Nos últimos 20 a 30 anos houve uma maior conscientização sobre a importância da nutrição, manejo e saúde dos equinos, ou seja, bem-estar animal em primeiro lugar
Um estudo publicado em 2017 pelo neozelandês David J. Mellor demonstrou que a avaliação do bem-estar animal em cavalos deve ser dada pelos chamados ‘5 Domínios’. São eles: nutrição, ambiente, saúde, comportamento e estado mental. Traduzem como devem ser as práticas de bem-estar animal na equideocultura atual, pois indicam caminhos práticos e positivos a serem seguidos.
Em 2018, obtivemos uma adaptação do trabalho de Mellor, liderada pelo Prof. Dr. Hélio Manso da Universidade Federal Rural do Pernambuco. Em parceria com outros professores e chancelada pela ABRAVEQ – Associação Brasileira de Veterinários de Equídeos. O novo estudo, portanto, classificou em ‘Domínios funcionais e físicos’ da seguinte forma:
No domínio 1: nutrição e hidratação. Enquanto que como domínio 2: ambiência. Já o domínio 3: saúde e bem-estar. Domínio 4: comportamento. Por fim, domínio 5: domínios de experiências afetiva como estado mental.
Essa adequação, antes de mais nada, faz uma abordagem técnica e do ponto de vista da ciência. Trata, então, a temática de bem-estar animal dos equinos, permitindo aos amantes do cavalo traçar metas a serem alcançadas.
Como por exemplo, o primeiro domínio que aborda a nutrição e hidratação, mostra a importância do fornecimento de uma dieta em quantidade. E ainda qualidade suficientes para manter sua boa saúde e atender às suas necessidades fisiológicas. Com isso, qualquer mudança na dieta do equino deve ser realizada por pessoas experientes. Ou sob supervisão veterinária ou de zootecnista. Inclusive adição de suplementos.
Cada fase exige um tipo de alimentação. Caso seja manipulada de forma errônea, pode prejudicar seu desempenho e sua saúde.
Números
De acordo com últimos dados da Organização Mundial para Alimentação e Agricultura (2014), há em torno de 60 milhões (59,3 milhões) de cavalos no mundo. Portanto, há cerca de um cavalo para cada 165 pessoas.
Os Estados Unidos são líderes de mercado, apresentando uma população de aproximadamente 10,26 milhões de equinos. Em segundo lugar vem o México com 6,35 milhões. Em seguida a China com 6,02 milhões e o Brasil com 5,45 milhões. Argentina se posiciona em quinto lugar, com 3,60 milhões de equinos. Além disso, o continente americano corresponde por 32,8% da população equina mundial; o asiático por 24,2%; e América do Sul, 22,5%.
Entre as principais raças comercializadas, quer seja para criação, quer seja para lazer no Brasil, encontramos o Quarto de Milha, raça mais popular do mundo. Também o Mangalarga Marchador, a mais antiga raça formada na América Latina. Assim como destacamos o Puro Sangue Inglês, Árabe, Crioulo, entre outras.
Embora muitos eventos tenham sido cancelados, devido ao advento da Covid-19, a busca por alternativas tem feito muitas empresas avançarem com estudos. Bem como investindo em tecnologias para melhorar o equilíbrio entre produção e bem-estar animal. Acima de tudo, para que a ‘roda’ econômica continue girando.
Se o bem-estar não estiver alinhado, poucas serão as chances de desenvolver um cavalo com bom desempenho.
Por Natália Telles Schmidt, médica veterinária e supervisora de assistência técnica de equinos da Guabi Nutrição e Saúde Animal
Fonte: Assessoria de Imprensa
Crédito das fotos: Divulgação/Pixabay
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