Ele é médico-veterinário, professor, especialista em gestão de empresas, consultor, colunista, escritor e outras competências. Mas acima de tudo, André G. Cintra é um verdadeiro apaixonado pelos cavalos. Essa paixão, aliás, já vem desde o seu nascimento. “Não me lembro de não me interessar por cavalos”, conta ele que bateu um papo com o Portal Cavalus e contou em duas partes, sobre a sua trajetória que vem inspirando e se tornando referência, principalmente nos meios acadêmicos.
Confira a conversa com André G. Cintra!
Você sempre foi apaixonado pelos equinos? Conta pra gente como nasceu esse interesse?
Difícil dizer quando nasceu… acho que em 18 de janeiro de 1965, junto comigo (risos). Não me lembro de não me interessar por cavalos. Meu pai veio a iniciar criação desses animais apenas em 1978, mas desde sempre convivi com cavalos na fazenda e no meio em que vivi, quer seja montando, quer seja acompanhando exposições – pois o irmão de meu pai foi um dos principais árbitros da raça Mangalarga no Brasil nos anos 70 até final dos anos 90, além de ser criador da raça, assim como outros irmãos de meu pai, e por conta disso, sempre íamos aos eventos.
É uma coisa de família, certo?
No final de 1978, meu pai resolveu criar cavalos de uma raça que estava despontando no mercado: o Quarto de Milha. Logo, me designou para cuidar dos animais, de toda a documentação e ficar responsável pelo que fosse necessário. Nesse momento, passei a ter um contato “mais profissional” com os cavalos. Mas o Quarto de Milha estava tão no início de seu crescimento que a mão de obra mais especializada era extremamente escassa. Para se ter uma ideia, o Haras 4 Irmãos, da família do Lolly (famoso no meio quartista), estava recém-criado. Em razão disso, após 5 anos, mudamos para o que o restante da família estava habituado e criamos Mangalarga até início dos anos 90, quando adveio a crise da equideocultura no Brasil.
E quando você iniciou a sua própria criação, André G. Cintra?
Após 5 anos sem nada criar, iniciei minha própria criação, mas feita de cavalos da raça Bretão, tendo sido presidente da Associação Brasileira por dois mandatos, vice-presidente por outros dois e presidente do conselho técnico por mais de 10 anos. Em 2015, por problemas particulares, parei de criar cavalos e me dediquei apenas ao estudo de seu comportamento, manejo e nutrição, atividade que desenvolvo desde os anos 80 até os dias de hoje.
André G. Cintra, você é médico-veterinário, teve experiência com vários animais, mas como, de fato, você resolveu seguir para os cavalos?
Como citado acima, a dedicação começou aos 13 anos, na criação de Quarto de Milha. Ao entrar na faculdade de medicina veterinária, havia apenas um único objetivo: aprender sobre cavalos. Ali, muito pouco vi sobre o tema, pois o foco era mais a clínica de pequenos animais e bovinos. Sendo assim, me dediquei a conseguir o diploma de graduação e levava estudos e cursos em paralelo para conhecer mais sobre equinos. Ao me formar, mergulhei fundo no tema, tendo sido gerente de dois haras – Pantaleão, em Amparo (SP), à época criatório de Quarto de Milha e Appaloosa, e Santa Gertrudes, renomado criatório de cavalos Puro Sangue Árabe e Anglo-Árabe, em Morungaba (SP).
Você teve um hotel para cavalos, também, certo?
Sim. Depois de algum tempo nos haras, mudei-me para Jaguariúna (SP) onde montei um hotel para cavalos, ficando três anos lá, dando aulas de equitação e atendendo na clínica equina, quando então, em 1997, fui chamado para ser gerente nacional de uma multinacional do setor de alimentação animal, assumindo, por 5 anos, a linha de equinos e depois a de avestruz. Saí de lá em 2002 e passei a prestar consultoria nas áreas de nutrição, manejo e comportamento, o que faço até hoje. Nesse meio tempo, de 2005 a 2019, fui professor nessas áreas em uma universidade particular.
Quer saber mais sobre a trajetória do André G. Cintra? Amanhã sai a segunda parte de sua entrevista.
Por Wesley Vieira/Portal Cavalus
Foto: Divulgação/André G. Cintra
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