Paulo Sérgio da Silva, o Zeca, trabalha para o Rancho Jr, de José Roberto Braga da Silva, em Cesário Lange/SP. Hoje com 38 anos, saiu do Nordeste há cerca de 20. Cortador de cana quando menino começou a trabalhar com cavalo e tudo mudou.
“Eu não tinha uma vida muito regrada. Fazia tudo que não podia. Costumo falar que eu não valia R$ 1 e agora estou valendo uma nota de R$ 200. Digo isso com leveza, porque minha vida foi muito difícil. Mas o cavalo mudou tudo. Sem ele não sou nada. Além do meu trabalho e uma nova chance na vida, me deu uma família, esposa e duas filhas, carro, casa e tudo que nunca imaginei ter”, conta.
Sua primeira atuação foi com a Conformação. Foi ainda nessa época que percebeu que precisava tomar outro rumo. Fez uma promessa de que se fosse bem com um cavalo, tudo seria diferente. “Levei dois cavalos e entre os concorrentes estava o Luciano Beretta, o maior para mim nessa modalidade”.
A guinada
Zeca afirma que lembra da vontade de mudar, mas não tinha forças. “Então usei o meu trabalho com os cavalos para buscar essa força”. Não só ganhou como também ficou em segundo lugar, ou seja, 100% de aproveitamento. Em uma épica que levou os títulos de campeão e reservado do Potro do Futuro, Congresso e Nacional.
Promessa feita, promessa cumprida. Em seguida, ele conseguiu um emprego no Rancho Jr, onde está até hoje. Zeca começou no manejo, limpando baia, até que apareceu a oportunidade de começar a treinar os cavalos de Três Tambores. “O patrão me deu essa chance de vida. Treino os cavalos e sou responsável pelos haras. Através do cavalo, sem dúvida, veio muita coisa boa na minha vida”, reforça o treinador.
Fiz cursos de doma racional, que usa bastante até hoje na doma dos potros; logo depois fez cursos com dois americanos. Mas aprendeu mesmo observando e conversando com os amigos. “Tinha um treinador lá e eu ficava na cerca vendo a forma como ele trabalhava. Quando ele saiu, o patrão me convidou para assumir. Só agradeço a ele, principalmente a confiança dele em me dar essa oportunidade de trabalho”.
Amor ao cavalo
O treinador afirma que não trabalha por dinheiro. “Por tudo que aconteceu na minha trajetória, eu trabalho por amor. O dinheiro que eu ganho hoje me mantém, não preciso de mais. O amor que eu sinto pelo cavalo não tenho palavra para agradecer. Muita gente acha que o dinheiro importa mas que o amor, mas na minha visão não é isso. Tem que amar muito para mexer com esses bichinhos”.
Nos Três Tambores, o primeiro cavalo de destaque Zeca montou foi EF Hurricane Brown. Hoje, seus companheiros de pista são Cody Time Leo, Catarina Bull, Simple The Best Fame, American Ta Fame, Beliska Roxo e Guys Corona.
Por fim, mas não menos importante, ele faz questão de agradecer a todos que estão ao seu lado agora e todos esses anos. “Primeiro a Deus e à minha família, meu patrão. E a todos os amigos que sempre me dão dicas e me apoiam. Tem muita gente a quem sou grato, como Abelardo Peixoto, Carlos Alberto, Marquinhos Toledo, Claudio Silva, Bruno Neves”.
Realmente, ninguém faz nada sem a ajuda dos amigos e Zeca, sem dúvida, tem gente forte do lado dele. Olhando para o passado, de onde ele começou, e vendo onde está agora, ele diz: É uma coisa maravilhosa.”
Por Luciana Omena
Crédito das fotos: Arquivo Pessoal
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