Ao final dessa série vamos entender quais alternativas para suplementar de forma correta seu cavalo de alta performance
Durante o processo de domesticação, o homem mudou e tem mudado continuamente o hábito da vida dos equinos. Até algum tempo, os cavalos raramente recebiam alimentos concentrados, fenos de gramíneas ou leguminosas. A pastagem sempre constituiu a alimentação natural do cavalo e, para tanto, seu aparelho digestivo está anatômo e fisiologicamente preparado para a digestão.
A nutrição é capaz de, juntamente com um manejo adequado, exteriorizar a total capacidade genética do animal em crescer, se reproduzir, trabalhar etc. Ao se abordar um tema como nutrição, deve-se definir claramente o que classificamos como alimento e nutriente.
O alimento é tudo aquilo que é ingerido com o intuito de saciar a fome e nutriente são as substâncias contidas nos alimentos e que desempenham funções especificas no organismo. A alimentação cria a base necessária para realizar todas as reações que ocorrem em um animal que está sempre praticando esporte. O organismo precisa gerar a energia necessária e também armazená-la para provas de explosão.
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Mais conhecimento
A alimentação correta dos cavalos requer mais conhecimento, experiência e bom senso de que qualquer outro tipo de criação. Infelizmente, os cavalos são, em geral, os que recebem a pior alimentação.
Isso é devido, principalmente, a uma grande falta de informação sobre nutrição equina por parte dos proprietários de cavalos e dos nutricionistas. Mais pesquisas serão necessárias para resolver muitas dúvidas não respondidas. Neste sentido, a alimentação adequada não é apenas fornecer um pouco de feno para o cavalo.
Os requerimentos nutricionais do cavalo de alto desempenho variam basicamente com o peso, idade e tipo de trabalho ao qual ele é submetido. Podemos entender com o trabalho tudo que o cavalo realiza nos treinamentos e provas, principalmente, pois aí são gastos 50% ou mais dos requerimentos nutricionais.
Para discutir a nutrição equina, precisamos discutir as fontes comuns de nutrientes para eles. Torna-se então necessário possuirmos certos parâmetros pelos quais possamos comparar os alimentos para melhor entendermos seus valores nutricionais relativos.
Apesar de haver diversas maneiras de se comparar alimentos, essa discussão é limitada a fatores conhecidos, como: total de nutrientes digeríveis, proteína digestível e relação cálcio-fósforo, que são mais importantes. Essa limitação pode tornar o assunto um pouco menos confuso.
Devemos ter em mente que esses requerimentos se referem à água, energia, proteína, minerais e vitaminas (nutrientes), que deverão fazer parte da dieta de qualquer cavalo, que deve conter ingredientes indispensáveis para a vida e boa saúde dos equinos, como os volumosos (fenos e pastagens entre outros) e concentrados (rações comerciais).
Melhores resultados
A prática alimentar deve adaptar-se aos novos conhecimentos da nutrição equina, com o objetivo de assegurar melhores resultados em matéria de saúde, resultados de provas e rentabilidade. Deve-se duvidar daqueles que apresentarem manejos, porções ou fórmulas miraculosas, ao invés de sugestões racionais, que não agridam e afetem o metabolismo normal do animal.
Tudo que o cavalo gasta deve ser reposto, assim se manterá o equilíbrio. Os balanceamentos são necessários entre concentrado e volumoso. Quando o cavalo inicia a atividade física, há um aumento da atividade muscular. Os músculos precisam de energia para se contrair.
A capacidade atlética dos cavalos de corrida e de salto são determinadas pela capacidade do seu aparelho circulatório e respiratório, seu estado hematológico, assim como da integridade do seu sistema muscular e esquelético. Através de treinamento, o rendimento dos distintos órgãos e tecidos é mantido ou melhorado. A alimentação cria a base necessária para estes processos.
Na próxima semana o artigo explicará mais sobre esse processo e dará continuidade ao assunto. Fique ligado!
Por Prof Dr. Alexandre augusto de Oliveira Gobesso
Para a Univittá Saúde Animal
O Dr. Gobesso é Médico Veterinário, formado pela Universidade Estadual de Londrina/1988. Entre seus títulos, é Mestre em Medicina Veterinária/Nutrição Animal – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia /USP – 1997; Doutor em Zootecnia/Produção Animal Fac. de Ciências Agrárias e Veterinárias/Unesp/Jaboticabal/SP – 2001; Livre Docente – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia /USP – 2009.
Também é Professor Responsável pela Disciplina: Produção de Equinos – Curso de Medicina Veterinária; Professor e Orientador – Mestrado e Doutorado na Área de Nutrição e Produção Animal; Pesquisador Responsável – Laboratório de Pesquisa em Saúde Digestiva e Desempenho de Equinos do Departamento de Nutrição e Produção Animal – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia/USP – Campus de Pirassununga/SP.