Fraude em exames de sangue é investigada pela Justiça no Rio Grande do Sul

Segundo Secretaria da Agricultura do Estado oito denúncias de fraude envolvendo coleta de sangue para exames de GTA são investigadas

Uma suspeita de fraude em exames de sangue de cavalos, denunciada pelo G1 Rio Grande do Sul, traz à tona um escândalo na medicina veterinária no estado. Autoridades de Santa Maria, localizada na região central do Rio Grande do Sul, investigam uma suspeita de coletas enviadas aos laboratórios de sangue que não correspondem aos animais examinados. Segundo a denúncia, foram enviados aos laboratórios amostras de outros equinos, escolhidos de forma aleatória, visando poupar tempo do veterinário de ir até a propriedade para realizar a coleta corretamente, visto que muitas são localizadas em outros municípios.  

De acordo com a Secretaria da Agricultura do Estado, oito denúncias de fraudes são investigadas, sendo cinco envolvendo animais doadores, todas realizadas nos últimos três anos. Destas investigações, três foram concluídas, e os veterinários foram descredenciados pelo Ministério da Agricultura.

Quatro processos de investigação por fraude foram instaurados pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária, e os investigados podem receber penas que variam de advertência confidencial e até a cassação do exercício profissional, com multa de até R$ 6 mil.

“São casos isolados que não representam a maioria dos profissionais, casos que forem comprovados existe o rigor da lei, tanto do estado que pode desabilitar estes profissionais, quanto o próprio conselho que pode abrir processo ético com as punições prevista em lei”, disse ao G1 o presidente do conselho, Mauro Moreira.

Um criador que pediu para não ser identificado, disse ao G1 que encomendou a coleta de sangue para a realização de exames para a emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA), e segundo ele, o veterinário não foi até seu criatório realizar a coleta do sangue, e lhe entregou um resultado negativo.

“Eu não sabia que ele agia dessa forma. Eu não estava na cidade. Foi pago antecipado o valor do exame para ele ir na propriedade realizar a coleta. Só que ele nunca esteve lá para realizar essa coleta. Usou o sangue de outro cavalo”, explicou ao G1.

A suspeita de fraude fez a propriedade ser interditada, mas o proprietário entrou na justiça solicitando um novo exame, que confirmou o negativo do exame, liberando a propriedade.

Fraude envolve outros casos

Fraude em exames de sangue é investigada pela Justiça no Rio Grande do Sul
De acordo com a Secretaria da Agricultura do Estado, oito denúncias de fraudes são investigadas

Este caso não é isolado na região central do estado do Rio Grande do Sul. Segundo apurado pelo portal, seis cavalos tiveram falso positivo diagnosticado, com exames realizados com amostras de outro animal contaminado. O advogado contratado pelos proprietários dos animais, que seriam sacrificados, entrou na justiça e conseguiu autorização para refazer os exames, que deram negativo. Isso impediu o sacrifício dos animais.

Sindicato dos veterinários alertou sobre a fraude

Um alerta foi divulgado pelo Sindicato dos Médicos Veterinários do Rio Grande do Sul, informando que vem alertando sobre a possibilidade desse tipo de fraude e defende mais segurança e a qualidade da realização dos exames oficiais.

“Já havíamos alertado sobre a possibilidade de tal crime. Quanto ao caso específico precisamos que a apuração seja feita, o que não podemos esperar mais é a inércia dos órgãos competentes para realizar a fiscalização”, critica o presidente João Pereira Júnior.

Por Redação Cavalus, com informações do G1 Rio Grande do Sul

Fotos: Reprodução / Pixabay

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