Expectativa lá em cima sobre a presença brasileira da Rédeas no WEG

O World Equestrian Games ou Jogos Equestres Mundiais é o único evento que reúne cavalos e cavaleiros de todo o mundo em uma só competição

A primeira edição dos Jogos Equestres Mundiais aconteceu em 1990, em Estocolmo, Suécia. É uma realização da Federação Equestre Internacional, com apoio das confederações e federações de cada modalidade em cada país pelo mundo e ainda de uma comissão organizadora responsável na cidade sede.

Realizado a cada quatro anos, o WEG já passou por Stocolmo, Suécia (1990), Haia, Holanda (1994), Roma, Itália (1998), Jerez de La Frontera, Espanha (2002), Aachen, Alemanha (2006), Lexington, Estados Unidos (2010) e Normandia, França (2014). São realizadas competições de Salto, Adestramento, CCE, Volteio, Enduro, Atrelagem, Rédeas e Adestramento Paraequestre.

Tryon International Equestrian Center. Foto: tryon2018.com

A Confederação Brasileira de Hipismo é a entidade filiada à FEI que tem a responsabilidade de realizar as seletivas e organizar a ida das equipes e atletas brasileiros ao mundial. Especialmente para uma dessas modalidades, a expectativa para participação na edição 2018, que acontece na Carolina do Norte, Estados Unidos, de 11 a 23 de setembro, é bastante alta.

A Rédeas, única modalidade ‘western’ integrante do quadro da FEI e da CBH, é o esporte relativamente mais novo entre os demais. Foi reconhecido pela FEI em 2000, após uma demonstração nos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996. A primeira participação da Rédeas em Jogos Equestres se deu em 2002.

Xande Ramos em 2002. Foto: CBH

Junto à FEI e CBH, no que diz respeito ao WEG, está a Associação Nacional do Cavalo de Rédeas, entidade que promove e regulamenta a modalidade em todo território nacional. Francisco Moura, presidente da ANCR, está há quatro anos formatando um projeto para que o Brasil chegue competitivo à edição desse ano.

“Nossa expectativa com o WEG 2018 é muito alta, pois temos uma equipe muito forte e estruturada. As seletivas foram muito fortes e mostraram a qualidade que teremos neste evento. Esperamos superar nossas participações nos últimos anos de Jogos Equestres e quem sabe buscar uma medalha desta vez!!!!”, ressalta ele.

Em 2002 marcamos o nosso melhor resultado no individual até hoje, com o nono lugar de Xande Ramos. Por equipes ficamos em sexto; em 2006, João Felipe Lacerda foi 15° lugar no individual e por equipes ficamos em oitavo; Wellington Teixeira foi o 14° em 2010 no individual e por equipes nosso resultado foi o sétimo lugar; na última edição, em 2014, no individual, Paulo Koury Neto terminou em 13° e por equipes fomos novamente oitavo lugar.

Com a evolução do modelo de treinamento, idas constantes dos treinadores, criadores e proprietários ao berço da modalidade, que é os Estados Unidos, aperfeiçoamento de genética, temos realmente chances de melhorar essa estatística.

Francisco Moura em 2014 na
França. Foto: Adilson Silva

Segundo Chico Moura, uma estratégia diferente foi adotada. “Este ano teremos uma equipe estruturada com funções definidas e com pessoas altamente capacitadas. Faremos uma preparação da equipe na Cardinal Ranch, no Texas, onde além do treinamento teremos palestras e conversas sobre regras e como disputaremos estes WEG 2018”.

O presidente reforça que a ANCR é um grande apoiador deste evento, porém o WEG é realizado, organizado e com as regras feitas pela CBH e FEI. “A ANCR tem como objetivo fomentar a modalidade Rédeas e com isso assumimos a função de realizar as seletivas e dar todo apoio para o Time Brasil junto com a CBH. Nosso pensamento e trabalho nestes últimos quatro anos foi em conseguir classificar um time de cavaleiros e cavalos com condições de disputar medalhas. Tenho certeza que conseguiremos fazer grandes apresentações e alcançaremos nossos objetivos”.

Nossa esquadra verde e amarela de Rédeas já tem seus cinco integrantes, que serão anunciados em breve de forma oficial pela CBH. Após três seletivas no Brasil – novembro 2017 no ANCR Super Stakes, março 2018 no ANCR Derby e junho 2018 no Futurity Haras Dan – e participações de cavaleiros brasileiros em CRI 3* nos Estados Unidos, o time foi definido.

Cinco cavaleiros já se preparam para essa missão: Franco Bertolani, Thiago Boechat, João Felipe Lacerda, Marcelo Almeida e Roberto Jou. Franco, Thiago, João Felipe e Marcelo farão as apresentações por equipes e Roberto fica como reserva. No Individual, os cinco disputarão pelo Time Brasil.

A vaga é do competidor, podendo levar o cavalo que montou nas seletivas ou alugar um no país da competição. Tanto os cavaleiros, como os cavalos, deverão ser afiliados e estar em dia com as taxas das três entidades para poder participar.

Time Brasil em 2014. Foto: Adilson Silva

Com a vaga na mão, é importante que os competidores fiquem atentos a todas as regras, pois essa responsabilidade de conhecimento e com documentação, registro, entre outros, é do cavaleiro. As despesas referentes à participação de atleta e animal também ficam a cargo do competidor.

Três cavalos já estão nos Estados Unidos e dois – F5 Licurgo Tapajós e Mahogany Whiz -, os vencedores das seletivas brasileiras, estão em fase de preparação e captação de patrocínio para viajar. A equipe se reúne 15 dias antes do início dos Jogos para a preparação.

Torcida na Normandia.
Foto: Adilson Silva

“Este ano não teremos verba da lei do incentivo ao esporte como nos outros anos. A CBH está nos ajudando como pode e da melhor forma possível. O apoio e ajuda da CBH é muito importante para nosso sucesso. O custeio será feito pelos cavaleiros/proprietários. Estamos trabalhando com patrocínio para conseguirmos ajudar nestes custos”, reitera Chico.

A equipe brasileira de Rédeas ainda será composta por um Chefe de Equipe – João Marcos de Arruda; um treinador – Ann Salman; um ferreiro – Paulo Firmino; e veterinário – Marcelo Grillo. Além deles, cada cavaleiro vai levar um responsável pelos cavalos.

Após a cerimônia de abertura no dia 11, logo no dia 12 de setembro a Rédeas já entrará em pista. A primeira batalha será na disputa por equipes e qualificação para o individual. No dia 13, novamente, classificatória para o individual. A final individual, com disputa das medalhas de ouro, prata e bronze, acontece no dia 15.

Chico Moura avisa: “Podem guardar as bandeiras da Copa do Mundo de Futebol, pois terão orgulho do nosso time e tenho certeza que balançaremos muito estas bandeiras em setembro!!!”

Por Luciana Omena

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