Brasileiro Franco Bertolani venceu o Futurity de Ardmore

 Como é praxe nas provas de Rédeas nos Estados Unidos, teve Brasil vencedor em outra categoria também. Renata Lemann ganhou o Ride and Slide na sexta

 Mais uma prova importante encerrada e mais uma vitória para o Brasil. O SWRHA Futurity aconteceu de 19 a 29 de outubro, no Hardy Murphy Coliseum, em Ardmore, Oklahoma, promovido pela Southwest Reining Horse Association, uma afiliada à NRHA. Foi o último potro do futuro da temporada antes do NRHA Futurity, que começa no próximo dia 23 de novembro. Além dessa categoria para cavalos de três anos, a programação incluiu provas em outras categorias também, como Novice Horse, provas abertas, nas categorias intermediarias, entre outras, com vitória do Brasil novamente, em duas categorias.

Na noite deste sábado (28), a final do Open Futurity foi a disputa principal na arena. Tendo marcado a maior nota da classificatória, o brasileiro Franco Bertolani teve a atenção toda voltada para ele quando entrou com Chex For Nite, do Cardinal Ranch. E eles não decepcionaram a torcida! Ao marcar 223, confirmaram o título do nível 4 e levaram para casa, Aubrey/TX, US$ 15.788,30 de premiação.

Franco Bertolani recebe sua premiação de campão. Foto: cedida

Esse foi o segundo futurity que ele venceu na temporada, foi campeão em Denver em agosto, mas em todos os demais, Tulsa, Vegas, Ohio, entrou com os cavalos na final e marcando boas notas. Agora, o treinador tem a dura missão de escolher os três que ele considera terem chances de ir bem e até ganhar a prova mais esperada do ano.

“É uma boa prova, paga uma boa premiação, é importante. O nível foi bom demais, a final foi bem forte, notas muito perto uma da outra. Foi minha primeira vitória em Ardmore e ganhar uma prova grande, perto do Futurity de Oklahoma, é de muita felicidade. O cavalo está muito bem, já tinha apresentado ele em outras provas, mas com penalidades, em Southwest não tivemos penalidades e deu tudo certo. Ele vem constante, me mostrou que tem um grande potencial e está entre meus três cavalos e vamos para Oklahoma. Agora, nessas três semanas que faltam, é tentar não errar, manter tudo tranquilo, para fazer um bom Futurity esse ano”, disse o campeão.

O reservado campeão nível 4 foi Craig Schmersal, com Diggin For Proof, marcando 222. Com FM Cottonwood, Franco entrou na zona de premiação, terminando em 13° (empatado) ao marcar 216,5. Gabriel Borges, brasileiro radicado nos Estados Unidos, também esteve na final da Open Futurity e seu melhor resultado foi o 18° lugar (empatado) na nível 3, com Gotta Shiney Playboy – nota 210. Com essa nota ele ficou em 14° no nível 3 e 12° no nível 1.

Clemerson Barbalho

O Futurity Non Pro nível 4 teve a predominância da família McCutcheon. Com Gunner Be Custom, Mandy McCutcheon marcou 218 par vencer a categoria. Cade McCutcheon, com 217 foi o segundo, montando Customized Dually. Na terceira posição, com This Chics Nite, Mandy voltou ao podio ao marcar 215.5. Ela empatou nessa colocação com Gina Maria Schumacher, filha do heptacampeão de F1 Michel Schumacher, que montou Pale Face Whiz BB.

As boas notícias não pararam por ai. Na terça (24), pela Novice Horse Open, houve um empate entre quatro conjuntos em terceiro lugar. Fernando Salgado levou premiação com dois cavalos nessa colocação. Marcou 72 com Shine Yur Gun e SB Kachinatinseltown.

Ano passado, o título da Open nível 4 também foi de um brasileiro. Fernando Salgado com Loveya  empatou em primeiro nos níveis 4 e 3 e ganhou o nível 2. Em 2016, Franco venceu a Open Class N4 com Mizzens Little Step, e esse ano, na mesma categoria, ficou em quinto com Inferno Sixty Six e a nota 73. No encerramento do evento, dia 29, em outra Open Class, a vitória foi de dois brasileiros, que terminaram empatados. Fernando Salgado com Lovenya e Clemerson Barbalho, no dia do seu aniversário, com Gotta Shiney Diamond, marcaram 72,5!

“Essa competição não era de nível muito alto, mas foi muito importante para mim, pelo fato de eu ter apresentado essa égua no Futurity de Tulsa e ter tido muitas penalidades. Por ser muito nova de treinamento, esse mês ela completa um ano de treinamento, fica em desvantagem de praticamente um ano dos outros potros da idade dela. Realmente me concentrei e a preparei com muito cuidado. Passei a semana pensando que entraria em pista como se fosse a primeira classificatória do Futurity e deu certo! Ela não tomou nenhuma penalidade dessa vez, mostrando que esta sólida para competir na grande prova da temporada. E a vitória foi mais emocionante, pois ganhei esse grande presente de aniversário, ter empatado em primeiro lugar com o Fernando”, contou Clemerson.

Renata agradece sua companheira. Foto: cedida

Mas teve uma brasileira realizando sonhos na arena de Ardmore esse ano! A carioca Renata Lemann adquiriu a égua Lil Dreamer em 2015 com objetivo de correr prova nos Estados Unidos e a deixou em treinamento com o brasileiro Eduardo Salgado. Ele participou de algumas provas e seguiu com o treinamento dela, que teve que ficar parada seis meses por causa de uma lesão. Voltando às pistas esse ano, com o Eduardo, Lil Dreamer marcou 217,5 no NRHA Derby e venceu a Novice Horse Open em Tulsa.

Nesse tempo, Renata foi algumas vezes aos Estados Unidos, acompanhar o desenvolvimento e montá-la um pouco, esperando uma oportunidade para correr uma prova com ela. “Eu estava sem fazer prova de Rédeas desde 2014 e Ardmore coincidiu com uma brecha na minha agenda. Tinha vindo umas cinco vezes antes disso, montá-la. Semana passada eu decidi vir correr essa prova, tendo apenas quatro dias para ficar nos Estados Unidos. Cheguei aqui, treinei, e no dia seguinte ganhei”, conta ela, que foi campeã da categoria Ride and Slide Non Pro nível 1, na sexta (27).

No sábado (28), mesma categoria e uma nova disputa, Renata e sua égua foram terceiro lugar. A Ride and Slide é uma prova bem para os iniciantes. Depois, um grau acima, tem a Green Reiner, que Renata também correu, mas não foi tão bem. E ficando um pouco mais difícil, tem a Rookie. Ela aproveita para nos explicar que a próxima em grau de dificuldade é a Limited Non Pro, que ela espera correr um dia, e depois tem a Prime Non Pro, que é para cavaleiros acima dos 50 anos.

“A Lil uma égua muito fácil de montar, mansa, professora e acabou dando certo de ganhar a prova. Mas ainda preciso treinar muito para chegar num grau de excelência. Eu adorei a experiência! Foi muito bom correr prova aqui, porque existem várias categorias que permitem correr duas a três provas por dia. Caso você não vá bem em uma, tem que levantar a cabeça e já ir para a próxima e é muito bacana isso. Não da tempo de ficar triste e remoer os erros. E são provas com grau de dificuldades diferentes, pistas boas. Foi uma boa oportunidade para concorrer com todos os tipos de níveis amadores”, reforça ela.

Um sonho realizado. Renata Lemann recebe sua premiação no Estados Unidos. Foto: cedida

Lil Dreamer entrará de férias agora. “Pretendo vir novamente em 2018. E é muito importante falar que nada disso teria acontecido se não fosse o Eduardo Salgado. Ele treina a égua e deixa ela no ponto exato. Eu nunca tinha feito prova com uma mão na rédea e dei conta. Ele é um excelente treinador para amador também. Agradeço a ele e a Tati (esposa), que dá todo o suporte!”

A SWRHA é uma organização sem fins lucrativos, que se dedica à promoção do cavalo de Rédeas, uma associação uma afiliada à NRHA, fundada em 1984. A principal missão da SWRHA é promover a criação, treinamento e apresentação dos cavalos de Rédeas, promovendo alguns eventos ao longo da temporada, sendo o principal, o SWRHA Futurity, além de sancionar uma série eventos pela NRHA. Mais informações: www.swrha.com.

Por Luciana Omena

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