Um pouco da história do cavalo Quarto de Milha

Como a raça se desenvolveu muito antes da criação da associação americana

A mitologia grega registra as façanhas épicas de um maravilhoso cavalo alado chamado Pégaso. Contudo, as histórias do início do cavalo Quarto de Milha no Texas falam de outro cavalo lendário. Steel Dust, que assim como Pégaso, podia voar, mas sem nunca deixar o solo.

Criado em Kentucky, descendente da lenda Sir Archy (foto de chamada), Steel Dust chegou ao Texas com um ano de idade em 1844. Sua progênie e sua lenda se espalharam entre os cowboys que levaram gado Longhorn pelas trilhas do Texas, desbravando as Grandes Planícies para a pecuária.

Seu nome, Steel Dust, tornou-se a identificação de uma raça inteira de cavalos. Em resumo, chamam-se seus descendentes de ‘Steeldusts’, o tipo favorito do cowboy. Eram cavalos musculosos, marcados com orelhas pequenas, mandíbula grande, inteligência notável e velocidade relâmpago de até quatrocentos metros.

Steel Dust, portanto, era o cavalo Quarto de Milha americano quando ainda nem existia essa designação, nem a associação e tudo mais. Antes de mais nada, ele e sua espécie alcançariam fama em proporções tão magníficas quanto a do mítico Pégaso.

Em tempos bem, bem distantes

Contudo, a história do cavalo Quarto de Milha começa muito antes. Don Hedgpeth, em seu artigo ‘They Rode Good Horses: The First Fifty Years of the American Quarter Horse Association’, conta que dá para rastrear as origens da raça até a América Colonial, Século 16. Os antepassados na época da colonização das Américas gostavam de corrida e corriam os cavalos ingleses. Os mesmos com os quais aravam e cavalgavam todos os dias.

Não demorou muito para que os fazendeiros coloniais das Carolinas e da Virgínia, nos Estados Unidos, começassem a negociar por um cavalo mais rápido. De origem espanhola, quem criava esse tipo eram os índios Chickasaw.

Exemplares que aportaram na Flórida com os primeiros exploradores e colonos espanhóis e são parte desse momento da civilização americana. Cruzamento do berbere da África do Norte com os de raça espanhola. Há evidencias desses cruzamentos já no Século 17, por volta de 1611. Nos 150 seguintes, esses animais ficaram conhecidos por ‘Celebrated American Quarter Running Horse’.

O termo quarter refere-se à distancia percorrida em que eram imbatíveis, enquanto running é corrida. Cavalos que corriam um quarto de milha, muitas vezes nas principais ruas de pequenas aldeias. Em meados do Século 18, era evidente que os colonos estavam na América para ficar. Alicerçaram fazendas, plantações e cidades em toda a costa atlântica.

O antepassado do cavalo Quarto de Milha

Em 1752, John Randolph da Virgínia importou um neto de The Godolphin Arabian chamado Janus. The Godolphin Arabian faz parte da fundação do puro-sangue e sua linhagem fazia sucesso na Inglaterra em especial. Quando cruzou Janus com essas éguas coloniais, dos cavalos Chickasaw, o resultado foi o protótipo do cavalo Quarto de Milha.

Embora não se possa dizer que Janus fundou a raça, pode-se argumentar convincentemente que ele a moldou e formou significativamente. Ele próprio um corredor de longa distancia, Janus marcou seus potros com velocidade em distâncias curtas, bem como a capacidade de passar essa velocidade através de gerações sucessivas.

Ao mesmo tempo que o sangue de Janus melhorava os cavalos mais rápidos, aqueles que corriam 400 metros, cavaleiros coloniais adaptaram o estilo inglês para corridas de até um quarto de milha. Assim, formavam-se cada vez mais animais rápidos e resistentes, características necessárias e adequadas para a vida em uma fronteira selvagem. Serviam para o trabalho nas fazendas durante toda a semana e ainda disputavam corridas nos finais de semana.

E a história segue com nomes importantes, formadores de linhagem, até chegarmos aos relatos que mais conhecemos, do surgimento das associações e os cavalos registrados que tornaram-se lendas.

Por Equipe Cavalus
Fonte: AQHA
Crédito da foto: AQHA Journal

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