Cavalo Árabe

Brasil conquista medalha de prata no Mundial de Enduro

Montados em cavalos da criação nacional de Puro Sangue Árabe, os conjuntos conquistaram feito inédito para o Brasil, colocando o país em outro patamar dentro do esporte

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Time Brasil de Enduro Equestre comemora feito inédito! De fato, a equipe brasileira mostrou todo o potencial da criação nacional de cavalo Puro Sangue Árabe ao conquistar a medalha de prata no Mundial de Enduro na Itália.

O Longines FEI Endurance World Championships 2021 aconteceu no último sábado (22), em San Rossore, em Pisa. E, com diferença apertada de apenas 2min59seg atrás da equipe espanhola, o Time Brasil com Felipe de Azevedo Morgulis, André Vidiz, Renato Salvador e Rodrigo Barreto arrematou o vice. Como resultado, segue para outro patamar dentro do esporte.

Antes de mais nada, a trilha de 160 km na bela paisagem da Toscana foi bastante desafiadora para os melhores atletas do mundo. Tanto que, das 12 equipes participantes, apenas três completaram o percurso. A saber, para validar a conclusão da prova o time tem que chegar com no mínimo três conjuntos ao término de cada anel.

O que não foi problema para a equipe brasileira, já que contou com quatro experientes cavaleiros. Três deles montando exemplares de criação 100% brasileira da raça Árabe. Felipe Morgulis com Saiph SBV, André Vidiz com Chambord Endurance e Renato Salvador com Uzes Trio. Enquanto Rodrigo Barreto completou o time em conjunto com Koheilan Elvira P.

Ao lado dos atletas, ainda, Dudu Barreto, chefe de equipe, e Henrique Garcia, técnico e veterinário.

Mundial de Enduro: Montados em cavalos da criação nacional de Puro Sangue Árabe, os conjuntos conquistaram feito inédito para o Brasil
Delegação brasileira

Resultado inédito

A conquista da medalha de prata aconteceu com o tempo de 23h13min35s. Como dito acima, pouco mais de dois minutos atrás da equipe campeã, a Espanha. Sem dúvida, um resultado que mostrou a qualidade técnica dos cavaleiros e alta genética dos cavalos, além do alto nível de competividade da equipe brasileira.

Henrique Garcia comemora o resultado e o classifica como espetacular. “É o que a gente já vinha buscando e era algo que não estava muito distante. Foi um resultado merecido, uma prova muito difícil, competitiva onde as principais equipes tentaram correr forte desde o começo e a gente sabia exatamente o que tinha na mão”.

Ainda de acordo com ele, a equipe estava com cavalos de primeira linha: “soubemos aproveitar o que eles tinham de melhor em cada etapa. Espero que seja um divisor de águas no Brasil, que possamos colocar o Enduro no patamar que ele merece”, expõe.

Mundial de Enduro: Montados em cavalos da criação nacional de Puro Sangue Árabe, os conjuntos conquistaram feito inédito para o Brasil
Pódio

Vitória em equipe

Felipe de Azevedo Morgulis, que há alguns meses mora em Milão, na Itália, competiu com a égua Saiph SBV, de 13 anos. O cavaleiro – que foi o primeiro da equipe brasileira a cruzar a linha de chegada no tempo de 7h43min6s – relembra a trajetória até a conquista do feito inédito para o Brasil.

“Começamos a prova bem, indo numa boa velocidade, mas no primeiro anel tivemos um problema com relação ao percurso e perdemos cinco minutos. E isso é muito. E ainda perdemos o Guigo que foi desclassificado”, recorda Felipe.

A partir daí, comenta, a equipe se concentrou em fazer uma boa prova. “Não pensamos na posição. Aproveitamos que os nossos cavalos tinham condições de fazer e colocamos o nosso ritmo. E logo no próximo anel conseguimos melhorar. No último anel, tocamos os cavalos acreditando neles e já largamos melhor, nos tornando, assim, vice-campeões”, detalha Morgulis.

Guigo é Rodrigo Moreira Barreto. Devido a um problema veterinário com Koheilan Elvira P, ele foi desclassificado após o primeiro anel. Mesmo assim, se manteve dando todo o suporte para os companheiros. “O objetivo com a minha égua era fazer uma prova de segurança para os outros cavaleiros da equipe terem condições de arriscar mais. Mas, infelizmente, não pude concluir”.

Na visão de Rodrigo, se estivesse, no final da prova os outros conjuntos poderiam arriscar mais. “Poderíamos ter tirado essa diferença de três minutos para o primeiro lugar. Depois que sai continuei dando força para os cavaleiros e auxiliando a equipe como pude. Foi um resultado e uma sensação incrível!”, pontua.

Sentimento de equipe

André Vidiz, de Bragança Paulista/SP, competiu com Chambord Endurance, cavalo de 13 anos. Um conjunto experiente, que chegou na sequência, com 7h43min23s. Para ele, esse foi um resultado que muda um pouco o lugar do Brasil no Enduro Mundial.

“Nos permite almejar resultados ainda maiores. O sentimento é de ter aberto um caminho para um futuro importante para o Brasil. Não podemos deixar de agradecer aos nossos cavalos, peças fundamentais para a essa conquista”, pontua Vidiz.

Completando a chegada da equipe, Renato Salvador com Uzes Trio, cavalo de 9 anos de criação própria, fechou em 7h47min6s. De acordo com ele, o sentimento é de muita alegria e sensação de dever cumprido.

“Além dos excelentes cavalos, treinamento e muita dedicação, contou muito a experiência de campeonatos anteriores onde o Brasil em algum deles “bateu na trave”. O meu particular reconhecimento por aqueles que viajaram com o Brasil, muitas vezes com dificuldades, em amor ao esporte”, ressalta Renato.

Com a conquista da medalha de prata, Felipe, André e Renato finalizaram entre os Top Ten do Mundial de Enduro. Ficaram, portanto, com o 8º, 9º e 10º lugar, respectivamente.

Mundial de Enduro: Montados em cavalos da criação nacional de Puro Sangue Árabe, os conjuntos conquistaram feito inédito para o Brasil
Largada – Foto: FEI/Christoph Taniere

Investimento na melhor genética do cavalo Árabe

De acordo com Dudu Barreto, esse resultado obtido pela equipe brasileira vinha sendo construído há muito tempo quando o assunto é criação de cavalos. Seja através da busca por conhecimento, treinamento e investimento na melhor genética da raça Árabe. “O Brasil conseguiu chegar a um nível de cavalo que pode competir em qualquer lugar do mundo. E os cavaleiros acompanharam isso, se capacitando para as provas de alto rendimento”.

Entre as estratégias que tornaram possível essa conquista, o chefe da equipe cita a preparação dos animais fora do Brasil como essencial. “Três dos quatro cavalos da equipe já estavam na Europa e um no Uruguai, o que ajudou no condicionamento deles. Além disso, o espirito de equipe foi fundamental. Trabalharmos muito sério, acreditando que poderíamos levar uma medalha e foi muito bom estar entre a Espanha e a França. Corremos de igual por igual e por muito pouco não trouxemos a medalha de ouro”.

Henrique Garcia cita que após esse resultado o Brasil se torna, definitivamente, um celeiro de cavalos de Enduro. Coroando, portanto, o alto investimento em genética que vem sendo feito ao longo dos anos.

“São três cavalos de criação brasileira, especificamente para Enduro, linhagens especificas, com alguns cavalos e algumas éguas importadas da Europa para Brasil, fazendo hoje uma linhagem brasileira de Enduro reconhecida no mundo inteiro. Esse é um prêmio de um trabalho que vem sendo feito há anos, temos os melhores cavalos Puro Sangue Árabe de Enduro na criação brasileira”, finaliza.

Para saber mais sobre cavalo Árabe acesse www.abcca.com.br e acompanhe os perfis das redes sociais @abccarabe.

Fonte: Assessoria de Imprensa ABCCA
Na foto de chamada: Eduardo Barreto, Renato Salvador, Rodrigo Barreto, André Vidiz e Felipe Morguli
Crédito das fotos: Divulgação/Endurance Lifestyle

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