Foi a partir do nascimento do garanhão Monteblanco do PEC que o criatório de Marisa Iorio mudou todo o caminhar da pelagem pampa do Mangalarga
Na década de 90, quando a pelagem pampa estava praticamente à deriva dentro da raça Mangalarga, a criadora Marisa Iorio viu um nicho de mercado que precisava ser preenchido. Assim, a proprietária do Haras Lagoinha, situado em Jacareí/SP, resolveu iniciar um trabalho de resgate da pelagem pampa.
“Eu já estava preocupada em atender essas pessoas que procuravam por animais de pelagem exótica. Mas todo mundo só tinha animais de pelagem sólida para oferecer ao mercado. Praticamente, não tinha indivíduos pampa na raça”, lembra.
Na época, ela tinha apenas um exemplar pampa de tordilho em seu plantel, uma égua de 28 anos chamada de Lili JL. Dessa forma, Marisa resolveu arrendar Charles J.O. e, com um pensamento muito positivo, tirar desse cruzamento um garanhão de pelagem exótica.
Dessa forma, em 11 de janeiro de 1997 nasceu Monteblanco do PEC. “Com a linhagem de cavalo J.O., Monteblanco foi esse cavalo que nós chamamos de pilar da raça da pelagem pampa. Ele realmente mudou todo o caminhar da pelagem pampa”, frisa a criadora.
E foi a partir de Monteblanco do PEC que o andar do cavalo Mangalarga de pelagem pampa tomou um rumo totalmente diferente. Tanto que, atualmente, cerca de 80% dos animais pampa apresentados em pista, não só pelo Haras Lagoinha, carregam a genética do garanhão, que é um diferencial na raça.
Novos desafios
Após conquistar o tão sonhado Mangarlaga Pampa, Marisa se viu em mais um desafio: encontrar éguas pampas para Monteblanco do PEC cobrir. No entanto, segundo ela, não existia nenhum exemplar na época.
“Então o que nós fizemos foi comprar barrigas excepcionais, mas olha que caminhar longo e difícil. Porque Monteblanco não é um cavalo homozigoto, ou seja, ele não possui o gene que ao cruzar com éguas sólidas vai dar sempre filhos de pelagem pampa. O Monteblanco é filho de égua pampa com Charles J.O., que é um cavalo de pelagem sólida”, explica Marisa.
E, desse trabalho de mais de 20 anos buscando resgatar a pelagem Pampa, o Haras Lagoinha já colhe bons frutos. Tanto que é reconhecidamente um dos principais centros de criação da raça Mangalarga de pelagem pampa.
“Estamos nessa luta há 20 anos, e quando a gente fala de resgate da pelagem, nós também falamos de resgate de sangues que estavam também perdidos na raça Mangalarga. Hoje já chegamos a 47% do número de expositores participantes de pelagens em relação ao número geral de inscrições da raça como a Exposição Brasileira e a Nacional. Então, é um trabalho também de fomento que o Lagoinha proporciona”.
Reconhecimento
Diante de tanta grandeza, Monteblanco do PEC foi reconhecido pelos seus méritos e, assim, é detentor do título do segundo garanhão no Livro de Méritos da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo da Raça Mangalarga (ABCCRM). Consequentemente, ele é o melhor garanhão pampa do Brasil.
“Só existem dois garanhões até o momento, um é o Jambo da Sabauna, que é de pelagem sólida, e Monteblanco do PEC, segundo garanhão constando no livro. Tendo assim, sua performance é reconhecida através de filhos, netos e bisnetos em pista. Então, isso nos deixa muito felizes por estarmos num projeto de acerto, nessa linha de criação”, explica Marisa Iorio.
Se não bastasse isso, Monteblanco do PEC é o único garanhão Mangalarga Pampa com 98,5 pontos de Registro. Além disso, ainda figurou no ranking de Melhor Reprodutor da Raça Mangalarga Pampa por 10 anos consecutivos.
“O brilhantismo da rapidez de toda evolução não para por aqui, seus descendentes tanto de linhagem como de pelagem, sendo uma égua e um garanhão atingiram o título máximo de Grandes Campeões Nacionais da Raça Mangalarga no Geral. Monteblanco do Pec é uma lenda viva de evolução genética”, finaliza a criadora.
Mais informações sobre o Haras Lagoinha pelo telefone (12) 3956-1403 ou pelo WhatsApp (12) 9.9721-0527, com a Marisa Iorio.
Por Natália de Oliveira
Crédito das fotos: Marisa Iorio
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