Série Mustad: como fixar a ferradura corretamente – Passo 4

A Mustad traz agora a quarta e última reportagem da série especial para explicar o passo a passo para um ferrageamento correto

Finalizando as explicações da Série Mustad, nesta quarta reportagem você vai aprender como fixar a ferradura corretamente. Antes de mais nada vale lembrar que o primeiro passo foi a avaliação completa do animal. Ou seja, em estação, ao movimento de passo, conformação e o voo do casco.

Depois, na segunda reportagem da série foi explicado como tirar a ferradura corretamente. Na sequência, você aprendeu como manipular o casco e preparar para uma nova ferradura. Agora é hora de aprender como fixar corretamente para, assim, poder colocar o animal em plenas condições da sua atividade diária.

Quem volta a comandar os ensinamentos nesta quarta reportagem da Série Mustad é ferrador profissional Danilo Gabrilaitis, e o médico veterinário e ferrador Luiz Gustavo Tenório. Confira abaixo como fixar a ferradura corretamente!

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As ferraduras da Mustad já vem com as marcações dos cravos – Foto: Divulgação

Escolha da ferradura

Depois do casqueamento feito, é hora de escolher a ferradura ideal para o cavalo. Essa escolha deve levar em conta o tipo de casco e o trabalho diário do animal. No caso das ferraduras da Mustad, elas já vêm com marcações próprias, sem alívio de sola, facilitando o trabalho do ferrador. Este que, certamente, terá que fazer somente pequenos ajustes na ferradura para o seu perfeito encaixe no casco.

Após os ajustes necessários, é hora de fazer a cauterização do casco, que consiste em colocar a ferradura quente em contato com a sola do casco por alguns poucos segundos. Sobretudo, a intenção é evitar a entrada de micro-organismos e proporcionar um melhor encaixe da ferradura no casco.

Na sequência, se for o caso da ferradura escolhida, deve-se fazer o encaixe do guarda- casco (acessório que vem na ferradura e auxilia na fixação ao casco, essa opção depende da atividade do animal e da condição do casco do animal).

O guarda-casco deve ser preparado e angulado na mesma inclinação da muralha do casco. Após a cauterização do casco, o guarda-casco fica marcado na muralha e antes de pregar a ferradura é necessário fazer um encaixe desse guarda casco, que é a remoção com um rinete da área marcada, queimada na muralha do casco. “Não é interessante, não é ideal pegar uma grosa aqui e fazer uma cava. Com a própria faquinha você já consegue, de forma mais macia, você já consegue fazer se encaixe”, explica Gabrilaitis.

A cauterização do casco ajuda a evitar a entrada de micro-organismos – Foto: Divulgação

Fixação

Depois de formado a ferradura, cauterizado e feito o encaixe do guarda-casco, é hora de aprender como fixar a ferradura corretamente. A escolha dos cravos também varia de acordo com o tipo de ferradura e casco. “Antes tira só um pouco de rebarba que fica, com a grosa”, lembra o ferrador.

Daí é só encaixar a ferradura, se orientar a partir do furo dos cravos com a linha branca e ir pregando com um martelo de cravejamento. “Eu costumo colocar, primeiro, os dois segundos cravos. Pode ser colocado também entre o terceiro cravo e o primeiro. O legal é que sempre fixe de um lado e depois do outro lado. Independente da ordem da colocação do primeiro cravo, o próximo deve ser no lado oposto, ou no outro ramo da ferradura e assim sucessivamente”.

Ao ir pregando os cravos, fique sempre atento ao ajuste da ferradura. Afinal, ela pode correr e quando isso ocorre temos que remove-la para uma correta fixação. “O ideal é colocar os três primeiros cravos de cada lado, ficando na metade do casco. Para trás, já fica um pouco perigoso, a parede fica mais reta. Na frente, ela tem uma angulação melhor e facilita para colocar os cravos. Do terceiro furo para trás é a parte que mais dilata do casco, podendo atingir partes sensíveis”.

O ferrador cita que há quem pense que colocando o quarto cravo, a ferradura fica mais presa. Mas, na verdade, por conta da maior área de dilatação, movimentação do casco, é arriscado os cravos saírem naquela posição. “Podendo até com a dilatação do casco fazer com que encoste na parte sensível e fazer o animal ter algum tipo de problema”.

O ideal é colocar os três primeiros cravos de cada lado, ficando na metade do casco.
O ideal é somente colocar os três primeiros cravos de cada lado – Foto: Divulgação

Três maneiras de finalizar os arrebites

Agora, para finalizar a Série Mustad – com esta quarta reportagem que explicou como fixar a ferradura corretamente -, o médico veterinário e ferrador Luiz Gustavo Tenório explica três maneiras de finalizar os arrebites dos cravos.

Mas antes ele cita que, a primeira coisa a fazer após colocar o animal no tripé, é diminuir o comprimento do cravo que sobrou. Então, coloca-se a torquês nessa sobra, dá uma afastada e corta o excesso. “Para que todos os cravos tenham o mesmo tamanho e a mesma ‘pega’ na parede”, explica. 

Sendo assim, a primeira técnica que Tenório explica é com o uso da grosa. “Cortou a sobra, a gente vai grosar apenas embaixo do cravo. Lembrando que a gente tem que marcar o mínimo possível essa parede e aí eu venho com o Jacaré ou o Arrebitador de Cravos. São dois movimentos sempre, um para baixo e outro para dentro, empurrando o cravo para dentro do casco. Feito isso, eu uso novamente a grosa e deixo ele bem rente a parede, bem liso, nessa forma retangular”.

Já segunda maneira de finalizar os arrebites é com o rinete ou com uma ferramenta chamada Encaixador de Cravo. “Eu vou embaixo desse cravo e vou remover somente o casco que está embaixo dele. Vou grosar novamente e, mais uma vez, uso o Jacaré”.

Por fim, a terceira técnica é usando a grosa embaixo do cravo. “Daí eu pego a torquês e o martelo, vou apoiar, eu vou batendo no cravo como se estivesse pregando-o. Mas com a torquês de cravo encostada nele na muralha. Isso faz com que o cravo fique mais ajustado na ferradura e na muralha. Daí eu inverto a posição das ferramentas apoiando a torquês contra o cravo, venho com o martelo e bato no cravo contra a muralha, encaixando-o na cava feita anteriormente. Pronto e aí, mais uma vez, o uso da grossa”.

E ainda avisa Tenório. “Tem animais que podem ter alguma dor e não se sentem confortáveis com essas batidas na muralha. Essa técnica é usual quando não se possui o arrebitador jacaré. E se a condição dos cascos do cavalo permite ou suporta essas batidas. Da mesma maneira, você não deixa marca, dobra o cravo, encaixa e continua dando apoio. Sem marcar a muralha do casco”.

Tenório ensina três maneiras de finalizar os arrebites – Foto: Divulgação

Considerações finais

Tenório finaliza dizendo que a altura dos cravos é importantes. Afinal, devem estar na mesma altura. “Não é só uma questão estética. Isso significa que cada um desses cravos está recebendo a mesma pressão de movimento que o casco faz sobre essa ferradura e sobre os cravos. Quando a gente coloca ou prega um cravo baixo e outro alto, significa que cada cravo está recebendo uma força diferente. E isso pode estimular a rachadura desse casco e a soltura dessa ferradura antes do prazo necessário. Além de ficar esteticamente mais bacana, tem essa função do melhor apoio, na diminuição do estresse da muralha desse casco”.

Para finalizar o trabalho de casqueamento – com esta quarta e última matéria sobre como fixar a ferradura corretamente -, Tenório orienta a fazer um pequeno polimento. Mesmo assim, alerta: “Isso é estético, é importante só pela beleza. Pode fazer em todo cavalo? Não. Se você está diante de um cavalo que você já reconheceu que a parede dele é fina, que ele está com o casco quebradiço e delicado, eu não aconselharia a você fazer uso dessa lixa. Por mais que seja muito fina. Qualquer material que você remover a mais desse casco, pior é para esse indivíduo. Então, muito critério na questão. A saúde do cavalo vem em primeiro lugar, ok. Lembre que isso é serviço de profissional”, finaliza.

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Por Natália de Oliveira
Crédito da foto: Divulgação/Mustad

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