“Acredito que a união faz muita diferença e juntos fomentamos o nosso esporte para que ele se desenvolva de forma positiva e traga novos adeptos de regiões diferentes.”
A história do jovem que saiu do norte do Brasil para estudar no estado do Paraná e hoje além de médico veterinário está entre os grandes laçadores de bezerro do país, começa com a paixão pelos cavalos que fez Vinícius de Oliveira Custódio, 34 anos, dar segmento no sonho de laçar mesmo com a distância para qualquer prova da modalidade, já que o atleta mora em Ariquemes/RO.
Ele conta que começou a laçar em 2005, quando ainda cursava o quarto ano da faculdade de Medicina Veterinária em Maringá/PR. Em 2002, logo no início da faculdade, Vinícius conheceu Eduardo Peres, que foi o responsável por apresentar o laço de bezerro para o então estudante.
“Eu só conhecia o laço em dupla e gostei muito quando vi de perto a adrenalina que envolvia o calf roping. Logo depois que fui apresentado à modalidade, fiquei amigo de Marcos Vendramento, conhecido como Mezenga, na casa do Eduardo”, explica Custódio, dizendo que só em 2005 começou de fato a treinar no Gous Ranch, onde Mezenga dava aulas de laço.
Em 2006, Vinícius voltou para Rondônia e acabou parando de treinar, já que o laço de bezerro não existia naquela região. Mas em 2011, após correr um rodeio em Forth Worth, no Texas, e ficar em segundo lugar, decidiu que voltaria para a modalidade, mesmo não tendo provas no norte do Brasil.
“Desde então, tive que começar a treinar meus cavalos. Hoje me dedico muito no treinamento, procuro a cada ano fazer um novo animal. Infelizmente, a distância até as regiões sudeste e sul acaba sendo um empecilho. A prova mais próxima de Rondônia fica cerca 2400 quilômetros de distância. Pensando no bem-estar dos animais é complicado viajarmos tudo isso com os cavalos com frequência”, ressaltou.
Durante toda essa jornada, Vinícius conta que fez bons amigos, principalmente em Maringá e acaba que ele sempre consegue cavalos emprestados para competição, o que já facilita muito a participação do atleta em algumas provas. “Procuro participar de pelo menos quatro ou cinco provas por ano. Dentre os pódios que conquistei destaco a vitória no Congresso da ABQM em 2018”.
No mesmo ano, Vinicius laçou nas semifinais do The American, no Texas. “Essa foi uma das experiências mais incríveis que tive, podendo competir junto com os melhores do mundo”, contou, destacando também que o menor tempo já marcado por ele foi 8s8 e a melhor prova para ele é a Prorelax, em Mandaguari/PR.
Como todo grande atleta, Vinícius tem seu animal companheiro de provas, nesse caso, companheira, a égua Paloma Peppy Play. Ele também fala que tem seus ídolos e no Brasil uma inspiração é o Eduardo Peres, que para ele é um dos maiores treinadores de cavalos de bezerro do mundo e sempre o ajudou no treinamento dos seus animais.
O laçador diz ainda que admira muito também Trevor Brazile, dos Estados Unidos. “O Trevor monta bem demais, consegue ser bom em qualquer modalidade que pratica”, afirmou, dizendo ainda que a Paloma é perfeita, mas que o melhor animal que já montou se chamava Stacy Baker.
O laço individual vem crescendo e mostrando um bom reconhecimento a cada ano. Vinícius acredita que com a melhora das condições financeiras do país, a modalidade tenha ainda mais chances de crescer.
“Durante o rodeio da ExpoAri, na cidade de Ariquemes, com a ajuda de amigos, conseguimos realizar uma prova de laço de bezerro. Muita gente participou e não mediu esforços para comparecer, mesmo com a distância. Acredito que a união faz muita diferença, e juntos fomentamos o nosso esporte para que ele se desenvolva de forma positiva e traga novos adeptos de regiões diferentes”, finalizou.
Por Camila Furtado
Fonte: Editora Passos
Foto: Arquivo Pessoal