Atleta aposentado de montaria em touros esteve em Greensboro liderando um seminário para jovens a fim de ensinar técnicas de montaria em touros
Qualquer hóspede do Sheraton Four Seasons em Greensboro, na Carolina do Norte, em meados de outubro viu Charles Sampson. Um homem de baixa estatura com um chapéu de cowboy de cor creme circulava pelos corredores. Principalmente para quem pode ouvir suas lições, foi um final de semana especial.
Se prestasse muita atenção, podia-se ver sua mão esquerda fechada com um punho cerrado acima do colo. Segurando uma corda imaginária que ele tinha acabado de enrolar cuidadosamente. Mantendo o braço livre no ar, demonstrando aos fãs a técnica adequada para sincronizar o ritmo.
“Acho que ‘montei’ mais touros do que qualquer um durante esse final de semana”, conta Sampson, 62 anos, em seguida abrindo um largo sorriso. “Vejo isso como meu trabalho. Amo ensinar o que aprendi, ajudando crianças e jovens, conquistando fãs para o esporte. Amo promover a PBR”.
As aulas de Sampson fazem parte da ação promocional ‘Be Cowboy’. Ele é uma lenda e suas lições devem ser sorvidas gota a gota por todos que um dia querem se tornar um profissional destacado do esporte. A saber, esse foi o décimo seminário da temporada atual.
Lições
Sua missão é importante. Ele fala sobre a vida. Se alguém merece aconselhar jovens sobre como ser um profissional sem baixar a cabeça, esse alguém é Sampson. Um eterno otimista de Watts, Los Angeles, que se concentrou em um objetivo. Posteriormente, tornado-se um dos grandes nomes do seu tempo.
“É preciso muita coragem para ser um bullrider. Ademais, é preciso preparação e trabalho duro para ter sucesso”, comenta com os jovens. Medo, sim, ele existe. E Sampson não esconde isso das crianças. Sobretudo, ele ensina que é essa é a hora de enfrentá-lo.
“Ao chegar ao fundo do brete e subir em cima do touro, um certo nervosismo pode aparecer. Mas é isso que fazemos e temos que confiar. Treinamos para isso, estamos preparados. É o seu sonho, que muitas vezes demorou para chegar. Quando chamarem seu nome, é melhor você estar pronto”.
Para ser um cowboy, antes de tudo, Sampson explica que não é necessário que se tenha chapéu nem fivela no cinto. “Você só precisa de coragem e determinação e, acima de tudo, amizade”. Sua trajetória por si só já é uma inspiração.
História
O jovem de Watts, Los Angeles, foi coroado melhor do mundo em 1982. Tornou-se, portanto, o primeiro cowboy negro a conquistar o mundial de montaria em touros. Crescendo em um bairro urbano difícil, Sampson podia não ter o mesmo histórico e pedigree de outros atletas.
Mas ele tinha uma coisa em comum com todos: o desejo ardente de querer um ‘algo a mais’ na vida do que qualquer outra coisa: montar em touros. “Viver nesse meio me ajudou a ficar longe dos problemas”.
Sampson ganhou bolsa de estudo para a Central Arizona College por ser da equipe de rodeio. Quando criança, adorava passear nos estábulos perto de sua casa – morava nas proximidades, ao lado dos trilhos da estrada de ferro – e ir aos leilões de cavalos.
Em mais uma de suas lições, ele não veio de família rural, não tinha fazenda nem cavalos. Sua família não era conhecida e ninguém a sua volta tinha conexões com o rodeio. Mas, ele foi lá e venceu!
Quando estava na ativa, não existiam os coletes de proteção, por exemplo. Sampson sofreu um acidente feio em 1979 durante um rodeio em Iowa. Uma vez que estava curado, seguiu ganhando grandes etapas até chegar ao título mundial da PRCA em 1982.
Sem dúvida, uma lenda do esporte! Aparecia em programas famosos da época, era garoto-propaganda de marcas como Coors e Timex. Tendo ido, inclusive, a uma reunião privada na Casa Branca com o presidente Regan.
O atleta foi homenageado pela PBR com o Ring Of Honor e está na galeria exclusiva do Hall da Fama da entidade. Por tudo isso e muito mais, ele permanece grato. Portanto, esse é um dos motivos que ensinar e inspirar jovens o faz se sentir tão bem.
Por Andrew Giangola/PBR
Tradução e adaptação: Luciana Omena
Fotos: PBR