Rédeas: aperfeiçoando as manobras rundown e parada

Ruben Vandorp nos fala um pouco de como melhorar sua performance em dois momentos importantes do percurso

Os rundowns são as corridas em linha reta pelo meio da arena em direção da parada. E a parada, ou esbarro, é o ato de diminuir a velocidade do cavalo, do galope para a posição de parada, trazendo os posteriores embaixo do corpo do cavalo, em uma posição fixa e deslizando com ambas as patas traseiras numa linha reta, sem variação da garupa, mantendo uma movimentação para a frente e mantendo os anteriores em contato com o solo.

As definições acima são do livro de regras da National Reining Horse Association, a associação americana da modalidade, para que você entenda melhor sobre quais manobras vamos falar nesse texto. O treinador Ruben Vandorp comenta a seguir como melhorar sua confiança nessas duas manobras através de exercícios simples para que você marque sempre notas positivas.

O rundown, geralmente, provoca duas sensações para os competidores: estresse ou euforia. Pode ser o começo de uma parada fantástica ou pode resultar em um deslizamento incerto. O segredo está, portanto, em não ter que se preocupar em ser uma coisa ou outra, os dois extremos. Mas sim, se cavalo e cavaleiro conhecem as expectativas e a mecânica da manobra, fica tudo mais fácil.

Vandorp gosta muito dessa manobra, assim como gosta de treinar um cavalo para ter confiança no rundown, momento que o que leva à parada e impulsiona adrenalina. Em algumas provas, ele vê outros cavaleiros tendo desafios com o rundown e a parada, ou não entendendo por que não marcaram mais pontos.

“As pessoas saem da arena, olham para a foto de uma grande parada, e se perguntam por que os juízes não deram uma nota melhor nessa manobra. Na verdade, é preciso levar em conta toda a abordagem”, reforça Vandorp, que treina no Cinder Lakes Ranch, em Valley View, Texas. “Como o cavalo correu, deslizou, parou ou fez o rollback? Muitas pessoas esquecem de olhar a manobra como um todo”.

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Uma boa parada é o resultado de um cavalo disposto a correr com confiança. E um cavalo descontraído e relaxado cria uma imagem bonita para os juízes

Quando ensina cavalos ou atua com pilotos não profissionais, Vandorp trabalha o rundown e a parada separadamente. Observa da partida para a corrida até a linha reta, passando pelo aumento de velocidade, depois aperfeiçoando o cavalo a reunir, trazendo os posteriores embaixo do corpo, até a parada. Não adianta um movimento bonito, mas ele tem que ser, sobretudo, correto tecnicamente.

“Parte das questões que vejo são relacionadas ao cavaleiro, e outra grande parte é relacionada ao cavalo. Quando um cavalo gosta de realizar a manobra, ele não muda de direção nem antecipa a parada. Ele não ficará se perguntando quando o cavaleiro irá dar o comando, mas estará sempre pronto para fazer o seu trabalho, ou seja, vai acertar a manobra e fazer da mesma forma quantas vezes for pedido”.

Para que o cavalo execute o rundown de forma perfeita, não adianta querer imitar uma bala de canhão disparada, como analogia. De acordo com Vandorp, o rundown deve ter uma aceleração suave até chegar a uma velocidade em que o cavalo pode entrar no solo com força para fazer a parada.

Para ensinar um cavalo a permanecer relaxado e confiante enquanto corre, Vandorp segue uma rotina de construção de velocidade e depois para de forma consistente. “Eu passo o tempo correndo para cima e para baixo para surpreendê-los com uma parada. Eu gasto muito tempo na corrida, mas explicando ao cavalo como eu quero parar, para construir confiança”, comenta o treinador. “Se vejo que ele não gosta de sensação da parada, trabalho essa parte até que eles realizem de forma perfeita”.

Para ele, a confiança do cavalo vem de saber o trabalho que precisa fazer e entender o que e como o cavaleiro espera que eles façam. “Eu mantenho isso simples. A outra coisa que faço é não ir além do treinamento deles. Não ultrapasso o limite sempre pedindo mais, mas encerro quando ele me dá o que eu peço, em sua zona de conforto”.

O cavalo ideal de Vandorp é aquele que avança sem se desviar para a direita ou para a esquerda. Mas caso ele faça isso, seja pelo motivo que for, até por uma mudança de pista ou ambiente, ele precisa consertar. “É preciso colocá-lo de volta ao curso, mas nada é feito rapidamente ou de uma maneira que preciso punir o cavalo. Apenas o realinho com as expectativas para corrigí-lo, elogiando sempre com um tapinha no pescoço”.

Consertar um problema pode levar dez minutos ou dez dias. “É preciso quebrar os maus hábitos. Se o cavalo sabe que tem que correr forte e rápido até parar, mas não entende como  construir essa velocidade ou esperar o momento certo sem antecipar, ele só precisa reaprender o que se espera que faça. Para isso, gosto de criar situações em que ele não me ‘ouça’, então eu posso corrigi-lo gentilmente e realinhar as expectativas. Quando finalmente faz da forma correta e relaxa, não antecipando, então é hora de partir para a prova”, finalizou.

Fonte e Fotos: Quarter Horse News
Tradução e adaptação: Luciana Omena

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