Conheça a história de Kendall Szumilas, que foi para a Nova Zelândia trabalhar com a raça Árabe
Outro fato interessante de ressaltar sobre Kendall é que ela adora economizar dinheiro. Porém, ela mesmo afirma que esta característica é difícil de manter quando se quer trabalhar com cavalos.
Mas ela encontrou uma maneira de aliar o amor pelos cavalos, ao trabalho e ao baixo custo: Kendall conheceu o WWOOFing – World Wide Opportunities on Organic Farms. Trata-se de uma organização que conecta pessoas que querem viver e aprender em pequenas propriedades rurais a pessoas que querem compartilhar seus estilos de vida, ensinar novas habilidades e receber ajuda voluntária. Esses trabalhos podem ser feitos no mundo todo, como: África, Américas, Ásia, Europa, Oriente Médio e Oceania.
Kendall diz que sentiu medo, nervosismo e se questionou se estava fazendo a coisa certa. Mas toda essa insegurança passou ao conhecer Trevor. “Ele me pegou no aeroporto sorrindo e parecia familiar. Na chegada, pensei que ajudaria em um celeiro, semelhante aos da indústria equina americana, mas foi diferente. Os cavalos árabes corriam livremente e eu, que pensei que fosse lidar com cavalos ‘normais’, trabalhei com animais especiais”.
Ela conta, que de um modo geral, os árabes nascem selvagens, crescem nos campos sendo apenas cavalos e depois, aos cinco anos de idade, são levados à fazenda para serem manuseados e, eventualmente, montados.
“Trevor sempre foi cuidadoso com quem ele deixava trabalhar com esses cavalos, pois eles poderiam ficar perigosos rapidamente. Aprendemos com ele como entender os cavalos, quando aplicar pressão e quando removê-la. Ele tem um jeito especial com os cavalos, confiava neles e nunca duvidou deles. Eu serei eternamente grata pelo conhecimento e compreensão que aprendi com Trevor Copland e Jo Baker”, salienta Kendall.
Paciência
A voluntária, que trabalhou com cerca de dez cavalos enquanto esteve lá, disse que no começo não entendia nem metade das coisas que Trevor fazia, e após cinco meses de convivência é que pegou o jeito e começou a compreender. “Eu entendi porque a paciência é tão importante. Eu entendi o que os cavalos estavam pensando. Eu entendi porque você monta de ambos os lados. Tudo o que Trevor ensinou, acabou sendo relevante. Eu nunca vou esquecer o que aprendi lá”.
Depois deste período, Kendall trabalhou com cavalos esportivos. “Os cavalos eram incríveis, mas não era o lugar para mim. A família era acolhedora e a maioria se importava com o que eu estava sentindo. No entanto, as promessas não foram cumpridas e vi coisas com as quais eu não concordava e não podia ignorar. Uma coisa que gostaria de salientar sobre o WWOOFing é que existem hosts que não são adequados para todos”, mencionou.
Posteriormente, Kendall trabalhou para outro host, Jo Baker, que praticava e ensinava a liberdade de equitação. Ela afirma que em suas experiências, seu entendimento sobre cavalos mudou e sua paciência aumentou. “Aprendi a confiar em cavalos de uma maneira totalmente diferente. Tive um tempo incrível na Nova Zelândia e nunca me arrependerei da decisão de viajar para tão longe de casa. O WWOOFing é extremamente acessível. O crescimento e o aprendizado que você experimentará são diferentes de qualquer outro”.
Por Juliana Antonangelo
Fonte: FEI
Fotos: Kendall Szumilas