Robledo Barbosa Goulart Junior, 41 anos, é natural de Goiânia. Hoje mora em Nerópolis/GO, onde toca seu Centro de Treinamento 2RP, ao lado da esposa Patrícia e do filho Robledo Neto. Além deles, o pai e o irmão também estão envolvidos com o cavalo. Aliás, foi vendo o pai laçar quando menino que o treinador despertou para esse esporte.
“Meu primeiro contato com cavalos foi desde que eu nasci praticamente. Mas a primeira lembrança que eu tenho é de estudar em uma escolinha a 4 km da fazenda, onde está o CT até hoje. No começo, minha mãe me levava de carroça, e depois eu ia todos os dias montado em uma eguinha comum que tínhamos”, lembra Robledo.
Sempre que tinha oportunidade, ele estava montado ‘atrapalhando’ o povo na lida com o gado. “Digo atrapalhando porque nessa época era muito novo. Essas são minhas primeiras lembranças. Eu devia ter meus 6 a 7 anos de idade”.
Nascido no meio, Robledo Junior já praticou mais de cinco modalidades: Três Tambores, Maneabilidade, Seis Balizas, Hipismo Rural, Laço Individual, Rédeas, Team Penning. Porém, hoje ele se dedica profissionalmente ao Laço em Dupla. Além disso, do esporte em si e competições, divide seu trabalho ainda em doma e treinamento de cavalos.
O laço
Através do pai Robledo Junior conheceu o laço. “Cresci vendo ele laçar. No início era muito comum ter soltas (castração de bois no pasto), por isso eu o acompanhava. Lembro de, nos intervalos de uma taia e outra, montar no cavalo a fim de dar água a ele. Durante o trajeto sempre me imaginei no lugar deles, laçando e competindo e me tornando um profissional igual ao meu pai”.
Buscando na memória, o treinador também lembra que começou efetivamente a treinar quando seu pai construiu a pista de laço na fazenda. De acordo com ele, foi uma época difícil, mas de muito aprendizado. “Pegava as cordas que não serviam mais para eles e levava a uma bica que tinha na casa da minha avó. Lembro de lavá-las e colocá-las para secar esticadas”.
Com o intuito de manter o principal equipamento do laçador em ordem para que pudesse ir para a pista praticar, Robledo Junior conta que depois de todo esse processo ainda passava uma vela queimando os ‘cabelinhos’. “Então, enrolava a corda e colocava talco. Assim estava pronto para me sentir a pessoa mais incrível do mundo”, recorda.
Tornando-se treinador e momento marcante
A paixão por treinar cavalos veio um pouco mais tarde. Robledo Junior tinha entre 16 a 17 anos quando despertou para a ideia de que sua paixão pelo Laço em Dupla poderia ser sua profissão. “Vi o reconhecimento que meu pai tinha, pegando cavalos de outros estados para domar, de pessoas que eram importantes no meio do cavalo”.
Ele conta que, na época, no Estado de Goiás, tinha uma frase que era muito usada por todos os proprietários: ‘se mandar para o Robledão e ele não der volta, pode soltar para o pasto que ninguém mais arruma’. “Em resumo, a minha vontade de me tornar treinador foi a admiração pelo treinador que meu pai é”, atesta o profissional.
Seus principais cavalos de cronômetro hoje são: Cisco Chex e Olena Solis. Contudo, ele nunca esquece de dois cavalos que foram muito marcantes nessa trajetória: Julius Badger (Bico Branco) e Stocker.
Por fim, entre tantas lembranças, Robledo Junior, que ao lado da esposa Patrícia, incentiva e tem muito orgulho do filho Robleto Neto, outro laçador de talento. “O momento mais marcante da minha carreira foi quando corri a primeira prova com o meu filho. E quanto às vitórias, todas elas foram muito marcantes, pois cada uma delas fez com que eu me tornasse o profissional que sou hoje.”
Por Luciana Omena
Crédito das fotos: Arquivo Pessoal e Marilza Barros
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