Da incerteza por conta da pandemia às adequações para que acontecesse, mais uma PBR World Finals que ficará na memória. Antes de mais nada, o Brasil conquistou seu 11° título mundial com José Vitor Leme. Ao fim das montarias, quatro brasileiros encerraram temporada entre os dez melhores do mundo. E muitos outros fizeram bonito durante a etapa final e na briga pelo título de novato do ano.
A disputa da final mundial da PBR não só mudou de local como também teve um dia a menos. Aconteceu, portando, de 12 a 15 de novembro, no AT&T Stadium, em Arlington, Texas. Las Vegas não sediou o World Finals esse ano por conta das restrições a eventos pagos com público tendo em vista que a pandemia ainda vigora. Os títulos foram decididos, então, em cinco rodadas. O brasileiro José Vitor Leme conquistou sua fivela de ouro e o bônus de US$ 1 milhão antecipadamente no sábado (14).
Então, com o mundial ‘fora do jogo’, toda atenção no domingo (15) ficou para a decisão do campeão da etapa e dos títulos de Rookie of the Year e melhor touro do ano. Em resumo, o norte-americano Boudreaux Campbell sagrou-se campeão da etapa e novato do ano em sua primeira PBR World Finals. Com a premiação pelo título e mais o que ganhou nos rounds, volta para casa US$ 368.500,00 mais rico.
Sua performance, sobretudo, o colocou do 33° ao 3° lugar da classificação geral da PBR 2020. “Estou sem palavras. Trabalhei nisso o ano todo, principalmente ao considerar o ano que tivemos”, comenta o jovem, que também está classificado para disputa a National Finals Rodeo, a final mundial da PRCA.
Brasileiros que foram destaque na PBR World Finals
A fivela estava garantida, mas José Vitor Leme ainda podia ganhar o título da etapa. “Ele teve duas montarias bem difíceis na última noite e acabou não vencendo seus touros. Mas nada que manchasse o que ele fez durante toda a temporada. Nada que apague o brilho de uma das temporadas mais brilhantes de um campeão mundial em todos os tempos”, analisa Abner Henrique, nosso colaborador e especialista em rodeio.
José Vitor Leme somou 1573 pontos e encerrou a temporada 2020 com US$ 1.601.931,57. Mesmo não montando por testar positivo para Covid-19 na semana da final, João Ricardo Vieira manteve o segundo lugar na classificação geral, 916,91 pontos. Marco Eguche fez mais uma World Finals impecável, saiu do 19° para encerrar a temporada em 4° lugar. O quarto brasileiro no Top 10 é Kaique Pacheco, sexto lugar com 685,50 pontos.
De acordo com Abner, Marco Eguchi não pode ser considerado uma surpresa. “Poucos apostavam nele e Eguche foi o melhor brasileiro da final. Montou muito bem durante todas as noites e esteve muito próximo de fazer história vencendo o evento pela segunda vez. O desempenho neste fim de semana garantiu a melhor colocação de sua carreira na PBR e, certamente, o coloca como um dos favoritos para o próximo ano”.
A análise de Abner aponta ainda a conclusão de Kaique Pacheco. “Acredito que teve como maior adversário o sorteio. Parou nos três primeiros touros, mas teve notas baixas e conquistou poucos bônus. Não que isso tenha feito diferença na briga pelo título mundial, mas acreditávamos que ele terminaria o ano em segundo lugar. Montou bem, teve um bom aproveitamento, mas acabou conquistando poucos pontos durante o fim de semana”.
Outras análises
Com toda a certeza, outros destaques do Brasil foram Eduardo Aparecido e Silvano Alves. Conforme Abner conta: “sempre constantes, fizeram uma boa final e são nomes experientes que devemos ficar de olho no próximo ano também”. Sem esquecer de Alex Cerqueira, terceiro colocado no Rookie of the Year. Aliás, dos 17 que contam como novatos, oito são brasileiros. Em resumo, tem muito mais gente para brilhar em 2021.
Aos 36 anos, João Ricardo Vieira é, com toda a certeza, um dos destaques da temporada. Mesmo sem participar, manteve a segunda posição no ranking. “Isso se deve a uma combinação de resultados, já que os que estavam mais próximos dele e que acreditávamos que poderiam ultrapassá-lo, não conquistaram pontos suficientes. Os principais bônus ficaram nas mãos de quem estava muito distante no ranking e isso foi o fator fundamental para o João Ricardo manter a vice-liderança. De fato, algo que eu acredito que foi muito justo pela excelente temporada que ele fez”, reforça Abner.
Não dá para deixar de analisar a trajetória de Boudreaux Campbell. Não chega a ser uma ‘zebra’, pois é um jovem que já provou seu talento, mas não fazia parte da lista de favoritos a vencer a PBR Finals. “Contudo, mostrou que cresce muito em momentos decisivos. Fez excelentes montarias, aproveitou muito bem os bônus e o título da etapa ficou em boas mãos”.
Abner comenta também sobre Jess Lockwood, uma ‘incógnita’ devido a ainda se recuperar de lesões. “A impressão, entretanto, é que ele fisicamente estava bem. O que me faz acreditar que as quedas nas três primeiras noites foram provocadas pelo lado psicológico mesmo”. Em outras palavras, ele sentiu a pressão de ver que era quase impossível vencer o campeonato. “Sem dúvida, não foi o Lockwood que conhecemos, mas fez uma excelente montaria, justamente depois que o título já estava definido.”
Final mundial só para mulheres
Cinco mulheres se tornaram-se as primeiras na história a reivindicar o cobiçado título de Campeã Mundial de Rodeio Feminino. Como novidade em 2020, a PBR se uniu a WCRA e lançou o Women’s Rodeo World Champion. No total, US$ 750 mil em prêmios, com US$ 60 mil para cada campeã. As disputas foram nas modalidades Breakaway Roping, Team Roping (cabeça e pé), Três Tambores e All-Around.
As quatro melhores do ranking WCRA entraram direto na disputa principal, enquanto as demais participaram da fase de classificação. De 8 a 12 de novembro, cada modalidade realizou sua classificatória em Fort Worth, Texas, com as seis melhores juntando-se as quatro já classificadas para a decisão no AT&T Stadium, em Arlington. As melhores do mundo tiveram um espaço de honra no meio da programação da PBR World Finals.
Rylie Smith e Hope Thompson, com 13s66 (penalizadas) foram consagradas campeãs no Team Roping. Nos Três Tambores, Hallie Hanssen, com Tres Movidas (por Tres Seis), superou a líder e favorita ao título ao marcar 14s735 e ficar com o título. Madison Outhier, de 18 anos, foi a estrela do Breakaway Roping. Um dos nomes que despontam na modalidade marcou 2s08 na decisão. Por fim, o título mundial WCRA/PBR All-Around ficou para a lenda Jackie Crawford, a que mais pontuou em mais de uma modalidade.
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Por Luciana Omena
Fonte: PBR
Crédito das fotos: BullStockMedia/PBR
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