Apolônio Hipólito Alves Junior, 30 anos, formato no curso de Gestão em Equinocultura pela Uniso/UC, vem se destacando no mundo da Rédeas
Ainda menino na exposiçãoagropecuária de Iturama
Mineiro, nascido em Uberaba, provavelmente usou o jeito manso de ser para chegar onde chegou. A meta é conquistar ainda mais coisas, mas pode-se dizer que ele já é um vitorioso. Não só por buscar uma formação sólida e seguir carreira, mas por acreditar que todo sonho é possível de ser vivenciado em seu mais perfeito significado. Estabelecido em Itapira/SP, ele toca o Apolo Equitação Western e Rédeas, que não chama de centro de treinamento. Segundo ele, além de treinar os cavalos para competição, o intuito do rancho é formar cavaleiros e disseminar o conhecimento equestre.
Seu relacionamento com cavalos começou desde criança. Ele nem lembra ao certo quando foi que montou pela primeira vez. Sabe, pelas histórias que a família conta, que o pai já o colocava em cima dos cavalos ainda bebê. Seu trabalho vem chamando atenção, não só por sua dedicação em todos os setores, mas, em particular: o desenvolvimento da nova geração da Rédeas. Na etapa do Núcleo Anhanguera do Cavalo de Rédeas – NACR, realizada dia 3 de janeiro, mais dez minicowboys e cowgirls estavam sob sua tutela e deram show. Vamos conhecer um pouco mais sobre a história dele? Confira!
Com os pais e o irmão em sua formatura no curso de Gestão em EquinoculturaComo começou sua relação com os cavalos?
Apolônio: Minha família tinha fazenda de gado em Limeira do Oeste/MG e o cavalo era a ferramenta principal para o trabalho. Além de ser uma ferramenta de trabalho, meu pai tinha paixão por cavalos. Principalmente os da raça Quarto de Milha. Eu sempre gostei da vida de fazenda, trabalhar com o gado e montar cavalos. Então o cavalo não foi algo que me apresentaram e eu comecei a gostar. Eles sempre estiveram presentes na minha vida como parte fundamental para o meu crescimento pessoal e profissional.
Demonstração de doma com o Pat Parelli na UCVocê fez curso de Gestão em Equinocultura. Porque buscou essa formação?
Apolônio: Eu comecei cursando medicina veterinária em Uberaba, na UNIUBE, mas desde o início do curso eu sabia que não exerceria a profissão de médico veterinário, pois o que eu realmente queria era montar cavalos. Depois de dois anos, uma amiga minha, Dra Naira Araújo Lorena Matas, me falou sobre a Universidade do Cavalo. Em agosto de 2008 eu me inscrevi em um curso de doma, ministrado pelo Jon Ensign, na UC. Na verdade, eu fiz curso, principalmente, para conhecer e entender o que é o Gestor de Equinocultura, saber o que ele faz, onde trabalha e o que realmente faz. Então, comecei o curso de Gestão em 2009 e, pouco tempo depois, o Aluísio Marins me contratou para fazer parte do time UC. Eu comecei a trabalhar antes mesmo de terminar a faculdade.
Treinando potros no Rancho DinizComo foi depois de formado? O mercado absorveu?
Apolônio: O Gestor de Equinocultura é um profissional capaz de trabalhar em diferentes áreas da equinocultura e além de trabalhar em diversas áreas, ele está cada vez mais presente e se faz necessário nos centros equestres devido a profissionalização da equideocultura brasileira. Então, sim, tive mercado e deu tudo certo. Antes de iniciar o curso Gestão eu já domava cavalos dos amigos e vizinhos.
Domando potro na UCComo se deu sua relação com a Rédeas?
Apolônio: Eu sempre quis praticar a modalidade Rédeas, mesmo sem saber que ela existia. Porque para trabalhar na fazenda, você precisa de um cavalo ‘bão de boca’, uma gíria utilizada para distinguir um cavalo hábil e que execute todo o trabalho com o mínimo de esforço do cavaleiro através das rédeas. E no dia que eu li uma reportagem sobre a modalidade, descobri que era o que eu realmente queria fazer com os cavalos. Depois de quatro anos trabalhando com o time UC e aprendendo a ser um profissional do cavalo eu decidi sair e trabalhar especificamente com Rédeas. Voltei para Minas, Iturama, cidade onde cresci, e abri um CT, que não durou um ano. Decido então mudar para Itapira e trabalhar com Gilson Diniz, o cara que me ensinou tudo sobre rédeas e o treinamento de cavalos para a modalidade.
Curso Horse KidsEu não me acho um cavaleiro talentoso, sempre tive muita dificuldade em montar com uma técnica mais refinada. Minha grande qualidade como cavaleiro é que eu sou persistente, mesmo que falem que eu não levo jeito para ser um redieiro, eu sempre continuo treinando e tentando melhorar minha equitação. Por esse motivo eu sei da importância que tem uma pessoa disposta a ensinar o que sabe, mesmo para aquele cavaleiro que monta todo errado e que não leva jeito nenhum. Se ele tem vontade de aprender, isso que importa. Aprendi muito com o Aluísio Marins a passar o meu conhecimento sem ficar escondendo os detalhes.
E as crianças, como foi esse lance de treiná-los e levá-los nas provas?
Apolônio: Dar aula de equitação para uma criança não é apenas ensinar a montar. É passar valores importantes para um cidadão de bem, pois um cavalo não é uma máquina que usa e depois fica guardada até usar da próxima vez. Um cavalo precisa de um cavaleiro responsável e que seja capaz de cuidar de outra vida.
Dando aula de equitação em ItapiraQual o seu objetivo como profissional do cavalo?
Apolônio: Tenho vários objetivos. Ajudar pessoas através do cavalo, me tornar um grande treinador e tantos outros.
Tem alguém que você admira e se espelha?
Apolônio: Admiro muitas pessoas, não tenho apenas um ídolo. Admiro muito meu pai e minha mãe, que sempre me ensinaram a importância do trabalho e me transformaram no homem que sou. No meio equestre admiro muito Aluísio Marins, que até hoje recorro a ele quando preciso de algum conselho ou alguma ajuda. E admiro muito também o sr Gilson Diniz, que mesmo sendo ‘o’ cara, trabalha todo dia no seu rancho montado toda a tropa.
Por Luciana Omena
Fotos: arquivo pessoal