Um homem que superou os obstáculos da vida e venceu, sendo hoje um dos maiores treinadores de Team Penning.
Um paranaense de origem simples, que só teve contato com a energia elétrica e foi ver uma televisão de perto aos 12 anos de idade, saiu da roça para batalhar por uma vida melhor aos 15 anos. Chegou a Ribeirão Preto e foi trabalhar em fazenda com manejo de animais e ali aprendeu uma profissão, foi ser domador, através da parceria com Rodrigo Leonel, isso em 1985.
A partir de então Adelson Gonçalves se dedicou intensamente aos equinos, se tornando além de domador também treinador, trabalhando com animais para as modalidades de Três Tambores, Seis Balizas e Laço.
E em 1995 conheceu o Team Penning e hoje é considerado um dos mais respeitados treinadores da modalidade, com quase 60 animais alojados em seu Centro de Treinamento, no Parque de Exposições Expogal de Cajuru, além de ser o diretor do Clube do Cavalo da cidade.
Casado há 20 anos com Patrícia Gonçalves é pai de Guilherme e Gabrielle, que seguem seus passos nas competições no Team Penning, formando uma forte equipe. E desde que iniciou a Liga Leste Paulista de Team Penning acompanha todas as etapas formando trio com os filhos, clientes e amigos, com os quais já conquistou inúmeros títulos.
E nesta 3ª edição da Revista Liga Leste Paulista de Team Penning, Adelson Gonçalves nos contou um pouco dessa sua batalhada história de vida no meio do cavalo. Confira.
Como começou no meio equestre?
Adelson Gonçalves: Há 28 anos estou nesse meio. Comecei em 1985, domando cavalos, burro, mulas, quando aos 15 anos de idade saí do Paraná, onde eu trabalhava na roça de café e fui para Ribeirão Preto trabalhar com a lida de animais na Fazenda do pai do Rodrigo Leonel, e ele me ensinou a domar. No começo era só doma para cavalgada, era mais Mangalarga do que Quarto de Milha e depois foi entrando cavalos para competição. Então comecei a treinar cavalos para as modalidades de Tambor, Baliza e Laço. Fui me aperfeiçoando, fiz vários cursos e fiquei trabalhando só com essas modalidades até 1995.
E Como foi para iniciar no Team Penning?
AG: Iniciei no Team Penning através do Núcleo de Ribeirão Preto, isso em 1994. Acredito ser nessa região o mais velho no esporte. E em 1999 quando surgiu a Liga, eu já comecei a participar e desde então, estou presente em todas as etapas há 14 anos.
E em todo esse tempo como treinador, quantos títulos você conquistou?
AG: Nossa são inúmeros títulos nas quatros modalidades, nem sei dizer quantos, a maior parte no Team Penning, nas provas da Liga, da ABQM, nos Rodeios. Mas o título mais importante que já ganhei tenho bem fresco na minha memória, foi no Jaguariúna Rodeio Festival em 2006, quando fui campeão e ganhei um carro, a minha maior premiação.
Qual a maior dificuldade que teve que enfrentar nesses anos como treinador?
AG: A maior dificuldade era quando eu colocava a mão no bolso e não tinha dinheiro pra nada, passei um tempo bem difícil na minha vida, mas superei e hoje Graças a Deus conquistei muitas coisas boas.
E o que mais marcou na sua vida como treinador?
AG: O que mais marcou é que antes eu era bem pouco e hoje já tenho alguma coisa. Eu sou paranaense, morava na roça, trabalhava com café, fui morar em uma casa com energia elétrica aos 12 anos de idade. E batalhei , casei , tive meus filhos e hoje tenho o meu próprio Centro de Treinamento.
Como foi para montar o Centro de Treinamento Adelson Gonçalves?
AG: Aos poucos as coisas foram se encaixando, no Parque de Exposições Expogal de Cajuru, consegui um espaço e montei o Centro de Treinamento e uma escolinha para iniciação na modalidade de Team Penning, mas continuo trabalhando nas quatro modalidades, treinamento, doma e ainda aluguel de cocheiras.
E hoje quantos animais você tem alojado no CT Adelson Gonçalves?
AG: Hoje tenho 60 cavalos alojados no CT, das modalidades de Laço Ranch Sorting, Team Penning e Tambor e Baliza. E dessas modalidades, a minha paixão é o Team penning, porque todo mundo é amigo, uma família e fora que é de onde sai à maior parte da minha receita hoje.
E na parte da escolinha, quantos alunos você tem?
AG: Tenho 20 alunos de Team Penning e Ranch Sorting os quais ensino a base para eles, falando de equitação, regras e táticas de competição.
Você tem dois filhos e eles estão seguindo seus passos no Team Penning. Como é vê-los seguindo seus ensinamentos, a família unida?
AG: O Guilherme compete desde os 4 anos de idade e a Gabrielle também. É muito gratificante ter eles sempre comigo nas competições, correndo junto, ou em outros trios, vendo o prazer deles em estarem nesse meio. E a minha esposa é a secretária, que resolve tudo.
Você passou por várias etapas do Team Penning. Como vê a modalidade hoje?
AG: Houve uma evolução muito grande, você como era antes, na questão dos bois, o número era marcado com borrachinha, aí a gente passava a prova inteira arrumando número. E hoje os números são sofisticados, por aí você já imagina o quanto melhorou. Os cavaleiros já começam com entendimento, já entram sabendo um pouco de tudo, é mais fácil ensinar, o que antes eram bem crus.
E como um experiente treinador de Team Penning qual a dica para quem está iniciando?
AG: A dica é: coragem, vontade e um cavalo bom. O mais importante é ter um cavalo bom.
Escrito por : Verônica Formigoni