Alexandre Dourado, da Vaquejada ao Tambor

Sempre foi um vaqueiro, mas se encantou com os três tambores e descobriu nesse esporte um alto potencial de mercado na região nordeste
Alexandre Cavalcante Dourado.
Foto: Arquivo

O Nordeste do país vem em franco crescimento em criação de cavalos para a linhagem de velocidade, especialmente devido às Vaquejadas, esporte tradicional na região. Mas a modalidade Três Tambores vem invadindo esse espaço e conquistando muitos adeptos e também criadores.

Como foi o caso do empresário do ramo de nutrição animal, Alexandre Cavalcante Dourado, que cresceu em meio às vaquejadas, mas hoje se dedica aos três tambores, tendo até inaugurado em seu haras, o Haras Dourado, uma pista com infraestrutura completa para receber as competições do Núcleo do estado, na cidade de Eusébio, no Ceará.

Veja abaixo nosso bate-papo com ele!

Portal Cavalus: Como começou no meio equestre?

Alexandre Dourado: Com quatro anos de idade, já andava nas vaquejadas junto com meu Pai. Ele participava juntamente com nosso vaqueiro, levávamos os cavalos em cima de uma caminhonete, pois na época não existia caminhões de transporte de cavalos ou muito menos trailers, as dormidas eram improvisadas, pois tudo estava no começo. Os cavalos eram mestiços de Quarto de Milha e Puro Sangue Inglês, puros não existiam, os que desciam para o nordeste eram somente os 1/2 sangue. Mas tudo era maravilhoso e muito divertido, todos se conheciam, era uma grande família. Foi aí que comecei a tomar gosto pelos cavalos e levei isso comigo.

 

PC: Você ficou um tempo parado das competições de vaquejada. O que o levou a voltar a se envolver com os cavalos?

AD: Há 15 anos paramos de participar de vaquejadas, muito trabalho, nascimento de filho e outras atribuições, me impossibilitava de estar presente. Passei então a participar de cavalgadas e por brincadeira começamos a comprar éguas Mangalarga Marchador e novamente voltei aos poucos a me envolver mais com o universo equestre, montando assim o Haras Dourado.

 

PC:  E como foi para montar a sua criação?

AD:- Começamos a criação quando comprei um cavalo quarto de milha, e posteriormente vieram às éguas também, hoje criamos Mangalarga Marchador e Quarto de Milha. Porém, investi no Quarto de Milha devido à modalidade de três tambores que me encantou e enxerguei nela um futuro próspero na região. Vi neste esporte, um ambiente aconchegante e com um grande potencial de crescimento. É uma adrenalina, todos podem competir com igualdade, desde crianças a pessoas da melhor idade. E com a premiação dos ‘Ds’, as chances de se conquistar um prêmio e subir ao pódio são enormes, e é uma experiência fantástica.

 

PC: Com a inauguração da pista no Haras no final de 2012, como foi para você fazer uma competição?

AD: A prova foi á ultima etapa do campeonato da Tríplice Coroa do NCCT (Núcleo Cearense do Cavalo de Trabalho). Foi muito prazeroso ver um sonho realizado, crianças brincado em ambiente familiar, uma estrutura muito bem feita. Preocupamos-nos com o piso tivesse uma boa compactação, sendo a pista toda feita com meia mureta e metalom, com um deck do lado, para receber amigos e amantes do cavalo. Foi um sucesso, tanto de público como de inscrições.

 

PC: E como você vê a modalidade nesta região?

AD: Como não é uma modalidade regional existem as dificuldades, mas como passar dos anos, tenho visto um crescimento muito bom, tem entrado novos competidores, as premiações estão crescendo e a quantidade de provas está aumentando. Montamos uma escolinha no haras no primeiro semestre de 2013, várias pessoas que não tem cavalos, mas são apaixonados  e querem entrar no Tambor, podem vir treibar conosco.

 

PC: Como proprietário de uma empresa no ramo de nutrição animal, como avalia o mercado do cavalo Quarto de Milha no nordeste?

AD: Nos dias de hoje, o nordeste já é um grande consumidor de cavalos Quarto de Milha para vaquejada, e agora para Tambor. Com isso o mercado só tem a crescer, principalmente aqui no Ceará que a vaquejada passou a ser considerada como esporte. Todo esse processo gera uma quantidade maior de consumidores de cavalos, facilitando a venda de potros e o enorme crescimento da Indústria da Ração, pois a quantidade de equinos consumindo vai aumentar, gerando mais empregos e renda para o Estado.  E assim a família quartista expandido cada vez mais!

Foto principal: Leandro Nascimento

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