Estudos apontam que mais de 8 milhões de animais foram dizimados durante a I Guerra Mundial
Milhões de cavalos morreram nas guerras. E o Dia dos Veteranos, 11 de novembro, originalmente conhecido como Dia do Armistício, é um feriado nos Estados Unidos que foi escolhido para marcar essa passagem. Portanto, recentemente, vimos as redes sociais de pessoas e associações do meio do cavalo – como AQHA, NRHA, NCHA, WCRA – inundadas de homenagens.
A data – dia em que a primeira Guerra Mundial terminou -, homenageia os veteranos militares que serviram nas Forças Armadas dos Estados Unidos durante as duas grandes guerras mundiais. E esse fato nos chamou atenção para o número de cavalos que perderam suas vidas nesses dois episódios famosos da história da humanidade.
I Grande Guerra Mundial
Conforme matéria da Revista Veja [fevereiro/2014], cerca de oito milhões de cavalos foram dizimados durante a I Grande Guerra Mundial [28 de julho de 1914 a 11 de novembro de 1918].
A contagem de baixas se atém sempre às pessoas que perderam suas vidas, porém alguns pesquisadores foram buscar informações a respeito dos cavalos. Foram esses animais, durante a guerra na Europa, as principais forças usadas na agricultura na época.
Segundo a reportagem e também as pesquisas realizadas, a cada dois homens atingidos por tiros, bombas e gases letais, um cavalo morreu. Os números dão conta de que entre 1,5 milhão e 1,8 milhão de equinos foram utilizados pelos exércitos franceses; enquanto a Inglaterra levou para os campos de batalha outros 1,2 milhões e a Alemanha, 1 milhão.
Os demais países, estimam historiadores, somavam 4 milhões de animais. As maiores baixas em se tratando dos equinos foram do lado Francês. A pesquisa aponta que 80% dos cavalos franceses morreram em campo.
Desse total geral [8 milhões], uma parte foi atingida por tiros inimigos. Entretanto, a maior parte morria de fome e exaustão, sacrificada ou abandonada nas longas travessias entre os campos de batalha.
Esse fato prejudicou o mercado de cavalos na Europa. Os animais que restaram da Guerra estavam desnutridos, fracos, magros e cansados. Não tinham condições de ajudar nas plantações e no trabalho das fazendas. Por consequência, uma onda de fome assolou o continente por falta de abastecimento.
Dia dos Veteranos
O Veterans Day é comemorado em alguns países para marcar ainda o aniversário do fim da Primeira Guerra Mundial. Os registros datam que a guerra acabou na 11ª hora do 11º dia do 11º mês de 1918. Quando o armistício com a Alemanha entrou em vigor.
Por isso, antes era chamado de Dia do Armistício. Tendo sido renomeado em 1954 a pedido de algumas associações de veteranos de guerra pelo mundo.
É diferente do Memorial Day, feriado também comemorado nos Estados Unidos, que homenageia os que morreram enquanto estavam no serviço militar. O Veterans Day celebra o serviço de todos os veteranos militares.
II Grande Guerra Mundial
Existem menos relatos sobre a história dos cavalos na II Grande Guerra Mundial [1° de setembro de 1939 a 2 de setembro de 1945]. Contudo, foi com unidades a cavalo a maior parte das campanhas conduzidas pelos principais países beligerantes.
As forças motorizadas e blindadas eram realidade quase 20 anos após o final da primeira. Relegando aos cavalos um papel secundário na segunda. Contingente reduzido, no entanto, não suprimido.
Combatentes de alguns países criaram unidades mistas, mecanizadas e a cavalo, para cumprir missões de reconhecimento. Os cavalos foram usados mais para deslocamentos curtos. Principalmente no período noturno.
Chamado de cavalaria, a quantidade de cavalos de uma nação determinava seu poder e influência. O cavalo foi o instrumento de guerra da civilização por milênios, perdendo espaço apenas durante a Segunda Guerra Mundial.
Nossa pesquisa não mostrou a quantidade apurada de animais mortos em combate nesse período.
História
A cavalaria sempre esteve presente na história do mundo. Não só como meio de transporte, bem como ativo para ajudar a carregar comida e armamento. Especialmente nos confrontos. Saíram da linha de tiro, portanto, para atuar carregando canhões, transportando soldados, alimentos, armas e munições.
Os cavalos, sobretudo, ainda eram usados para carregar os mortos após as batalhas e serviam como veículo de ajuda para espionar tropas inimigas. Poucos eram os acampamentos da época livre de cavalos.
De fato, os equinos eram muito mais propícios para o uso em trincheiras lamacentas e ambientes frios do que carros e caminhões.
Havia departamento de medicina veterinária nos campos e os exércitos promoviam constantemente compras ao redor do mundo para substituir os cavalos machucados ou abatidos.
Eventualmente, os já abalados soldados, pelas lutas e baixa dos amigos combatentes, também sofriam com a morte dos cavalos.
Fontes: Veja, Folha, Wikipedia, Decavalaria
Fotos: Associated Press, blog Chico Miranda e National Library of Scotland