Scott Snedecor conseguiu o que parecia impossível em final pela PRCA

Professional Rodeo Cowboys Association realizou as finais do mundial de Steer Roping dia 2 e 3 de novembro, em Mulvane, Kansas

Tirar o título das mãos de ninguém menos que Tuf Cooper é uma das tarefas mais difíceis. Mas Scott Snedecor conseguiu. Eles disputaram a Clem McSpadden National Finals Steer Roping no final de semana, valendo o título da etapa final e o da temporada. Se você acessar o ranking mundial da PRCA, consegue acompanhar o andamento dessa modalidade, mas a final não acontece junto à National Finals Rodeo.

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Scott Snedecor vence pela quarta vez campeonato mundial de Steer Roping

Esse tipo de laço, que não temos no Brasil, é um resgate do trabalho dos cowboys da fazenda. No esporte, o conjunto (cavalo e cavaleiro) tem uma corda amarrada ao bezerro, e quando o laçador pede para abrir do brete, deve laçar somente após essa corda se soltar do bezerro e ele ter rompido a barreira, no menor tempo possível.

Para Snedecor, que está na PRCA desde 1996, era a oportunidade de ganhar sua quarta fivela de ouro. E na última laçada, ele foi impecável. O laçador de Fredericksburg, Texas, chegou ao título, o quarto no geral – 2005, 2008, 2017 e 2018 – e o segundo de forma consecutiva ao vencer na décima rodada. Foram dez rounds e ele confirmou ao marcar 9s0 na Kansas Star Arena.

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Scott Snedecor

Quando chegou ao décimo round estava em quinto lugar na média da etapa e a diferença dele para o líder do mundial era de pouco mais de US$ 4 mil. Para ultrapassar Cooper, ele teria que vencer. E foi o que fez! Foi o 14º laçador a entrar em pista e sua premiação na última rodada foi de US$ 9.155,00. Cooper era o próximo a laçar, mas a missão tinha ficado difícil após Snedecor assumir a primeira posição do round. Por sua performance, ele foi o quarto melhor da etapa.

Na trajetória para o título, Snedecor venceu a segunda rodada, a décima e empatou com o melhor tempo na primeira. Ele também foi o segundo na quarta rodada e quarto no sexto round. Só na final, foram US$ 51.086,00, a maior soma entre todos os finalistas.

O ranking mundial é medido por dinheiro ganho nos rodeios e na final. Cada rodada na final valia dólares, do primeiro ao sétimo colocado na ordem dos tempos marcados. Mesmo tendo que bater ninguém menos que Tuf Cooper, pelo formato das disputas, era algo possível. Snedecor terminou a temporada com US$ 121.930,00, enquanto Cooper, o segundo colocado, US$ 112.157,00.

“Isso foi incrível!”, disse Snedecor, 43 anos. “Eu só queria ganhar um título mundial e não importava se ganharia outro ou não depois do primeiro. Agora, tenho uma fivela para todos da minha família”. Snedecor e sua esposa, Kelli, têm dois filhos, Colton e Kallyn.

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Scott Snedecor quando ganhou seu
terceiro título em 2017

“Eu não trato mais os números, não é o meu negócio. Eu apenas treino e me preparo para cada competição. Estava lá e me concentrei ao máximo em fazer o melhor e me divertir. Claro, que teria sido melhor que a confirmação do título tivesse vindo antes da décima rodada, mas cara, foi uma emoção muito grande. E tudo se resume a você se preparar bem e fazer com que isso valha a pena”.

Snedecor se junta a Rocky Patterson com quatro fivelas douradas em Steer Roping pela PRCA. Apenas o lendário Guy Allen (18), Everett Shaw (6) e Trevor Brazile (6) têm mais títulos que Snedecor e Patterson.

Seu companheiro nessa conquista foi o cavalo Possum. “Ele é um excelente atleta. Stephen Stransky é dono desse cavalo e ele e eu crescemos juntos. Tenho a sorte de montar nele. Não importa em que circunstância ele esteja, é ótimo sob qualquer condição, pontuação longa, pontuação curta. Possum ajuda muito o meu trabalho e eu tenho sorte de ter um amigo assim, que me deixa montá-lo sempre que preciso”.

Tuf Cooper teve uma excelente temporada, estabelecendo o recorde da PRCA por dinheiro ganho em Steer Roping, antes da final. Foram US$ 89.427,00 amealhados nas etapas da temporada regular, que lhe deram a liderança e o favoritismo. O recorde anterior de dinheiro ganho era de Guy Allen, em 1998, com US$ 87.927,00.

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Tuf Cooper

No entanto, Cooper não fez uma boa final. Não pontuou em seis dos dez rounds. Sua melhor rodada foi a sexta, um 8s3, o melhor tempo do round. Essa marca é a corrida mais rápida na história da NFSR. Cooper se junta à Cash Myers (2006), Jess Tierney (2015) e Allen (2016), que também detém esse recorde.

Depois de perder terreno nas primeiras rodadas da competição, Cooper ficou em quarto na sétima, mantendo a liderança do ranking. Mas voltou a ter problemas quando sua laçada no oitavo round foi invalidada. A emoção para quem acompanhava de perto veio novamente na nona rodada quando Cooper venceu. A decisão tinha ficado realmente para o décimo e último round.

“Queria muito esse meu primeiro título mundial em Steer Roping, mas Scott Snedecor é o melhor do mundo e está de parabéns. Nem se eu tivesse vencido o décimo round, não teria ficado com o título e o mérito é todo dele”, comentou Cooper. O melhor da etapa final foi Cody Lee, somando 132s0, saindo de 15° para sexto lugar no ranking final.

Lee e Bryce Davis, o segundo colocado na média com 136s7, foram os únicos competidores a laçar todos os dez bois. Trevor Brazile, o maior cowboy do mundo, chegou perto do seu sétimo título mundial. Termina a temporada de Steer Roping em terceiro lugar. A premiação total da NFSR foi de US$ 425.000,00.

Por Luciana Omena
Fonte e Fotos: PRCA

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