Lesões e a perda de um grande amigo atrapalharam a temporada do atleta canadense
Pozzobon faleceu a um ano, 9 de janeiro, em Merritt, British Columbia (Canadá). Ele tinha 25 anos de idade. Calçado com as botas do amigo, em uma espécie de homenagem, um ano depois, na estreia da temporada 2018 em New York City, Byrne lembra que Ty lutava com o fato de ainda querer ser competitivo. “Foi um ano difícil após perdemos Ty Pozzobon. Minha mente não estava no jogo. Eu não estava pronto para montar os touros e competir, especialmente nesse nível da PBR”, comentou.
A temporada de Byrne foi marcada por lesão após lesão, enquanto tentava lutar para ficar perto do alto nível competitivo da PBR. Uma lesão na virilha, outra no pulso e um tornozelo quebrado resultaram em um 101° lugar no ranking mundial. Mas nada disso chegava perto do que ele estava sofrendo internamente. Havia uma certa culpa, de pensar quem talvez pudesse ter feito algo para ajudar Pozzobon, que cometeu suicídio.
“Depois do que aconteceu com Ty, ficamos cara a cara com os perigos do esporte. Sempre soube, na verdade, desde que eu era criança. Mas a realidade ficou muito mais evidente quando levei meu amigo pelo corredor em um caixão. Era como um ‘isso vale a pena?’. Eu tenho esposa e filho. Passar por tudo isso nos faz dar uma olhada profunda e repensar”. E foi justamente com o apoio da família que ele se recuperou e decidiu que queria continuar. Era o que o amigo, certamente, queria que ele fizesse. A força que a esposa, familiares e amigos deram a ele no ano que passou foi o combustível para que ele retomasse o ânimo. Ainda não é fácil, mas ele agora se sente bem melhor e com vontade de fazer o que o faz feliz, que é montar em touros.
Byrne passou do processo de luto e está mais no estágio da lembrança. Em homenagem a Pozzobon, espera ajudar a continuar a aumentar a conscientização sobre saúde mental, especialmente quando se trata de concussões. Quer participar de campanhas que tenham como público-alvo fãs e atletas de rodeio em todo o Canadá e Estados Unidos, com a Ty Pozzobon Foundation, a PBR Western Sports Foundation e o time de medicina esportiva da PBR.
Enfrentar essa temporada não será fácil, mas ele se sente pronto. Fisicamente, cuidando das lesões, e mentalmente, levando com ele o amor pelo esporte. E claro, sem deixar que o amigo saia de suas lembranças. Seu colete agora tem um adesivo do slogan ‘Live Like Ty’, criado pelo amigo Randy Quartieri. “Para mim, significa viver da mesma forma como ele tratava as pessoas, o quão bom ele era com todos que o cercavam.”
Por Luciana Omena
Fonte: PBR/Justin Felisko
Fotos: Andy Watson
