Cidade de Venafro, na região de Molise, na Itália, cidade de pouco mais de 11 mil habitantes. Sua história remonta ao século III a.C. desde essa época a região passou por inúmeras guerras e batalhas, dando destaque para as Guerras Samnitas, entre Roma e a população de Samnita. É nesta cidade que está localizado o Castelo Pandone.
Esse castelo, do século X, passou por várias modificações e proprietários, mas no século XV chegou a família Pandone, senhores feudais de Venafro, na qual modificou grande parte do castelo, aderindo novos formatos para a proteção de possíveis invasões e guerras.
Foi com o Enrique Pandone, pertencente a nobreza, o tema de nossa pesquisa, Enrico transformou o castelo em uma residência. Fez várias modificações no castelo, construiu jardins e, o mais interessante, fez uma série de pinturas em tamanho real representando os melhores cavalos de sua famosa criação.
AFRESCOS DO CASTELO PANDONE
Sendo assim, é por essas pinturas que encontramos indícios da origem do cavalo crioulo. Enrico Pandone se tornou então referência na criação de cavalos de guerra, devemos entender que, para a época, não se denominava os cavalos pela sua raça, mas sim pela sua função ou localidade, como “chargers” (cavalos de guerra), “palfreys” (cavalos de montaria), cavalos de charrete ou de carga.
Alguns historiadores dizem que foi durante o período das invasões islâmicas na Península Ibérica, principalmente na Espanha, que os cavalos ganharam agilidade e ficaram mais pequenos, no cruzamento com os cavalos árabes e Barb.
Destes cruzamentos saíram os Jennet ou Jennet Espanhol: cavalo leve, compacto e musculoso, com uma andadura suave. Então, foram a base de algumas raças modernas existentes na América: Paso Fino, Paso Peruano, Crioulo.
Bem como, os afrescos encontrados no Castelo Pandone retratam os melhores exemplares da raça Jennet, de criação de Enrico Pandone, nos afrescos podemos encontrar várias descrições sobre os animais, e também quais eram os garanhões.
Franco Valente, arquiteto especialista em restauração, trabalhou no projeto de restauração das obras do Castelo. Ele então descreve cada pintura, apresentando características morfológicas e das indumentárias utilizadas nas pinturas.
JENNET PARA O CAVALO CRIOULO
Segundo a Enciclopédia Britânica de 1911, o Jennet não se refere a uma raça de cavalo, mas sim, a um tipo de equitação. Jennet deriva do francês genet, do espanhol jinete, que refere a um cavaleiro leve que cavalga à la jineta. “Com as pernas dobradas para cima”, ou seja, estribos mais curtos, que eles preferiam para reunir o cavalo (quando o centro de gravidade de um cavalo é deslocado para trás).
Porém, o Jennet, proveniente das províncias de criação de cavalos da Estremadura e da Andaluzia, foram os animais trazidos para a América. Deb Bennett diz que “esses cavalos ‘Estremadureños’ e ‘Andaluceños’, não eram muito parecidos com os modernos andaluzes atuais”, mas que ambos descendem dos Jennet.
Referências:
- https://molisevirtuale.beniculturali.it/360/index.html
- https://it.wikipedia.org/wiki/Venafro#Il_Castello_Pandone
- http://www.nobili-napoletani.it/Pandone.htm
- https://www.francovalente.it/2007/12/22/i-cavalli-di-enrico-pandone-nel-castello-di-venafro-2/
- https://web.archive.org/web/20080506052945/http://www.frankhopkins.com/mustangsB.html
Colaboração: Luciano Ferreira Rodrigues Filho
Cavaleiro e Pesquisador | Haras Dom Herculano
Crédito da foto de chamada: Divulgação/Molisevirtuale