A parada é um dos momentos mais importantes da prova de Rédeas

Confira três dicas que o farão aprimorar o treinamento do seu cavalo para a modalidade

Uma parada forte pode, dependendo das condições
da arena, produzir uma nuvem de poeira.

Fomos conversar com Eduardo Salgado, treinador com mais de 15 anos de experiência, há cinco morando nos Estados Unidos, sobre o momento máximo de uma prova de Rédeas: a parada.

Por definição, parada é quando o cavalo acelera o galope e para completamente, deslizando as patas traseiras no chão e ‘caminhando’ com as patas dianteiras. Uma parada forte pode, dependendo das condições da arena, produzir uma nuvem de poeira. Quanto maior a velocidade, maior o grau de dificuldade. O movimento deve terminar em linha reta e a posição do corpo, pescoço e cabeça do cavalo durante o esbarro não deve mudar.

Sem dúvida, é o movimento favorito do público. Para esmiuçar um pouco de algumas particularidades da parada, listamos três tópicos. Veja as considerações Eduardo Salgado sobre cada um deles.

Em que momento do treinamento você começa a colocar velocidade nas corridas? 

“No meu programa de treinamento, vou colocando a velocidade gradativamente. Nunca pulo etapas para que o cavalo não fique com nenhum trauma. É um erro colocar a velocidade cedo, sem que o cavalo esteja pronto. Pode acarretar, para o resto da vida, problemas nas corridas, como explodir, antecipar, entortar.

O momento máximo de uma prova de Rédeas: a parada.

Outra coisa que acho muito importante é, conforme o cavalo vai melhorando, vamos aumentando a velocidade, para que ele chegue sólido nas primeiras provas. O erro nesse ponto está em ir devagar até muito perto da prova e, de uma hora para outra, querer acelerar. Para mim, o ideal é, conforme o cavalo vá avançando etapas, ir aumentando a velocidade. E entender que, às vezes será necessário voltar um pouco, recomeçar alguma etapa, para que o cavalo fique sólido.

Por exemplo, tenho um cavalo que está correndo e parando bem na velocidade ‘3’. Aumento para ‘4’ e ele não consegue se acertar. Eu tento algumas vezes, mas se vejo que ele está ficando ansioso ou não conseguindo me dar aquilo que peço, volto para a velocidade ‘3’, ou até mesmo para a ‘2’. Mostro para ele que é possível, que ele consegue. Então, quando ele entende, volto a aumentar a velocidade. Isso pode levar alguns dias”.

Como é a sua rotina de treinamento de paradas próximo das provas?

“Minha rotina de paradas perto das provas depende muito do cavalo que estou montando. No meu programa, procuro sempre tratar cada cavalo individualmente. Se tenho um cavalo muito parador, me preocupo bastante com as corridas, sempre deixando bem alinhado e crescendo gradativamente, pois vai ser uma manobra que vou explorar muito na prova. Esse tipo de cavalo, procuro não realizar muitas paradas nos treinos, somente uma ou duas.

Nunca pule etapas para que o cavalo não fique com nenhum trauma.

Se tenho um cavalo que tem algum tipo de problema, eu trabalho muito em cima do problema. Se ele é um cavalo que não faz força, eu procuro sempre ir corrigindo para que faça força. Se é um cavalo que trava a frente, vou trabalhando para que ele solte. Se tenho um cavalo que explode na corrida, trabalho muito até que ele fique me esperando. E assim por diante, sempre lembrando que é importante cuidar da corrida. Não se tem uma boa parada com uma corrida ruim. Me e preocupo muito com as corridas”.

Acerte o treinamento para ter um melhor
aproveitamento na hora da prova

Na hora da prova, no que você mais se concentra para executar a parada da melhor forma possível?

“No momento da prova, o que mais concentro em fazer nas paradas é o que está sólido para o cavalo. Se eu estiver um cavalo que está parando para 0 (não tem crédito nem débitos dos juízes), e acabar tocando muito, provavelmente vou dar uma parada em que terei desconto na nota nessa manobra, e o que queremos é sempre crédito. Eu procuro sempre tocar o cavalo na velocidade que ele está acertando com facilidade. Lembrando muito de construir toda sua corrida, parada, rollback ou recuo. Qualquer detalhe te dá crédito ou te tira nota. Importante lembrar também de praticar o que você irá apresentar. Não adianta querer chegar na hora da prova e mudar tudo o que está treinando em casa. Quase certeza que, se mudar, não vai dar certo. Para apresentar forte, treine forte”.

E ai? Bora para pista praticar?

Por Luciana Omena
Colaboração: Karol Rodrigues
Fotos: Arquivo Pessoal

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