Luciana Fasano acreditou no seu sonho e conquistou muito mais

Proprietária de cavalos da raça Árabe, da Fazenda Floresta e também de uma marca de chocolates, bolos e gelatos

Encontramos Luciana Fasano na Nacional do Cavalo Árabe, em Indaiatuba/SP.  Ficamos conhecendo sua história vencedora, que de um sonho se transformou em uma realidade para viver a paixão pela raça Árabe. Quando criança se apaixonou por um Árabe macho castanho e colocou como meta um dia ser dona de um animal com essas características.

Não só conseguiu seu primeiro campeão nacional americano macho castanho da raça Árabe, como hoje tem seis garanhões no Brasil e um nos Estados Unidos. Muitos títulos depois, o xodó com seu primeiro potro Elishahh, e a construção de uma marca com comidas inspiradas na fazenda, com gosto de fazenda, e que faz muito sucesso!

Confira!

Ao lado de Elishahh, o cavalo que realizou seus sonhos

Conta um pouco da sua história com o cavalo Árabe?

Luciana: Eu monto desde o dois anos de idade e o cavalo Árabe era um sonho que eu tinha. Aos 12 anos de idade, vi um Árabe castanho, chamado Elbay, e foi amor à primeira vista. Nunca mais deixei de gostar da raça. Planejei a minha vida toda chegar onde eu cheguei hoje, de ter um cavalo Árabe castanho muito bonito.

E aí a vida me levou para vários lugares, quando em 2005 voltei a morar no Brasil. Como sempre gostei de fazenda e cavalos, me interessei em comprar um potro. Tinha um gosto específico, eu queria um castanho e queria um campeão nacional americano. Com a ajuda de Rodolfo Guzo consegui encontrar o potro do jeito que eu queria.

Primeiro eu vi um vídeo e de cara fiquei arrepiada. Comprei na hora e na mesma semana Elishahh foi campeão nacional supremo americano. Foi a realização do meu sonho de vida. Era um título muito difícil, e ainda mais para uma brasileira que nunca criou cavalo antes. Então a situação era essa, meu primeiro cavalo, recém adquirido, em uma pista com outros 31 animais sendo julgados por cinco juízes americanos.

A chance era mínima, mas o Elishahh, que quer dizer em árabe ‘o escolhido por Deus’, me deu logo esse presente, o título. Tenho uma escultura que do Rodolfo de presente, do Elishahh feita pelo Ari Borsato, que é um artista. E dessa escultura eu fiz uma foto. Com a imagem, estampei a foto em chocolate para dar de presente aos americanos.

Na época, todos estavam curiosos em saber quem era a dona do novo campeão nacional americano. E as coisas foram caminhando, comprei meu segundo cavalo, meu terceiro cavalo. Hoje eu tenho acumulado 20 campeonatos nacionais de seis cavalos que eu comprei. O Elishahh foi campeão nacional em 2010, campeão do mundo em Las Vegas em 2011, campeão nacional americano de novo em 2011, campeão na Holanda em 2014.

Hoje ele está no Brasil. Não viaja mais, mora na Fazenda Floresta comigo e está destinado à reprodução. Ele é muito mimado, conhece a minha voz, me conhece de longe. Pelos seus feitos, sempre foi muito cobiçado, mas não vendo por nada nesse mundo.

Ele é a minha paixão! Amo todos os outros cavalos, mas o Elishahh é muito especial para mim, pois foi ele que me abriu as portas para a raça Árabe. E para a pessoa que eu sou hoje no cavalo Árabe. Enfim, tudo que eu atingi como criadora e proprietária, devo a ele. E dessa paixão, ganhei uma outra, que é minha marca, a minha loja.

O cavalo Árabe castanho campeão nacional americano Elishahh

E como surgiu a By Lu Fasano?

Luciana: A loja surgiu de muitos, muitos criadores que ficaram hospedados comigo, que falavam: ‘porque você não abre uma loja, o chocolate é maravilhoso, eu quero esse chocolate’. Então, os chocolates da By Lu Fasano e Fazenda Floresta já viajaram o mundo inteiro, para todas as exposições nacionais de Paris, Emirados Árabes. Eu levava de presente como uma forma de marketing dos meus cavalos, da fazenda.

E a marca foi sendo construída assim. E foram três anos testando, capacitando funcionários, e produzindo todo o material da marca, desde caixas, logo, as cores, todos os detalhes, que em 2016 abri a loja. E como acredito no conceito de deixar que as pessoas se sintam em casa, também comercializamos bolos e gelatos.

Tudo pensado para adaptar ao gosto brasileiro. Fiquei muito feliz porque pude usar as frutas da fazenda. A Fazenda Floresta é histórica, da época do açúcar e do café em Itu/SP, e pude contar com os vastos pomares, todos orgânicos. Temos jabuticaba, laranja, banana, entre outros. E todos são os recheios de chocolates, caldas dos bolos, gelatos, toda matéria-prima da fazenda.

Com isso, além dos cavalos, conseguir tornar a fazenda 100% produtiva e gerando empregos. Temos conosco pessoas que trabalham há 60 anos, que nasceram lá. São gerações de famílias, de avôs a netos. É uma alegria poder capacitá-los e fornecer uma profissão.

É ótimo trabalhar com um conceito tão família, não é mesmo?

Luciana: Gosto de ver o dom nas pessoas. Eu acho que a loja conceito foi feita com a intenção de expandir para o mundo, para o Brasil, para várias cidades. Eu me planejei para isso, planejei todas as bases dos sorvetes, dos chocolates. Hoje a gente não faz só isso, tem uma linha vegana muito grande, pensando em saúde. Aproveito muita coisa dos vegetais que a fazenda pode produzir para a linha de produtos veganos, como pão de queijo, coxinha, a linha congelada de waffle, café da manhã e bolos.

São mais de 24 sabores e todos sem glúten e sem lactose, para nos adaptar ao novo mercado.  Bolos com gosto de fazenda, saudáveis. Também temos a linha fit, para atletas, e para outras restrições como diabetes. É a história da fazenda e de todos os funcionários, de toda a equipe. Uma historia de muita paixão, vibração, muita luta e acho que hoje a gente está pronto para expandir para o mundo,

Quantas pessoas trabalham na equipe do haras e do seu negócio?

Luciana: O meu haras é um haras boutique, eu tenho dois funcionários cuidando de cavalo. São seis garanhões aqui no Brasil e um garanhão nos Estados Unidos. Eles dois condicionam os cavalos, tomam conta de tudo. Tenho poucas éguas, o plantel não passa de quinze cavalos AP todo. A minha ideia não é criar e sim apoiar os criadores que usam o sêmen dos meus cavalos em todo o mundo e no Brasil.

A equipe toda entre a loja e a fazenda, todos os funcionários estão integrados em todas as áreas. Pessoas com múltiplas capacidades, todas bem aproveitadas. Desde a pessoa que pega a fruta, a pessoa que cuida dos cavalos, a pessoa que faz as tortinhas, a pessoa que faz os bolos, as que vão para os eventos, a contabilidade. A gente é uma família, e acredito que somos em torno de 50 pessoas no total.

By Lu Fasano e Fazenda Floresta tem gelatos, chocolates, bolos e uma linha fit

Qual a mensagem que você deixa para as pessoas que possam se inspirar no seu sonho?

Luciana: A minha mensagem é o seguinte, eu não estudei, eu não fiz faculdade, só tinha muita força de vontade de aprender as coisas. Fui para os Estados Unidos com 19 anos, não pedi mais dinheiro para o meu pai. E ganhava 150 dólares por semana, que não dava para pagar meu aluguel. Então, eu fazia bolo em casa para complementar. Queria aprender inglês, então não queria dividir a moradia com outro brasileiro.

Quando olho para trás, tenho orgulho porque hoje eu falo cinco línguas. Aprendi todas querendo aprender, escutando. E a minha mensagem é que não interessa quem você é, se você tiver força de vontade e meta e quiser realmente aprender você vai chegar lá! Então eu falo isso para todas as mulheres, para todas as pessoas: coloquem uma meta na sua vida.

Faça a lista de Ano Novo e avalie a cada ano quantas delas você atingiu. Eu tinha um caderninho em 2010 em que escrevi o meu sonho de ter um campeão nacional americano macho castanho. No final de 2015 eu olhei essa lista e me dei conta que tinha cinco campeões nacionais.

E hoje eu escrevo minha listinha e já são 20 campeões nacionais. Ou seja, escreva sua meta, risca no final do ano e faz a meta para o ano seguinte. Trabalhe com objetivos. Ás vezes pode parecer impossível, mas faça com que essa anotação vire sonho e depois realidade.

Por Verônica Formigoni e Luciana Omena
Colaboração: Analucia Araújo
Fotos: Cedidas

Deixe um comentário