Em minha opinião, existe uma lista com os Top 11 dos Três Tambores. Aqui no Brasil temos grandes nomes, mas pouca informação. Por esse motivo comecei a buscar informações fora daqui e passei a entender realmente como é possível criar bases sólidas e criar conjuntos consistentes.
Conjunto consistente não é apenas um jogo de palavras entre os muitos nomes do Tambor internacional. É, sem dúvida, um objetivo claro, atingido com a aplicação de técnicas. Em outras palavras, técnicas estas criadas a partir do entendimento do processo de treinamento, da natureza dos cavalos e dos reflexos nas nossas ações sobre eles.
Em meio a todas as informações que garimpei no decorrer destes anos, 11 nomes chamam a atenção pelos resultados obtidos, bem como pela qualidade das informações disponíveis. Informações estas que foram passadas e ajudaram muitos competidores americanos através de cursos presenciais ou online.
São Top 11 dos Três Tambores pelo conjunto de resultados dentro e fora das pistas e pelo alto nível de conhecimento sobre a relação cavalos x Três Tambores. Confira!
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Mary Burguer
Alguém que vence barreiras físicas e passa quatro décadas vencendo rodeios nos Estados Unidos dispensa comentários. Esta americana de 68 anos, vencedora da NFR 2016, traz uma bagagem espetacular e uma paixão pelos cavalos que mudou totalmente o rumo da sua vida. Do mesmo modo que mudou o rumo de outras vidas que passaram a competir com grandes cavalos treinados por ela.
Mary Walker
Vencedora dos Três Tambores e ganhadora de mais de US$ 1.000.000,00, Mary inspira os apaixonados pelos Três Tambores com sua história de resiliência, transformando tragédia em triunfo. Em 2012 ela se classificou pela primeira vez para a NFR e colocou o estádio abaixo com suas passadas, pouco tempo depois de perder seu filho e sofrer um grave acidente com seu cavalo Latte.
Lisa Lockhart
Lisa (foto) é das atletas com os maiores ganhos nos Três Tambores nos Estados Unidos, ultrapassando US$ 2.000.000,00 em prêmios. E, ao contrário do que vemos por aqui, tem conquistado títulos montando o mesmo cavalo desde 2010, Louis. Um castrado que em 2016 estava com 13 anos quando se classificaram para a NFR em sétimo lugar após 38 rodeios concluídos. A saber, número considerado baixo para os parâmetros americanos. Com três filhos que também competem, Lisa se divide entre as provas de seus filhos, o rancho e os rodeios que ela mesma corre.
Chamayne James
Charmayne dispensa apresentações. Os apaixonados pelos Três Tambores, certamente, já ouviram muitas vezes o seu nome desta americana que venceu o mundial por 12 anos seguidos, junto com seu lendário Scamper. A trajetória de vitórias foi acompanhada de muita dedicação ao seu cavalo, com quem dividiu todos estes títulos. Charmayne não correu com outro cavalo. Sua vida no Tambor foi acompanhada somente por Scamper, um animal de coração imenso e saúde delicada, que só foi campeão por tanto tempo graças aos cuidados ilimitados de sua parceira.
Michele Mcleod
Esta é outra história extraordinária dos Três Tambores. Um conjunto tão fantástico e tão unido que possibilitou que Michele competisse mesmo sem enxergar. Tanta confiança só pode ter base em muito amor e cumplicidade. A técnica só não basta. É preciso algo mais para fazer de um conjunto uma dupla especial e duradora.
Sherry Cervi
Sherry Cervi é, sem dúvida, sinônimo de Três Tambores nos Estados Unidos. Não se pode imaginar um pódio sem a sua presença. Essa veterana da modalidade não só se classificou 19 vezes para a NFR, como também já ganhou mais de US$ 3.000.000,00 em prêmios. A consistência de seus conjuntos ainda garantirão que esteja no topo por muito mais tempo.
Martha Josey
Martha é uma estrela do Tambor americano. Entrou para o Cowgirl Hall of Fame em 1985. Correu por cinco décadas até o ano de 2000, sempre entre os vencedores. Mesmo após sofrer um grave acidente e de ouvir dos médicos que não retornaria às pistas, ela ainda correu e venceu por muito mais tempo. Seu primeiro conjunto, formado com o cavalo CeBe Reed, ganhou 52 rodeios seguidos. Um fenômeno da modalidade que ainda forma novos competidores no rancho que leva seu nome. Antes de mais nada, muita técnica e uma vida inteira voltada para os cavalos.
Fallon Taylor
Fallon é uma das grandes competidoras do Tambor internacional. Seu carisma e sua história a levaram ao estrelato nas pistas. Em 1998, parou de competir para se dedicar a carreira de modelo e atriz em Nova York. 15 anos depois voltou e se classificou para a NFR com Babyflo, seu grande companheiro e eleito Cavalo do Ano em 2013. Assim como todos estes dez nomes, Fallon tem amplo conhecimento da mecânica e natureza equina.
Ty Michell
Ty é treinador no rancho de Martha Josey. Em resumo, ele foi quatro vezes Campeão Mundial Futurity e há anos forma novos competidores nas clínicas dela. Seus fundamentos são os mesmos dos outros grandes nomes americanos, o que demonstra a qualidade e a veracidade desses fundamentos. E Ty possui uma didática poucas vezes vista, tanto para ensinar cavalos quanto para ensinar os competidores.
Talmadge Green
Talmadge Green é um especialista em treinar potros para o Futurity, onde correm com 4 anos de idade. Mas apesar de trabalhar com potros, a consciência e responsabilidade com que realiza seu trabalho deve servir como exemplo. Seus potros são radiografados após os 2 anos de idade para que seja confirmado o fechamento das juntas. Os potros de Talmadge correm até dez provas em um ano a fim de que se assegure que o futuro deles como cavalos de Tambor seja longo e consistente, livre de problemas de toda ordem. Talmadge tem uma frase que diz muito sobre ele: “Treino a trote, vitória a galope.”
Molly Powel
A canadense Molly Powel foi medalha de ouro dos Três Tambores nas Olimpíadas de 2002 e vencedora da NFR. Ela se tornou profissional aos 10 anos de idade. Há 20 anos se dedica a formar novos conjuntos, com clínicas particulares e em grupo que têm como objetivo formar um time entre cavalo e cavaleiro. Sua técnica é voltada para este fim, no qual ela (e eu) acredita muito: cavalo e cavaleiro entrosados e consistentes.
Este é o time nota dez com o qual todo competidor sonha. E se não podemos tê-los aqui, vamos acompanhar seus fundamentos mesmo que de longe, para tingir nosso objetivos como competidores e time.
Por Claudia Ono
Três Giros
Crédito das fotos: Divulgação/CalgaryStampede
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