A competição foi voltada para jovens de 12 a 18 anos, realizada durante o Derby da IRHA, com apoio da NRHA
Jovens do mundo inteiro estiveram em Cremona, Itália, para o primeiro Global Youth Reining Cup, uma competição de Rédeas voltada para atletas de 12 a 18 anos. Na pista, estiveram representados os países Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, França, Grã-Bretanha, Hungria, Israel, Itália, México, Holanda, Paraguai, Polônia, Espanha, Tailândia, Uruguai e Estados Unidos.
Como cada país pôde indicar seus participantes, a Associação Nacional do Cavalo de Rédeas optou por escolher o competidor primeiro colocado do ranking Jovem da associação. A lista é feita a partir das notas obtidas nos três principais eventos da entidade no ano (Derby, Nacional e Super Stakes). Maria Luiza Michelin Fagundes viajou até a Itália. Entre seus feitos, reservada campeã Nacional, campeã Derby e campeã do Super Stakes na categoria.
Dois dias depois de comemorar, como uma princesa, seus 15 anos, a jovem competidora partiu para o evento. “Fiquei muito feliz e super empolgada quando soube que iria representar o Brasil nessa prova. Meus pais e meu treinador me apoiaram desde o começo!”, contou ela da sala de embarque do aeroporto.
Ainda emocionada, Luiza sente será incrível e gratificante levar o nome do Brasil. “Saber que deram a mim essa responsabilidade, é sensacional. Saber que a família Rédeas confiou em mim, não tem preço! Eu amo o Brasil, e poder representá-lo foi uma sensação difícil de colocar em palavras. Entrar em pista com o nome ‘Brasil’ foi uma das melhores coisas que eu já senti em toda a minha vida!”.
A passada dos jovens aconteceu no dia 25 de maio durante a programação do Italian Reining Horse Association Derby. Embora fossem adversários, o espírito de camaradagem permaneceu durante toda a semana no evento. A única rusga, se podemos chamar assim, é que nem todos os cavalos foram definidos por sorteio. Os competidores europeus puderam montar seus cavalos de hábito, mas o de fora receberam montarias aleatórias.
“O meu primeiro cavalo era muito ruim. Então, conversei com o João Marcos (Cardinal Ranch) para trocarmos. O segundo cavalo que me deram também não deu certo. Então o Val (Edvaldo Gonçalves, treinador brasileiro que trabalha na Itália) me socorreu. Ele emprestou o cavalo que ele corre prova. Foi graças ao Val que eu pude correr, não tenho palavras para agradecê-lo”.
Por causa desse perrengue, Luiza perdeu dois dias de treino. Com Diabolo (filho do Rio ‘CFR Centenário Wimpy’), do rancho Elementa, ela só conseguiu treinar apenas uma vez, na noite anterior a sua passada. “Ele é um cavalo excelente, mas difícil de conduzir, imagina com apenas um treino…. Acho que não foi certo o jeito que aconteceu a prova, pois o nível de dificuldade não foi o mesmo”. Segundo ela, “enquanto alguns jovens montaram um cavalo sorteado, outros puderam montar o seu próprio cavalo”.
Em algumas competições de formato semelhante, quando competidores de diversos países se deslocam, incluindo o Pan American Cup da ANCR e mundialitos da NBHA de Três Tambores, a organização consegue sempre cavalos emprestados para todos, do mesmo nível técnico. “Se o objetivo da prova era realmente ‘ver o melhor jovem’, em minha opinião, o critério usado foi injusto com aqueles que foram de longe e pegaram um cavalo no sorteio”, finalizou Luiza.
O título foi dividido entre Andreu Nogue Puig, da Espanha, que montou A Whiz N Cash, e Matteo Manuel Bonzano, da Itália, com High Point Reiner. Os dois marcaram 216,5 pontos. Com Exxcalaber, Nimroid Vannietvelt da Bélgica, com 213,5 pontos, ficou em segundo lugar. Luiza acabou zerando a prova.
“Tem sido uma experiência maravilhosa e é uma grande honra fazer parte dela”, disse o brasileiro João Marcos de Arruda, titular do Cardinal Ranch e membro do conselho da Reining Horse Foundation, forte defensor do conceito da Global Cup. “Realmente, foi um esforço conjunto entre a NRHA, IRHA e RHF. Só temos a agradecer a todos, cavaleiros, pais, donos de cavalos e organizadores”.
Os representantes de todos os países participantes foram reconhecidos e nomeados como ‘embaixadores’ da Reining Horse Foundation. “Este evento foi também para conscientizar a todos a respeito da RHF. Fornecemos bolsas do estudo e ajuda de custo em momentos de crise para atletas de Rédeas de todo o mundo”, corroborou Leslie Baker, diretora executiva da RHF.
As provas foram julgadas por Mark Turner, Nicholas Baar, Rieky Young-Van Osch, Paolo Carraro e Tiziana Volpi. No Derby da IRHA, a vitória na Open N4 ficou para o polonês Lucasz Czechowicz, que montou CSG Magnifique Gun, marcando 225 pontos na final. A categoria pagou 67 mil Euros e foi a primeira vez que a Polônia ganhou uma prova da associação Italiana. O Derby foi para cavalos de quatro, cinco, seis e sete anos hípicos. Resultados completos, clique aqui.
Por Luciana Omena
Fonte: NRHA
Fotos: Bonaga Communication