Maria Luiza Michelin Fagundes escreveu seu nome na história da Rédeas no país ao conquistar a Tríplice Coroa na modalidade. A feito ocorreu graças ao título de campeã do Derby Nacional 2023, categoria Amador N4, vencido em meados de março, em Avaré (SP).
Montando Queen Special Panda, animal de propriedade de sua família, Haras Virginia, a jovem de apenas 18 anos se tornou a primeira mulher a se consagrar com essa marca. E bem no mês comemorativo ao Dia da Mulher, deixando o registro ainda mais importante.
“Foi tão especial que fica até difícil de colocar em palavras. Sonhei tanto com esse dia e me dediquei tanto, que a ficha ainda não caiu. Ser a primeira mulher a conseguir esse feito só me faz ter mais certeza ainda de que nós (mulheres) podemos e somos capazes de realizar tudo aquilo que quisermos”, comemorou a jovem.
A conquista do Tríplice Coroa foi ainda mais especial para a redieira, pois sua égua, Queen Special Panda, é filha de seu garanhão Panda Gunner. “Ela foi a única fêmea que nasceu na geração dela. Então, eu estava levando nossa marca na sela”, afirmou Maria Luiza.
Queen possuía uma fratura condilar na segunda falange e no começo não seria domada, mas por ironia do destino, ela não só foi domada como foi considerada o melhor animal Amador da temporada 2020/2021 da ANCR – Associação Nacional do Cavalo de Rédeas.
“A Queen, como o próprio nome dela já diz, sempre foi uma ‘rainha’. Resolvemos tentar doma-la porque a fratura era antiga, não tinha como operar e, principalmente, porque ela não sentia nada, não tinha claudicação clínica. Mas, se ela sentisse qualquer desconforto, iríamos parar”, relembra Maria Luiza.
“Quem iniciou a Queen foi o Douglas Novetti, que na época trabalhava para o meu treinador Marcelo Almeida. Ela sempre se mostrou muito habilidosa e mansa. Depois de domada, o Marcelo começou a montá-la e eu corri ela. Acho que deu certo!!!”, brincou.
E deu muito certo! O conjunto tem em seu currículo títulos nas três principais provas da modalidade.
Início na Rédeas
Como toda jovem de apenas 18 anos, Maria Luiza Fagundes acabou de terminar o ensino médio e já se prepara para o vestibular, que será no meio do ano. Mesmo com a rotina de estudos, ela concilia sua paixão, o cavalo, e treina todos os dias no haras da família.
Seu início no esporte se deu aos 7 anos, quando seu avô, José Fagundes observou que ela “tinha futuro” e construiu um centro de treinamento na sua propriedade o Centro de Treinamento Haras Virgínia.
“Meu avô foi um dos meus maiores incentivadores, ele viu que eu estava levando isso muito a sério, e resolveu construir um Centro de Treinamento na minha cidade, pertinho do Haras. Montei com o Rodrigo Nieves por uns 7/8 anos e agora eu monto com o Marcelo Almeida desde 2019”, afirma.
Para o futuro, Maria Luiza deseja seguir sempre montando e evoluindo, “porque sempre quero mais. Não sei se vou aposentar a Queen agora ou se vou correr mais algumas provas nela, como a Copa Sacramento, isso ainda será decidido”.
Tríplice Coroa
A Tríplice Coroa é uma marca obtida quando o conjunto vence as três principais provas da modalidade, no caso das Rédeas, Potro do Futuro, Super Stakes e Derby. As conquistas não precisam, necessariamente, ocorrerem no mesmo ano. Enquanto o cavalo for elegível para a prova, o conjunto concorre à Tríplice Coroa.
Maria Luiza Fagundes e Queen Special Panda faturaram o Potro do Futuro Amador N2,3,4 2021; o Super Stakes Amador N4 2021, e agora o Derby Amador N4 2023.
Por Camila Pedroso . Redação Cavalus
Fotos: Reprodução / Arquivo pessoal / Foto Perigo
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