Saúde & Bem-estar
Tripanossomíase acomete os equinos de forma grave
O agente causador da tripanossomíase é o Trypanossomaevansi, um protozoário que pode ser transmitido através da picada de insetos hematófagos
A tripanossomíase, enfermidade conhecida como ‘Mal das Cadeiras’ ou ‘Surra’, é responsável pela morte de um grande número de equinos no Brasil. Ela tem uma distribuição geográfica ampla, estando presente na América do Sul, América Central, Sudeste Asiático e na África.
É uma enfermidade que afeta diversas espécies como equinos, bovinos, caprinos, ovinos, canídeos e felídeos além de roedores e do homem. Além disso, ela apresenta uma alta taxa de mortalidade e de morbidade, sendo fundamental realizar o controle do agente causador.
O agente causador da doença é o Trypanossoma evansi, um protozoário que pode ser transmitido através da picada de insetos hematófagos das famílias Tabanidae e Stomoxidae e de morcegos hematófagos, sendo o principal vetor o Tabanus importunus, conhecido popularmente como ‘mutuca’.
Regiões com o clima quente e úmido e com áreas alagáveis são favoráveis ao aparecimento dos vetores responsáveis pela transmissão da doença.
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A tripanossomíase
A tripanossomíase por T. evansi pode apresentar-se com um quadro clínico agudo ou crônico. A fase aguda da infecção, portanto, é caracterizada pelo surgimento de febre intermitente, edema subcutâneo, anemia progressiva, cegueira, letargia e alterações hemostáticas. Os animais afetados agudamente podem morrer dentro de semanas ou em poucos meses.
No entanto, as infecções crônicas podem durar anos e, durante a fase crônica, ocorre o agravamento dos sinais clínicos e, consequentemente, observa-se caquexia, edema, incoordenação motora e paralisia de membros posteriores. Estes sinais neurológicos ocorrempois o protozoário, após se multiplicar no sangue, se aloja no sistema nervoso central.
Diagnóstico
O diagnóstico da tripanossomíase pode ser feito através de exames complementares, que devem ser analisados em conjunto com os sinais clínicos apresentados pelo animal. Pode ser realizado, sobretudo, o diagnóstico direto, através da visualização do parasita em amostras de sangue, de líquido cefalorraquidiano ou de linfonodos.
O sucesso do diagnóstico irá depender do nível de parasitemia e da coleta de material correto. Também é possível realizar o diagnóstico indireto, através do ELISA, teste no qual são detectados anticorpos contra o agente, indicando se o animal em questão já teve contato com o parasita ou não.
Embora o sucesso deste teste dependerá da coleta adequada e do tempo decorrido desde o início da infecção até o momento da pesquisa de anticorpos. O teste de eleição para diagnóstico de tripanossomíase é o PCR, que visa encontrar o DNA do T. evansi.
Tratamento e Prevenção
No Brasil, o tratamento mais utilizado é o Aceturato de Diminazeno associado à quimioterapia, porém o sucesso no tratamento da tripanossomíase irá depender do estado nutricional e da rotina de exercício a qual os animais serão submetidos.Somente um médico veterinário poderá analisar cada caso e prescrever um tratamento adequado.
A prevenção da doença é feita através do controle de vetores na propriedade, assim como o controle do trânsito de animais. A quimioprofilaxia também é um método de prevenção amplamente utilizado no Brasil, mas somente um médico veterinário capacitado poderá indicar a melhor estratégia profilática.
Colaboração: Hélio Itapema, Beatriz Tofani Maia, Maria Eduarda Algarve Pavão e Pethria Franco
Clínica de Equinos Itapema: (11) 94020-2080|(11) 99528-1710
Crédito das fotos: Pexels e Wikimedia Commons
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