Criatório de Mangalarga investe em análise genômica para aprimorar o plantel

Além de auxiliar na busca pela excelência genética da raça, a tecnologia proporciona mais segurança e capacidade de prever determinadas situações

A fim de aprimorar o seu plantel de equinos da raça Mangalarga, o Haras Tarlim, localizado em Jaguariúna/SP, passou a investir em análise genômica. Trata-se de uma importante ferramenta para o criador, já que permite apresentar o índice de endogamia genômica de cada animal do plantel.

De acordo Fernando Garcia, doutor em reprodução animal e responsável pelo trabalho de análise realizado no Haras Tarlim, o conhecimento da endogamia dos indivíduos auxilia bastante no direcionamento dado à criação. “Quando você tem um animal muito bom, ele vai manifestar toda a sua prepotência quando você o usa mais vezes no pedigree. Então, o animal mais endogâmico é aquele que tem no seu pedigree quatro ou cinco gerações de um mesmo animal”.

Antes de surgir a tecnologia genômica, isso só era possível estimar de uma forma teórica. “Sabendo que a gente ganha um pouco da mãe, um pouco do pai, e se você for andando para trás no pedigree, vai reconstruir esse pedigree. Hoje, entretanto, existem técnicas que analisam até 40 mil pontos do DNA. Com esses pontos a gente faz uma análise muito fina de mapeamento e assim é possível ver quais as regiões que estão realmente endogâmicas”, esclarece Garcia.

Acasalamentos com a melhor endogamia

O médico veterinário explica ainda que endogamia é a existência de uma cópia idêntica em um pedacinho do cromossomo. Este que veio tanto do pai como da mãe. “Elas são idênticas justamente por que lá atrás elas tinham antecedentes com essa característica. O monitoramento preciso permite que seja feita uma seleção. Seguida por acasalamentos que visem ter o melhor da endogamia e evitem o pior da endogamia, que são os defeitos genéticos”.

Por fim, vale cita que o índice de endogamia genômica de cada indivíduo pode variar. Desde muito pouco, como 1%, até alta endogamia, de 20% ou mais. “Com essa informação, os criadores podem fazer melhores acasalamentos, esse é o nosso grande objetivo nesse trabalho”, finaliza o doutor em reprodução animal.

Pioneirismo

O Haras Tarlim sempre busca investir nos mais recentes avanços da biotecnologia e nas mais modernas técnicas de reprodução animal. Em 2018, por exemplo, o leilão anual promovido pelo haras fez história na equinocultura nacional ao ser o primeiro evento do gênero a realizar a comercialização de um clone equino.

Já em 2021, o criatório voltou a inovar, disponibilizando a análise genômica de seu plantel para os criadores que participaram do Tarlim Weekend. “Numa iniciativa inédita, os animais que participaram do leilão foram todos submetidos aos estudos genômicos. O objetivo era dar segurança ao investidor e, acima de tudo, proporcionar capacidade de predição, de se antecipar e identificar nos indivíduos as características que ele gostaria de fixar no plantel. Dessa maneira, os criadores tiveram à sua disposição as informações todas abertas, com amplo apoio da tecnologia e com muito respaldo da genômica, que, aliás, tem lastreado o nosso trabalho”, explica Fernando Tardioli, titular do Haras Tarlim.

A engenharia genética permitiu, por exemplo, trazer ao Leilão de Embriões ventres acasalados a partir do algoritmo que simula a endogamia genômica de cada um dos produtos que vai nascer, ao mesmo tempo em que apontou essa característica em todos os indivíduos que foram comercializados no 6º Leilão Tarlim.

Já para o Leilão de Potros, uma geração inteira foi submetida à análise genômica, somada a uma criteriosa avaliação intra rebanho, o que possibilitou a comparação precisa de todos os indivíduos e garantiu ao investidor a possibilidade de visualizar características de destaque de cada potro, podendo assim identificar aquelas que deseja somar e fixar em sua tropa.

Por Equipe Cavalus
Fonte: Pedro C. Rebouças/PR Assessoria de Comunicação 
Crédito da foto: Divulgação/Beto Falcão

Veja mais notícias do cavalo Mangalarga no portal Cavalus