Expedição Velho Chico já percorreu 1900 km

Bom desempenho das éguas da raça Mangalarga que integram a cavalgada tem garantido que a expedição alcance seus ousados objetivos

A Expedição Velho Chico chegou na última semana ao município baiano de Paratinga, na região de Bom Jesus da Lapa. Com 1900 quilômetros já percorridos, a comitiva mangalarguista aproxima-se assim da metade de sua viagem.

Antes de mais nada vale frisar que a expedição pretende percorrer toda a bacia hidrográfica do rio São Francisco. Perfazendo, assim, um trajeto total de quatro mil quilômetros por seis estados brasileiros, ao longo de cinco meses de cavalgada.

Organizada pela Gironda Promoções, a Expedição Velho Chico conta com o apoio da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM). Bem como da Associação Internacional de Cavaleiros de Longa Distância (The Long Riders’ Guild).

Dessa forma, é liderada pelos experientes cavaleiros Sebastião Malheiro Neto, de 59 anos, e Pedro Luiz Aguiar, o Pedroca. Este último que completará 88 anos no próximo dia 18 de fevereiro, data prevista para a conclusão da Expedição Velho Chico.

Montaria da Expedição Velho Chico

A comitiva conta ainda com cinco éguas, cedidas por tradicionais criadores da raça Mangalarga. Sendo assim, os cavaleiros têm duas montarias cada para revezar-se durante o percurso. Além disso, sobra um animal para a participação eventual de amigos e convidados por alguns trechos da cavalgada.

Malheiro mostra-se muito satisfeito com o andamento da expedição. “Como cavaleiro, eu não poderia estar mais feliz. Pois temos conhecido lugares maravilhosos, mantendo sempre uma sinergia muito grande com nossos animais, que vem apresentando um desempenho muito bom ao longo da viagem. Além disso, está tudo a contento, com a cavalgada acontecendo dentro do cronograma que havíamos previsto.”

Metas do projeto

O projeto possui uma série de importantes metas. A primeira delas é colocar as atividades hípicas em evidência, mostrando a relevância do segmento equestre para o agronegócio nacional. Afinal, o setor é responsável por movimentar uma cifra anual superior a R$ 16 bilhões.

Com resultado, gera mais de 700 mil empregos diretos, de acordo com dados da Câmara Setorial da Equideocultura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A expedição pretende ainda popularizar as cavalgadas e raids equestres entre a população brasileira. Mostrando, portanto, como essas são atividades acessíveis a pessoas de diferentes faixas etárias e distintos graus de habilidade.

A iniciativa, além disso, tem a intenção de colocar em evidência as qualidades do cavalo Mangalarga. Equino de origem brasileira que apresenta grande aptidão para as cavalgadas de longa duração. Isso graças à sua rusticidade, resistência campeira e, em especial, à sua marcha progressiva, cômoda e equilibrada.

Os objetivos do projeto, entretanto, não param por aí, se estendendo também ao campo científico. Afinal, a expedição tem o apoio e a participação de veterinários, zootecnistas e outros profissionais. Estes que são responsáveis por coletar dados de pesquisa para análise e posterior publicação de trabalho científico, abordando a fisiologia do exercício dos animais ao longo da cavalgada.

Expedição é liderada pelos experientes cavaleiros Sebastião Malheiro Neto e Pedro Luiz Aguiar – Foto: Divulgação

Jornada desafiadora 

O início da viagem aconteceu na manhã de 04 de setembro, quando o grupo partiu do Parque do Lago, em Dourado/SP. Local em que os animais selecionados para o projeto passaram por uma temporada de preparação e avaliação clínica.

Na primeira etapa da viagem, que totalizou 541 quilômetros, o grupo atravessou a região norte do estado de São Paulo. Depois, seguiu até a Serra da Canastra, no estado de Minas Gerais, onde nasce o rio São Francisco.

No dia 23 de setembro, a expedição chegou à região de São Roque de Minas/MG, onde pode visualizar a cachoeira Casca D’Anta. Esta que é a maior queda-d’água do São Francisco, com 186 metros de altura, que forma-se quando o Rio da Integração Nacional deixa o seu “berço” na Serra da Canastra.

Nesse recanto de extrema beleza, o grupo fez uma pausa de 10 dias. Neste período, aproveitou para descansar e para realizar o planejamento da segunda e principal parte da viagem: a que percorrerá toda a bacia hidrográfica do São Francisco.

Também aproveitaram para conhecer melhor a cultura, a população e a natureza da região. Realizando, assim, diversas atividades equestres. Além de uma visita à nascente Curral de Pedra, na parte alta do Parque Nacional da Serra da Canastra.

Retomada da expedição

No dia 05 de outubro, a expedição deixou São Roque de Minas, iniciando a etapa principal da viagem com destino à foz do São Francisco. A jornada prosseguiu por municípios como Bambuí, Moema, Bom Despacho, Martinho de Campos e Abaeté.

Em 12 de outubro, os mangalarguistas tiveram oportunidade de conhecer a Lagoa Verde, o principal berçário de peixes do Velho Chico. E, após um momento de pausa no dia 14 de outubro, durante o qual aproveitaram para repor as energias e tirar a poeira da tralha, os participantes seguiram viagem, chegando ao belo Lago Três Marias.

A viagem seguiu pelo norte de Minas, com a comitiva atravessando os municípios de Morada Nova de Minas, Pirapora e Buritizeiro. Estas que marcam a transição da região fisiográfica do Alto São Francisco para o Médio São Francisco. Além disso, é onde os cavalos e cavaleiros atravessaram a histórica ponte Marechal Hermes, a primeira ponte metálica do país, inaugurada em 1922.

Em seguida, a expedição adentrou o Circuito Urucuia Grande Sertão, no município de Urucuia, onde percorreu as veredas que tanto inspiraram a obra do escritor Guimarães Rosa.

Parque Nacional Caverna do Peruaçu

Outra parada marcante no norte mineiro aconteceu no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, localizado na região dos municípios mineiros de Januária e São João das Missões. No local, a comitiva pode conferir belas paisagens emolduradas pela arte rupestre pré-histórica, em sítios arqueológicos situados nas grandes cavernas que marcam a geografia da área.

Na sequência, o grupo adentrou o território baiano até alcançar os municípios de Bom Jesus da Lapa e Paratinga. Localidade em que alcançou a marca de 1900 quilômetros, sendo 1361 quilômetros percorridos dentro da bacia hidrográfica do São Francisco.

Agora, a comitiva mangalarguista segue viagem pelo estado da Bahia. Para acompanhar o dia a dia da expedição, acesse a página oficial do projeto no Instagram: @expedicaovelhochico.

Fonte: Pedro C. Rebouças/PR Comunicação 
Crédito da foto: Divulgação/Gironda Promoções

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