Rodeio: os Três Tambores antes e depois da ANTT

Claudia Ono entrevistou Silvana Bertato, uma das precursoras da ANTT, para entender melhor como a associação foi esse divisor de águas para o rodeio brasileiro

Se você acompanha as provas a modalidades há anos sabe como as provas de Três Tambores no rodeio eram precárias. Isso começou a mudar há alguns anos. Acima de tudo, hoje está em constante evolução. E a ANTT tem muito a ver com isso.

Há 17 anos surgia a ANTT. Formada por um grupo de competidoras de Três Tambores, decidiu a ser a voz de todas as competidoras por melhorias nas provas dentro do rodeio.

Dessa forma, existe um claro divisor de águas entre as provas de Três Tambores em rodeio antes e depois da ANTT. Talvez o público nunca tenha percebido essa falta de condições. Mas quem já esteve atrás dos bretes e dentro daquelas pistas sabe do que estou falando.

Falta de estrutura, falta de segurança, falta de conhecimento. Banheiros ruins, pista ruim, nenhum compromisso com as atletas. Locais de acampamento precários, falta de segurança para cavalos e cowgirls. Fios de eletricidade soltos pelo chão que circunda a arena. Entre outros problemas enfrentados pelas participantes. Mas não havia quem falasse por elas. Até surgir a ANTT.

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O rodeio com a ANTT

Priscila Aguiar, Silvana Bertato, Paula Camargo, Isabel Dias, Tamara Julio, Giovanna Balbo, Simone Zamora, Aline Lima, Daiane Sudário, Valéria Antunes e Gisela Garcia formaram a primeira diretoria da ANTT. Antes de mais nada, cheias de vontade de lutar por melhorias e pela profissionalização da modalidade.

Assim como pelas necessidades das competidoras de Três Tambores. Iniciaram, assim, um trabalho que segue até os dias de hoje. Incansáveis e apaixonadas pelo cavalo e pelo Tambor. Provavelmente, esta seja a receita do sucesso. De fato, a paixão pelo cavalo com ações que saem do coração.

E elas fizeram sua lição de casa. Muitos rodeios abraçaram a causa e se empenham em fazer seu melhor para que todos os quesitos fossem cumpridos com louvor. Sim, porque o rodeio com a ANTT tem exigências.

Que vão desde a estrutura fora da arena, qualidade e segurança da pista. Até a escolha apropriada de horários para as classificatórias, semifinais e finais. Tudo visando a qualidade da competição, segurança e, por que não, a visibilidade de seus apoiadores.

Claudia Ono entrevistou Silvana Bertato, precursora da ANTT, para entender melhor como a associação foi divisor de águas para o rodeio

Hoje a ANTT é uma marca de peso e de valor

Por todas as conquistas e benefícios levados para as provas de Três Tambores. Sobretudo, por fomentar um esporte que trás nos bastidores um valor econômico e social imensuráveis.

Um esporte que une a família e as famílias para um único objetivo: o de conviver e dedicar boa parte da vida a uma paixão que considero avassaladora: o cavalo e os Três Tambores.

São cavalos que fazem mais do que girar ao redor dos tambores; giram uma economia voltada para eles. Um mercado de produtos e serviços que existe em função desse esporte e uma inestimável geração de empregos.

Comprometimento

Comprometida com seus ideais e com a missão de trazer evolução às provas de Três Tambores,  a ANTT mudou o cenário da modalidade no Brasil. Fomentou o esporte na medida em que profissionalizava as provas dentro do rodeio.

Com efeito, houve um período em que cavalos e competidoras que corriam no rodeio não eram valorizados no mercado quartista. Muito disso se devia à imagem ruim desses eventos causada pela falta de estrutura nessas arenas.

Hoje esses cavalos tem altos valores e são tão respeitados pelos seus resultados quanto qualquer outro Quarto de Milha que desponte nas provas oficiais da raça.

E elas são muitas! As provas de Três Tambores tomaram conta do país. De tal forma que saíram do forte circuito São Paulo/ Paraná/ Rio de Janeiro. E subiram em direção ao norte e oeste. A evolução do esporte e a profissionalização não param por ai.

Muito ainda está por vir. É um esporte em franco crescimento. São centenas de inscrições por prova, muitas vezes milhares. E duas gerações de participantes competindo na mesma arena, nas suas diversas categorias. E a cada ano são mais e mais carinhas novas formando novos conjuntos. Mas este é um assunto para um próximo post.

Gostaria de agradecer a Silvana Bertato pela entrevista e por contar a história da ANTT. Saí do Haras São Francisco cheia de motivação após ter ouvido um relato cheio de paixão e firmeza em seus propósitos.

Por Claudia Ono
Três Giros
Crédito das fotos: Divulgação/ANTT

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