos é confirmado por meio de exames laboratoriais, podendo ser realizado por meio de técnicas histopatológicas, imunológicas e biológicas.
O médico veterinário deve sempre realizar a necropsia com luvas, máscara, avental e óculos de proteção, para a coleta de material de teste em casos de óbitos com suspeitas de raivas para confirmar a presença deste vírus. Desta forma, o risco de contágio humano e de outros animais é diminuído.
É imprescindível também que a população seja avisada e uma campanha de vacinação de cães e gatos, cavalos, bovinos e pequenos ruminantes seja instituída para controlar a doença. Um esforço conjunto não só dos profissionais da saúde equina, como do poder público, proprietários e afins.
Fonte: @sitedagranja e Clínica de Equinos Itapema
Fotos: Divulgação/Equus Magazine/MSD Animal Health
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