Concurso Completo de Equitação volta do Pan com medalha e vaga

Além da prata por equipes, que rendeu a qualificação do país para Toquio 2020, Carlos Parro foi bronze individual

O domingo, 4 de agosto, foi perfeito para o Time Brasil de Concurso Completo de Equitação. Após as fases de Adestramento e Cross Country, o Salto fechou as disputas da modalidade nos Jogos Pan-americanos de Lima, no Peru. Objetivos alcançados: medalhas e a vaga para os Jogos Olímpicos. Com a conquista da prata por equipes, o Brasil carimbou o passaporte para Toquio ano que vem.

E ainda ficamos com bronze individual de Carlos Parro, o Cacá. A equipe formada por Rafael Mamprin Losano/Fuiloda G, Marcelo Tosi/Starbucks e Carlos Parro/Quaikin Quious conquistou o segundo lugar com apenas 122,1 pontos perdidos. Os Estados Unidos foram ouro, 91,2 pp, e o Canadá, bronze, totalizando 183, 7 pp. Apenas as equipes medalha de ouro e prata garantiram a vaga para as Olimpíadas. Dos 42 conjuntos, somente 22 disputaram a final do Salto com percurso idealizado pelo brasileiro Guilherme Jorge.

Primeiro a largar no Salto, o caçula da equipe Rafael, 21 anos, fechou a prova com apenas 0.4 pp por ultrapassar o tempo concedido no percurso. Marcelo Tosi cometeu somente um derrube. O último em pista foi Carlos, que zerou o percurso e manteve os mesmos 34,9 pp do Adestramento. Foi a pista zerada que lhe deu a medalha de bronze. Rafael fechou com 37,8 pp na soma das três fases, em sexto, e Marcelo foi sétimo, 48,4 pp.

Concurso Completo de Equitação no Pan 2019
Galope da vitória

“Viemos aqui primeiramente para garantir a nossa qualificação para Toquio e atingimos nosso objetivo. Só tenho a agradecer o esforço individual de cada um dos integrantes da nossa equipe, técnico e chefe de equipe”, destacou Carlos, que esteve em quatro Jogos Olímpicos e em Pans. Incluindo ter integrado as equipes panamericanas medalha de bronze em 2007 e prata em 2015. Ele monta Quaiking Qurious há somente três mesese. “Estou muito feliz, atingimos nosso objetivo, estamos em Toquio. O bronze foi uma consequência do nosso trabalho”.

A exemplo de Carlos e Marcelo, Rafael, que foi a seu primeiro Pan, também treina na Inglaterra. “Já estou há cinco anos morando fora e tenho o privilégio de treinar com Mark Todd, multicampeão neozelandês, ícone máximo da modalidade. Mas nem em meus melhores sonho, eu esperava chegar até aqui. Só tenho a agradecer a minha família e equipe, nosso treinador aqui no Pan Ademir Oliveira, que me acompanha desde criança e a chefe de equipe Julie Purgly”.

Para Marcelo, é claro, a missão também fui cumprida. “No Cross acabei perdendo 15 preciosos pontos ao encostar em uma bandeirola. Mas meu cavalo, que assim como as montarias dos outros integrantes da equipe, é muito novo e se portou muito bem. Agora nosso foco é Toquio”.

Concurso Completo de Equitação no Pan 2019
Carlos Parro no Salto

Na trajetória para a medalha, o time passou em terceiro após o Adestramento e virou em segundo depois das provas de Cross. O técnico Ademir Oliveira, pioneiro da modalidade no país, estava só emoção: “Esse resultado é fruto do trabalho desses meninos que não mediram esforços para estar aqui e fizeram por merecer”.

Ele também agradeceu ao “nosso cavaleiro Ruy, que infelizmente sofreu um acidente ontem, mas passa bem, ao reserva Marcio Appel e todos que fizeram parte do processo seletivo. Estou muito orgulhoso”, disse. Julie Purgly, chefe de equipe, também enalteceu o trabalho do grupo, familiares, tratador e lembrou bem: “agradeço muito aos nossos maravilhosos cavalos.”

Um grande susto abriu a participação da equipe do Brasil no segundo dia CCE. Segundo informações do Comitê Olímpico Brasileiro, Ruy Fonseca sofreu uma queda do cavalo durante a prova de Cross Country. Ballypatrick SRS, sua montaria, tropeçou em um dos obstáculos e acabou caindo sobre ele.

Concurso Completo de Equitação no Pan
Marcelo Tosi no Cross

Ruy ficou deitado no gramado depois da queda, sendo prontamente assistido pelo médico do Time Brasil, Dr Mateus Saito. Apesar do susto, o atleta de 46 anos e o cavalo passam bem. O cavaleiro teve uma fratura no úmero proximal do braço esquerdo e vai precisar de cirurgia no ombro, e fraturas em três costelas. Ruy esteve no Pan de Toronto 2015 e defendeu o Brasil nas Olimpíadas de Londres 2012 e Rio 2016.

Com as duas medalhas em Lima 2019, prata por equipes e bronze individual, o Concurso Completo de Equitação agora computa dez medalhas em Panamericanos: uma de ouro por equipe, quatro de prata (três por equipe) e cinco de bronze (três por equipe e duas individuais).

 A primeira medalha foi o memorável ouro por equipe em 1995, em Mar Del Plata, na Argentina, quando André Giovanini montando Al do Beto foi bronze. As duas pratas por equipe foram conquistadas em 1999 em Winnipeg e em 2015 em Toronto, também no Canadá, quando Ruy Fonseca montando Tom Bombadill Too foi prata individual.

Concurso Completo de Equitação no Pan
Ruy Fonseca em ação no primeiro dia, Adestramento

Os três bronzes por equipe do CCE foram conquistados em 2003 em Fair Hill, quando o Pan foi em Santo Domingo, na República Dominicana, mas as provas de CCE foram transferidas para os Estados Unidos, em 2007 nos Jogos do Rio de Janeiro, e em 2011, em Guadalajara, México.

O próximo desafio do Time Brasil no Hipismo é o Salto, de 6 a 9 de agosto. O Pan de Lima reúne cerca de 6580 atletas de 41 países das Américas. Dos 39 esportes, 22 valem como classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. No total, o Brasil terá 485 atletas em ação na capital do Peru.

Concurso Completo de Equitação no Pan
Julie Purgly, chefe de equipe, Ademir Oliveira, técnico, Tosi, Parro e Rafa

Colaboração: Assessoria de Imprensa CBH
Fotos: Luis Ruas/CBH

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