Bem-estar animal em eventos é tema de Live

Quatro personalidades do meio equestre debateram um assunto de grande importância para o segmento

Através do canal do Youtube da Sociedade Rural do Paraná – ExpoLondrina, quatro pessoas envolvidas diretamente com o meio equestre debateram o tema ‘Bem-estar animal em eventos’.

De acordo com a assessoria de imprensa, a Live teve mediação de Ilson Romanelli, empresário, agropecuarista, conselheiro da SRP e criador de equinos. Assim como participaram José Henrique Cavicchioli, César Fabiano Vilela e Alexandre Bolfer.

O Dr. José Henrique é médico-veterinário, professor da Unopar, diretor de atividades equestres. E ainda responsável técnico da SRP. Colega de profissão, o Dr César Viella, além de médico veterinário, é perito do TJSP e TJPR. Além disso, é membro da associação de peritos judiciais de São Paulo. Bem como fundador da RodeioVet, empresa de consultoria e responsabilidade veterinária sobre a atividade esportiva. Por fim, Bolfer, também empresário, é diretor da Bolfer Eventos. Trata-se de uma empresa responsável pela realização de rodeios em várias regiões do país.

Bem-estar animal em eventos é tema de Live, e 4 personalidades do meio equestre debateram esse assunto de grande importância para o segmento

Eventos se preocupam com o bem-estar animal

Ilson Romanelli começou sua fala ressaltando que a Live tinha como principal objetivo demonstrar que os eventos se preocupam com o bem-estar dos animais. Bem como as entidades e empresas envolvidas seguem normas e a legislação vigente no que diz respeito ao assunto. O empresário e criador abordou que a Expolondrina sempre esteve pautada em boas práticas de bem-estar animal. Ademais, é um evento que recebe diversas espécies de animais a cada edição, para competição e exposição.

“Como criador, principalmente, sei que a grande preocupação dos proprietários de animais é que o ambiente de um evento seja o mais próximo possível do ambiente que disponibilizamos em nossas propriedades. Antes de mais nada, isso garante uma ótima performance aos animais. Portanto, nós criadores também temos muito interesse nas práticas e normas de bem-estar animal que os eventos executam”.

Romanelli ressaltou ainda uma ação recente da ABQM. A associação do Quarto de Milha lançou o Manual de Boas Práticas para Bovinos Participantes de Atividades Esportivas Equestres. Sobretudo, trata do que envolve o animal nos eventos e competições. Em seguida, Dr. César complementou dizendo que “este manual é único no mundo e que a ABQM buscou conhecimento técnico para aprimorar sua atividade e submeter suas práticas à fiscalização da autoridade máxima competente no Brasil, que é o MAPA”.

Bem-estar animal em eventos é tema de Live, e 4 personalidades do meio equestre debateram esse assunto de grande importância para o segmento

O conceito de bem-estar animal

Conforme comentou o Dr. César, “o bem-estar animal, enquanto ‘condição do animal’, refere-se a todas as situações que ele experimenta no ambiente onde vive. E isso incluo a convivência com os seres humanos. Essas condições experimentadas pelos animais são tidas como positivas ou negativas para sua vida”. Dessa forma, a ciência do bem-estar animal se baseia no princípio dos cinco domínios.

Portanto, a fim de avaliar as condições da qualidade de vida do animal do ponto de vista positivo e negativo, os cinco domínios usados são: nutrição, ambiente, saúde física, comportamento e saúde mental do animal. Esse último, a somatória dos outros quatro. “Essa ciência é nova, surgiu entre as décadas de 60 e 70. E desenvolve estudos relevantes ao equilíbrio dessas condições em que os animais estão expostos”, comenta o Dr. Cesar.

Acima de tudo, estuda e busca elevar o nível da positividade do cavalo no ambiente mais natural possível. Em resumo, fornece satisfação às necessidades para que o animal tenha uma vida de qualidade. “Hoje, a sociedade moderna se mostra mais exigente em relação às práticas sustentáveis. Dessa forma, o bem-estar animal se coloca como um elemento satélite. Interfere diretamente na sustentabilidade, nas questões econômicas, sociais, ecológicas e culturais”.

Regulamentação

 Em outro momento da Live, o Dr. César ressaltou sobre as regulamentações do assunto e disse que ela é bem antiga. Por exemplo, há decretos, normativas e leis da década de 30 e 40 que já previam punições para maus tratos e crueldade contra animais. Na década seguinte, apareceram diversas outras normativas e leis sobre o assunto. Mas não havia esclarecimento real a respeito de maus tratos e crueldade.

Segundo o especialista, esse fato foi algo que gerou uma série de entendimentos divergentes, ou seja, cada um interpretava a sua maneira. “A resolução 1236/2018 do CRMV nos trouxe essa informação. Portanto, configurou o que realmente é maus tratos e crueldade. Então, somente nos últimos anos é que isso é tratado da forma correta. Nos últimos anos, aliás, a evolução do tema foi gigantesca. Até cerca de cinco anos, tínhamos leis e normas que tratavam de forma geral o assunto. Enquanto hoje temos regras específicas de como deve se tratar o animal em ambiente de competições”.

A título de informação, o Dr. César levou ao debate também o cenário da pecuária. Nesse ramo de atividade, as boas práticas de bem-estar animal geram melhores resultados. Conceito que quando aplicado nos eventos e nas competições, além de preservar o direito dos animais, garante comprovadamente melhores performances.

“Posso citar estudos feitos pela USP em provas oficiais da ABQM a fim de medir o stress dos animais nas competições. Estes estudos avaliaram o comportamento do animal no evento, mensurando com a análise bioquímica, de algumas substâncias do sangue. Em conclusão, o animal desenvolve alteração fisiológica ao exercício praticado, logo voltando a condição fisiológica normal”.

Responsabilidade Técnica

O Dr. José Henrique Cavicchioli explicou que o responsável técnico de um evento cuida da parte sanitária e de bem-estar. E isso acontece desde a chegada dos animais, sua permanência no local até sua saída. Uma função extremamente importante para o bom andamento dos eventos. Assim, somente um profissional com graduação em medicina veterinária e o registro no CRMV atua como responsável técnico por um evento.

Assim como deve ser certificado em curso no órgão estadual competente. As normas são mais recentes e demonstram grande preocupação dos órgãos com todo o processo. Dr. José Henrique comentou ainda que a ExpoLondrina recebe diversas espécies de animais, desde aves e peixes, até animais de grande porte, como bovinos e equinos. Para cuidar de tudo há uma equipe de dez responsáveis técnicos.

“Cada um com sua especialidade para atender de forma correta cada espécie de animal que adentra o recinto. A entrada de qualquer animal é bem rígida, exigindo todos os exames e declarações necessários a cada espécie, além de terem que estar em condições físicas adequadas. Dentro do recinto, procuramos seguir todas as normativas e a preocupação com o bem-estar dos animais presentes é muito grande.”

Dr. José Henrique Cavicchioli  -Explicou que o responsável técnico de um evento cuida da parte sanitária e de bem-estar, desde a chegada dos animais, sua permanência no local até sua saída, sendo uma função extremamente importante para o bom andamento dos mesmos. Ele ressaltou que para ser responsável técnico por um evento o profissional além da graduação em medicina veterinária e o registro no CRMV, precisa se habilitar através de um curso no órgão estadual competente. Isto foi estabelecido com as normas mais recentes, demonstrando grande preocupação dos órgãos competentes em ter somente pessoas habilitadas a frente deste cargo.  -Ressaltou que a Expolondrina recebe diversas espécies de animais, desde aves e peixes, até animais de grande porte, como bovinos e equinos. Por isso, em cada edição do evento são cerca de 10 responsáveis técnicos, cada um com sua especialidade para atender de forma correta cada espécie de animal que adentra o recinto. “A entrada de qualquer animal é bem rígida, exigindo todos os exames e declarações necessários a cada espécie, além de terem que estar em condições físicas adequadas. Dentro do recinto, procuramos seguir todas as normativas e a preocupação com o bem-estar dos animais presentes é muito grande,”.

Evolução do bem-estar animal em rodeios nos últimos anos

Segundo Alexandre Bolfer, mesmo com as normas anteriores mais flexíveis, por organizar rodeios em grandes eventos e nas principais exposições agropecuárias, há uma preocupação com o bem-estar dos animais de rodeio. Por isso ele não teve tanta dificuldade em se adaptar as novas normas.

“Ao iniciar o planejamento de um evento, minha primeira preocupação é com a estrutura de arena e currais que iremos usar. Também faz parte do planejamento inicial o alojamento e acomodações dos animais, a quantidade de montarias, a logística que vamos ter durante a competição. Entre outras preocupações para que tudo saia conforme as exigências de bem-estar animal”, afirma o empresário.

Como organizador de rodeio, ele é responsável, por exemplo, pela contratação das boiadas e tropas que pulam no evento. Antes de tudo, sua premissa é contratar empresas que tenham compromisso com o bem-estar dos animais e que irão cumprir as normas estabelecidas durante o evento.

“Procuro contratar pelo histórico e busco acompanhar as práticas que estão fazendo em sua propriedade. A preocupação do bem-estar animal deve ser de todos os envolvidos no rodeio”. Bolfer ainda reforça que a diretoria da ExpoLondrina é bem ligado nesse assunto e dá total condição para que isso aconteça. Desde o planejamento do piso da arena, até as instalações e acomodações dos animais.

Com toda a certeza, na visão de Bolfer, houve grande evolução no tratamento dos animais de rodeio nos últimos anos. “Os proprietários estão mais conscientes. Mudaram o comportamento em relação ao passado. Melhoraram o manejo, incluíram novas técnicas. Se aproximaram mais dos animais”.

Por fim, ele falou da importância das equipes especializadas em manejo nos rodeios. “É um trabalho que colabora para o bem-estar dos animais”.

Colaboração: Abner Henrique

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