Psicopedagoga fala como é trabalhar com equoterapia: “Meu amor maior”

Vanessa Damo Curtarelli atua em um projeto da Prefeitura de Itá/SC que atende de forma gratuita cerca de 45 praticantes

“Não sei dizer quem escolheu quem para esse trabalho na equoterapia, mas eu o chamo de meu amor maior”. É com essa afirmação que a psicopedagoga Vanessa Damo Curtarelli, de 45 anos, resume o trabalho que realiza junto a um projeto que atende, de forma totalmente gratuita, cerca de 45 praticantes em Itá/SC.

Quando a equoterapia surgiu na vida da psicopedagoga, em meados de 2009, ela garante que logo se apaixonou pelo método. “Recebi o convite de uma profissional que na época trabalhava no município, com ela conheci a equoterapia e foi amor à primeira vista. Tanto pelos cavalos que são minha paixão quanto pelas crianças que são atendidas”.

Mas para desempenhar o seu trabalho com equoterapia, a psicopedagoga se preocupou, antes de tudo, em se especializar no assunto. Assim, procurou fazer cursos junto à Associação Nacional de Equoterapia (ANDE) e, ainda, participou de vários congressos e workshops sobre o tema.

A psicopedagoga Vanessa Damo Curtarelli é apaixonada pelo seu trabalho com equoterapia - Imagem: Divulgação/Equoterapia Itá/SC
Vanessa Damo Curtarelli é apaixonada pelo seu trabalho com equoterapia – Imagem: Divulgação/Equoterapia Itá/SC

Dessa maneira, Vanessa pode conhecer a fundo a equoterapia e, com isso, acredita que o método seja o mais impressionante dentre todas as práticas terapêuticas aplicadas no universo de pessoas com necessidades especiais.

“Pelos resultados, mas, principalmente, porque ela mantém o foco nas potencialidades e não nas dificuldades dos praticantes. É uma terapêutica que lida ao mesmo tempo com situações de amor, carinho, regras, limites, respeito, confiança e aprendizagem de forma lúdica e com altíssima interação de quem pratica”, frisa.

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Ainda segundo a psicopedagoga, os vínculos que se formam entre todos os envolvidos durantes as sessões de equoterapia, seja ele o praticante, o cavalo ou a equipe profissional, são indescritíveis.

“Há ganhos em todas as áreas, de forma constante e eficiente. É uma prática terapêutica que trabalha o ser humano na sua totalidade, olhando-o como ser completo, inteiro, pleno”, ressalta Vanessa.

Equoterapia em Itá/SC

Coordenado há sete anos pela Prefeitura de Itá, o projeto atende, de forma totalmente gratuita, cerca de 45 praticantes. Para isso, conta com a parceria com algumas secretarias municipais e com o Conselho Municipal de Direitos da Criança e Adolescentes, que busca captar recursos junto a empresas locais através do Fundo da Infância e Adolescência (FIA).

Projeto em que atua a psicopedagoga atende cerca de 45 crianças e adolescentes portadores das mais variadas necessidades especiais
Projeto atende cerca de 45 crianças e adolescentes portadores das mais variadas necessidades especiais

“Então, todo ano, contamos com a necessidade de sensibilizar estas empresas, para que aportem recursos no projeto. É uma grande parceria, porém necessita de esforços constantes para que tenhamos condição de executá-lo de forma gratuita”.

Ainda segundo Vanessa, o projeto atende crianças e adolescentes com as mais variadas necessidades especiais, como paralisia cerebral, síndrome de Down, deficiência visual e auditiva, autismo e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Além disso, há praticantes que possuem transtornos de conduta, TDHA e até dificuldades de aprendizagem.

Mas, segundo a psicopedagoga, o projeto não se limita somente aos praticantes, como também seus familiares. “De um modo geral, as famílias também são assistidas, pois fazemos visitas domiciliares. Então cerca de 150 munícipes são acompanhados entre praticantes e familiares pelo projeto”, acrescenta.

As sessões de equoterapia são realizadas no CTG Caudilhos d’Oeste. Além de Vanessa, a equipe ainda é formada por dois equitadores, uma psicóloga, uma fisioterapeuta, uma educadora física e uma estagiária.

Sonho de expansão

Atualmente, os praticantes do projeto em Itá/SC são atendidos duas vezes por semana e, mesmo assim, existe uma lista de espera. Mas, por conta de falta de recursos, segundo a psicopedagoga, ainda não é possível expandir os dias de atendimento.

A psicopedagoga fala sobre ideia de expansão do projeto de equoterapia, mas que para na falta de recursos
Vanessa fala sobre ideia de expansão do projeto de equoterapia, mas que para na falta de recursos

Segundo ela, a ideia era ter um dia específico para a APAE da cidade. Outro projeto, que ainda está no papel, é o atendimento aos idosos, já que a depressão na terceira idade tem aumentado significativamente.

“Mas para esta expansão necessitamos da ajuda da iniciativa privada, pois o município tem, sem dúvida alguma, já contribuído com muito esforço para que o projeto seja mantido. [Esse projeto] que tem o meu imenso carinho, respeito e comprometimento, por ser uma prática terapêutica incrível e profundamente especial”, finaliza.

Por Natália de Oliveira
Crédito das fotos: Equoterapia Itá/SC

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