Daniel Costardi também comenta os avanços da parte técnica da ABQM
O médico veterinário Daniel Costardi entrou para o corpo de colaboradores da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Quarto de Milha em 2012. Em 2016 assumiu a Superintendência geral da ABQM. Ele tem um currículo de peso. Formado pela UMESP, é Master em Engenharia e Gestão da Qualidade pela POLI/USP e pós-graduado em Marketing Estratégico na FGV.
Aos 35 anos de idade, tem como desafio gerir a maior associação equina da América Latina, em sua parte técnica. Ele sempre foi apaixonado pelo meio rural, em especial os cavalos. Quando se formou, sonhava em trabalhar com os animais de grande porte, mas as circunstancias e as oportunidades o levaram a ficar no mundo corporativo.
Confira a entrevista exclusiva que Daniel concedeu a Revista Tambor & Baliza, da Editora Passos!
Como foi o convite para assumir um cargo tão importante na ABQM?
Daniel: Fui convidado em 2012 para auxiliar a área técnica da ABQM, com o escopo de implantar um novo sistema gerencial, melhorar os processos internos e aumentar a produtividade do setor. Após a conclusão dessa etapa, passei a coordenar esse setor e, após quatro anos (em 2016), fui convidado para assumir a coordenação geral da Associação, desafio que considerei extremamente motivador.
Você tem algum vínculo com cavalos ou só do corporativismo mesmo?
Daniel: Sim, desde a infância minha paixão é o meio rural. Fiz medicina veterinária com o sonho de trabalhar com animais de produção e equinos. Entretanto, as experiências com o mundo corporativo me conduziram para funções gerenciais. Hoje, a paixão pelo Quarto de Milha me pegou e possuo cavalos por puro prazer e hobby.
Como estava à gestão da ABQM e hoje como vê o futuro e expansão da raça?
Daniel: A gestão da ABQM se profissionalizou muito a partir de 2010. É difícil falar sobre o período anterior, pois eu não atuava nesse meio. A gestão do Paulo Farha trouxe uma mudança no comportamento da ABQM, tanto em eficiência como nas ações estratégicas em geral. Dessa forma, em poucos anos, triplicamos os nossos números de eficiência interna e a ABQM rompeu fronteiras Brasil afora.
A gestão seguinte, que teve como presidente o Lô (Marcelo Ferreira), manteve esse modelo de negócio e ajudou a criar a sustentabilidade/segurança financeira da Associação. A gestão de Fábio Costa foi voltada à melhoria dos processos e redução de custos. Assim, nessas três gestões passadas, entendo que foi criado um alicerce que colocou a ABQM como a maior Associação do Brasil e da América Latina.
A gestão do Cicinho Varejão acredita que o futuro da raça depende da melhoria nas competições e no constante aprimoramento genético, da força dos fomentos da ABQM ao esporte e da solidez institucional que a entidade representa. Por isso, tem enfrentado bem os grandes desafios. Aqui podemos destacar o mais recente: a mudança do 41º Campeonato Nacional de Avaré para Londrina.
Quais as grandes mudanças da Associação que fizeram com que o crescimento no último ano fosse considerável, tornando-a a maior da América Latina?
Daniel: O cavalo é à força da ABQM. Usamos esse grande potencial genético para, cada vez mais, fomentar a prática esportiva. Que, além de gerar valor ao mercado, demanda serviços internos à Associação. Com os trabalhos do Stud Book (nossa área técnica), geramos os recursos para, cada vez mais, alavancar a prática esportiva. Dessa forma, com a força natural da raça e com a confiança dos nossos quartistas, conseguimos colocar a ABQM como destaque no cenário nacional.
Qual foi o impacto da saída de Avaré para ABQM?
Daniel: Temos certeza de que a saída da ABQM gerou um impacto negativo muito grande para Avaré. Nossos eventos levam o nome da cidade para o Brasil todo, além de gerarem renda e empregos diretos e indiretos para o município e imediações. Entendemos, entretanto, que os problemas nos mostram novas possibilidades. Com a decisão de sair de Avaré, ampliamos nosso horizonte para novas cidades, tendo a oportunidade de reduzir custos operacionais, além de atrair novos sócios e amantes dos cavalos.
Do ponto de vista jurídico foi um impacto frustrante, pois a ABQM é pioneira e vanguardista na proteção dos animais e nossa indignação se dá pelo desconhecimento do poder público em nossas práticas e cuidados. De qualquer forma, temos certeza de que, em breve, solucionaremos esse impasse jurídico para voltarmos a considerar Avaré como uma opção.
Qual a possibilidade de retorno pra Avaré? Isso é importante pra ABQM?
Daniel: Todas as cidades que possuírem um parque capaz de atender as nossas necessidades são importantes para a ABQM. Mais importante que o parque em si, é a solução do problema jurídico que foi erroneamente criado em Avaré. Tendo sucesso nessa empreitada, a cidade voltará a ser considerada como opção de sede dos nossos eventos.
O que os associados podem esperar da ABQM de forma geral até o final de 2018?
Daniel: Podem esperar uma Associação sólida, com uma diretoria eficiente e preocupada com a solução definitiva para a segurança jurídica no que tange aos Esportes Equestres. Além disso, buscamos cada vez mais melhorias com a constante modernização e automação nos processos internos.
Quais os números atualizados da ABQM, em sócios e animais?
Daniel: Temos 33 mil sócios e 554 mil animais registrados no Stud Book (Registro Genealógico) da raça.
Com relação ao Sistema de provas da ABQM, qual a avaliação?
Daniel: Cada dia melhor. Temos um planejamento, desde sua implantação, de melhorias para o sistema SEQM. Podemos ver que, a cada nova melhoria, o sistema e o público (organizadores) respondem de forma extremamente positiva. O crescimento de usuários é progressivo, o que nos anima para continuar nesse planejamento. Temos ciência de que ainda temos muito a melhorar, e que o usuário e o competidor são peças fundamentais no sucesso desse sistema.
O que podemos esperar em outubro no último grande evento da raça?
Daniel: Como em todos os eventos que a ABQM realiza, podemos esperar os melhores animais em pista e em leilões. Será um evento cheio de cuidados com os visitantes, garantindo a melhor experiência para nosso público. A premiação de altíssimo nível, o poder do cavalo Quarto de Milha e a organização da ABQM garantirão o melhor evento para todos, independente do local que será realizado.
Por Verônica Formigoni
Foto: Fábio Cabrera
