Roberto Jou com vitória e Marcelinho em segundo carimbam passaporte!

A terceira e última seletiva para formação do time brasileiro de Rédeas para o WEG aconteceu durante o Haras Dan 2018

A expectativa acabou! Já sabemos com certeza quem são os classificados através da seletivas brasileiras para formar a equipe que representará o Brasil na modalidade Rédeas nos Estados Unidos, durante os Jogos Equestres Mundiais, que acontecem de 11 a 23 de setembro, no Tryon Equestrian Center, em Mill Spring, Carolina do Norte. A maior competição equestre do globo, com as oito disciplinas pertencentes ao quadro da Federação Equestre Internacional e Confederação Brasileira de Hipismo.

Roberto Jou e F5 Licurgo Tapajós. Foto: Divulgação/Clóvis Prates

Julgada por François Zurcher (juiz de prova) e por Laura Rossetti (juíza de equipamento), ambos credenciados FEI, a prova aconteceu junto à programação do tradicional Futurity Haras Dan, em sua 14ª edição, e 8° GP Reminic N Dunit, e a 4ª etapa do Núcleo Castelo Branco de Rédeas.

Roberto Jou ganhou dois dos três Concursos de Rédeas Internacional – CRI 3* – montando F5 Licurgo do Tapajós. Na primeira seletiva, em novembro durante o ANCR Super Stakes, ele ganhou com nota 74, repetindo a nota nessa terceira prova. Como o regulamento prevê um descarte da nota mais baixa – pontuação do conjunto na segunda seletiva foi 72 -, o treinador do Rio Grande do Sul chegou a 148 pontos.

“Foi muito emocionante quando a classificação foi confirmada. O Licurgo vem de uma série de muitas provas fortes e estava um pouco cansado, mas conseguimos reverter esse quadro, fazer ele ter vontade de se apresentar novamente. Ele acabou um pouco desacreditado, pois algumas pessoas não acreditavam que ele podia voltar à sua ótima performance, mas ele voltou. Das três, ganhamos duas, e a emoção foi muito grande por termos dominado as seletivas quase que por completo. E também toda a repercussão por mais um cavalo Crioulo classificado para o WEG. A raça Crioula é uma família muito grande e sentimos o apoio de todo mundo. Foi muito emocionante mesmo, fica difícil até de expressar em palavras”, conta Jou.

Da segunda para a terceira prova, a estratégia era corrigir alguns problemas identificados na segunda seletiva, quando não marcaram tão alto como esperavam. “Um dos problemas, normal de qualquer cavalo, é antecipar um pouco o esbarro, e eu sabia que só conseguiria arrumar isso levando ele a provas, pois em casa não acontece. Então, com toda equipe, criamos uma estratégia que deveríamos treiná-lo em provas. E aí entrou uma ajuda enorme das duas regionais aqui do Sul, a ARCR (Rio Grande do Sul) e ACCR (Santa Catarina), que permitiram que eu ‘escolasse’, em cada categoria eu entrava no final para fazer o percurso. Em cada regional eu apresentei de sete a oito vezes. Foram duas no RS e uma em SC. E ele foi melhorando e entendeu que podia esperar os comandos”.

Premiação de Jou nessa última seletiva, ao lado de Chico Moura (esq), Gilvana Marca dos Santos, proprietária do animal
e Adriano Chupeta do NCCR. Foto: ANCR/Jequitibá Comunicação

Agora começa a preparação final para ir aos Estados Unidos. Desde o começo, a ideia sempre foi fazer as seletivas com o Licurgo e levá-lo para competir nos Jogos. “A primeira parte já foi, nós conseguimos classificar, e agora começa a segunda jornada, junto à FEI, CBH, ANCR e também à ABCCC, para viabilizar a ida do Licurgo e deixar tudo ok para a competição. Queremos ir buscar medalha. Não estou pensando em ir só para participar, realmente acredito que temos chance de conquistar medalha e vamos focar para que isso dê certo”.

O paulista Marcelo Almeida era o outro favorito pelo seu desempenho nas duas primeiras provas válidas. Em novembro, ele marcou 73,5 com Mahogany Whiz, e venceu a segunda seletiva, em março durante o ANCR Derby, com 74,5, montando a mesma égua. Antes do descarte, ele já somava 148 pontos. Em sua terceira e última tentativa, marcou 73,5, mantendo a soma e carimbando seu passaporte junto a Jou.

“Foi uma emoção muito grande. É um sonho que começou a ser realizado. Batalhei muito e esse ano eu foquei nisso, poder ter a chance de representar o Brasil nos Jogos Equestres Mundiais. A gente coloca metas nessa vida e tentamos alcança-las e estou muito feliz de ter conseguido. Foi o primeiro passo, realizei o sonho da classificação, e agora é preparar tudo para estar lá!”, conta Marcelinho.

Marcelinho comemora sua vaga, um sonho que ele busca realizar há alguns anos. Foto: ANCR/Jequitbá Comunicação

Assim como Jou, Marcelinho desde o começo já tinha avisado que caso classificasse iria levar a Mahogany para ser sua companheira nas competições. “Agora a ideia é manter ela condicionada, escolar em algumas provas e viajar. A preparação da equipe esse ano está bem bacana, teremos uma aclimatação antes, e vamos com tudo em busca da segunda etapa desse sonho que é fazer boas apresentações nos Jogos”.

A realização dos CRI 3* foi conjunta entre FEI, CBH e ANCR, e segundo regras da CBH, o time brasileiro será formado por cinco atletas – classifica o competidor, podendo levar o cavalo que montou nas seletivas ou alugar um no país da competição. Tanto os cavaleiros, como os cavalos, deverão ser afiliados e estar em dia com as taxas das três entidades para poder participar. Com a vaga na mão, é importante que os competidores fiquem atentos a todas as regras, pois essa responsabilidade de conhecimento e com documentação, registro, entre outros, é do cavaleiro. As despesas referentes à participação de atleta e animal também ficam a cargo do competidor.

Foto: ANCR/Jequitbá Comunicação

Paulo Koury Neto e Gilson Vieira Diniz Filho, que já defenderam as cores do Brasil em outras edições do WEG, estavam entre os que concorriam às vagas e bateram na trave dessa vez. O Time Brasil de Rédeas deverá ser formado por Jou e Marcelinho e ainda Franco Bertolani, Thiago Boechat e João Felipe Lacerda. Os dois primeiros moram nos Estados Unidos e participaram dos CRI por lá, obtendo índice estipulado pela FEI. Já João Felipe, fez duas provas válidas nos Estados Unidos e uma aqui, preenchendo o requisito para concorrer a uma das três vagas disponíveis para fora do Brasil. A convocação deve ser feita em breve e só assim teremos a confirmação. Os classificados disputarão a competição por equipes e individual.

Há informações de que a preparação será diferente esse ano. Antes de embarcar para Mill Spring, a equipe passará por um treinamento. Cavaleiros e comissão técnica deverão chegar cerca de 15 dias antes dos Jogos e ficarão alojados no Cardinal Ranch, no Texas. Além do treinamento em pista, muito será falado sobre as regras da FEI para o WEG, já que o descumprimento delas pode gerar desclassificação. O planejamento diferente para essa quinta participação do Brasil nos Jogos visa melhorar ainda mais as boas chances de conquistar classificações importantes, tanto por equipes como no individual.

Tryon International Equestrian Center. Foto: tryon2018.com

Os Jogos Equestres Mundiais acontecem de quatro em quatro anos com disputas de Salto, Volteio, Concurso Completo de Equitação, Adestramento, Atrelagem, Enduro, Paraquestre e Rédeas. O Brasil manda equipes em todas as classes. O Tryon International Equestrian Center tem uma área de mais de seis milhões de metros quadrados, com 1,2 mil cocheiras permanentes, 12 picadeiros incluindo uma arena internacional iluminada com capacidade para 12 mil pessoas e área VIP para 1,5 mil, além de uma arena coberta com cinco mil lugares sentados. A expectativa é receber 500 mil espectadores ao longo de 14 dias de Jogos.

Por Luciana Omena

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