Fomos conversar com o Zé Mario, que atua na Liga Leste Paulista de Team Penning há mais de 20 anos, para entender melhor o assunto
O Team Penning, antes de mais nada, é um esporte equestre que evoluiu do trabalho comum da fazenda de separar o gado em currais para identificação de marcas, medicamentos ou transporte. Para a competição consiste, um trio de cavalo/cavaleiro precisa separar três bois de um lote no fundo da arena e colocá-los no curral no menor tempo possível. Tudo sob a supervisão de um juiz.
Esse, que assegura não só que as regras sejam cumpridas, bem como atesta o bem-estar de animais (cavalos e bois) e competidores. Fomos conversar com Jose Mário Rodrigues de Souza, que é juiz da Liga Leste Paulista de Team Penning a mais de 20 anos, para entender melhor as funções e responsabilidade do cargo.
“A primeira prova de Team Penning no Brasil em 1996 fui eu que julguei. Aconteceu no Clube do Cavalo de Espírito Santo do Pinhal/SP. Logo depois, veio a Liga Leste. Entramos agora em 2020 no 21° campeonato e eu trabalho com eles durante todo esse tempo. Também julgo as provas da modalidade no famoso rodeio de Barretos há 16 anos”, conta Zé Mario.
Confira!
Regras
“Precisamos conhecer a fundo as regras do campeonato ou prova que vamos julgar. Para estar de acordo com o que pede a comissão organizadora ou o organizador. Contudo, basicamente, é importante prestar bastante atenção nas penalidades impostas os trios. Já que é algo que pode desclassificar e mudar todo o resultado final da categoria. Como por exemplo, existem provas que o competidor pode jogar o chapéu para cima. Mas em 90% dos eventos não é permitido”.
Responsabilidade
“Acredito que, em primeiro lugar, o juiz do evento deve ser neutro. Não favorecendo ou prejudicando qualquer competidor. Seja ele quem for. Devendo, sobretudo, aplicar o regulamento da prova em todos, sem distinção. Em seguida, é dever do juiz também observar a boiada, se está sadia e apta para a prova. Zelar, de fato, pelo bem-estar dos animais, bois e cavalos, e competidores.
Durante todo esse tempo em que estou, eventualmente, na Liga Lesta Paulista, aprendi e também ensinei muito. No começo, era complicado, por exemplo, a boiada não era muito parelha, diversas raças misturadas. Dificultava muito, não só para o juiz, mas também para os competidores. E o gado ainda era identificado por fitas coloridas, que não ajudava”.
Legado
“Acompanhei toda a evolução dos competidores de Team Penning e da modalidade em si. Os atletas hoje sabem que é preciso conhecer bem o regulamento e os critérios de julgamento. A relação interpessoal também é importante, pois se os competidores conhecem como o juiz trabalha, entendem o regulamento, sempre haverá um respeito muito grande de ambas as partes.
Todo mundo nesse meio investe bastante para estar em condições competitivas. Quando eles chegam na prova, querem saber que podem contar inteiramente com o juiz, mesários, bandeira, manejo, secretaria e locutor.
É uma grande responsabilidade a nossa, sem dúvida. Quer seja por deixar a pista em condições favoráveis para a competição, assegurando acima de tudo o bem-estar animal, quer seja para que o regulamento do campeonato seja cumprido com justiça a todos”.
Por Luciana Omena
Colaboração: Paulo de Morais
Crédito da foto: Divulgação/Arquivo Pessoal
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