Erros e acertos no trabalho do juiz nas provas de laço

As provas cronometradas ainda crescem a cada dia em nosso país, já que os envolvidos não para nunca de investir

Há 24 anos venho acompanhando esse processo, tanto das competições das associações de modalidades, como nos rodeios. A minha primeira prova julgada foi em maio de 1994, depois disso me aperfeiçoei fazendo cursos com juízes da Professional Rodeo Cowboys Association, a maior associação de rodeio completo do mundo, e também pela Federação Nacional do Rodeio Completo.

Aprendi que para ser um juiz coerente e justo temos que se basear em quatro pontos: bom senso; postura; prevenir a infração; em caso de dúvida em algum julgamento, sempre prevalecer o competidor.

Hoje faço as maiores provas de Laço Individual do Brasil, dentro e fora dos rodeios, e acredito que consegui ao longo desses anos colocar em prática esse aprendizado, pois são em média 30 provas por ano. Entre os acertos e erros dessa profissão com a bandeira na mão destaco o seguinte:

Laço Individual – O laçador tem que laçar o bezerro e amarrar as três patas. O maior erro cometido pelos laçadores é a não amarração correta, pois é dado pelo juiz um tempo de seis segundos para que seja validada a laçada. Se o bezerro se livrar da peia nesse intervalo, a prova é considerada sem aproveitamento.

Para o juiz, o mais difícil julgar é o estouro de barreira, se foi ocasionado pelo competidor ou não. De novo é preciso que o juiz saiba se posicionar na arena de forma a ter sempre o melhor ângulo de visão. Temos que saber se o bezerro acionou a barreira, ou se deu algum problema, ou ainda se houve uma infração do competidor.

Laço em Dupla – Nesta modalidade o desafio maior para o juiz é quando o competidor dá um carretão, ou seja, quando o laçador de pé laçou o boi antes que ele tenha mudado sua trajetória após o cabeceiro ter laçado. E isso cabe ao juiz ter um bom olho para interpretar. Digamos que seja como no futebol, quando há dúvida do pênalti ou não. E neste caso, na dúvida, prevalece sempre o competidor.

Noel

Agora para o competidor o grande acerto dele é ser ágil, assim que a barreira desarmar, e a dupla laçar e se posicionar de frente com o boi, com as cordas enroladas e esticadas para que o juiz dê a bandeirada e o cronômetro pare, validando a laçada.

O juiz deve observar a todo o momento a prova, mesmo antes de entrar em pista. Temos que estar atentos a cada movimento, se posicionar em um ângulo de visão muito bom.

Para os que estão sempre em treinamento não há segredos, tem que ter atenção e concentração quando entram em pista. E para ser um bom juiz, sempre prevalecer a regra e os bons tratos dos animais.

Por Noel Homem de Melo Junior
Juiz de provas cronometradas, formado pela FNRC, com especialização em juízes pela PRCA
Fonte: Editora Passos

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