Além de ter conquistado inúmeros títulos, o laçador também é muito conhecido por compartilhar seus conhecimentos
Fotos Arquivo Pessoal
O laço entrou na vida de Nilton Albuquerque de Barros Braga há 44 anos, por conta da utilidade do esporte na lida diária da fazenda. Ele considera que todas suas vitórias já conquistadas marcantes, desde as mais glamorosas aos bolões de esquina.
O esporte, para Nilton sempre foi sinônimo de dedicação e determinação. Ele sempre foi um profissional com mente aberta para aprender. A projeção profissional no cenário nacional foi após o primeiro título, conquistado no Rodeio de Barretos em 1989, quando ele era completo.
De acordo com o SEQM (Sistema de Esportes ABQM), Nilton já participou de mais de 120 provas pela associação e soma 238,5 pontos no Registro de Mérito (RMT). O atleta esteve inúmeras vezes no lugar mais alto do pódio.
Em uma de suas vitórias mais recentes, Nilton se consagrou campeão do Laço Individual Técnico – Aberta Junior, Aberta Junior Castrado e Aberta Castrado durante o Congresso Brasileiro da ABQM 2018. Ele também já venceu a Copa dos Campeões ABQM em 2009, Aberta Sênior ABQM e AQHA em 2004, entre outras.
Nilton é também extremamente generoso e compartilha seus conhecimentos do laço com diversos outros competidores, sempre buscou o fomento do esporte, já fez parte da ANLI, antiga ANLB.
Promoveu intercâmbio entre vários laçadores com os maiores nomes do Laço Individual Mundial, em 2012 quando trouxe ao Brasil: Stran Smith, Tuff Cooper e Clif Cooper. E foi nesse encontro que os americanos conheceram Marcos Alan Costa, que no outro ano embarcou rumo a sua jornada na terra do tio San, se tornando um ícone para nós brasileiros e mundialmente no Laço Individual.
“Apenas apresentei Marcos Alan para eles, assim como fiz com outros em tantas outras ocasiões. A diferença é que ele abraçou essa oportunidade com muita humildade e grande categoria e se tornou esse grande atleta no mundo do laço”, disse Nilton. Stran Smith, Clif e Tuff Cooper na época que vieram ao Brasil, em entrevista disseram que Nilton Braga era o pai brasileiro deles e que aprendiam muito com ele.
Apesar de raramente laçar, ele acompanha de perto a modalidade e afirma que o Laço Individual no Brasil ‘está engatinhando’. E explica: “Falta uma organização mais dinâmica que atenda as dificuldades dos competidores em geral”.
ABQM. Foto: Miguel Oliveira
Na sua jornada no esporte, ele diz: “Agradeço à Deus por me dar saúde para poder continuar fazendo o que mais gosto na vida”. Nilton tem muitos admiradores, jovens profissionais que não esquecem a mão amiga estendida por ele e os ensinamentos no meio.
“Quando criança, aos cinco ou seis anos, eu laçava cavalete montado no braço do sofá da sala e eu falava que era o Nilton Braga com o Scot NB. Até que por intermédio dos meus pais o conheci em um curso que ele dava na cidade, em São João da Boa Vista/SP. Sabe aquela sensação de frio na barriga, de nervoso, de vergonha. Foi isso que senti, pois era o meu ídolo”, falou emocionado Marco Aurélio Pereira Filho (Lelo), profissional de Laço Individual.
Dali para frente, ele conta, virou um convívio frequente. “Uma amizade, e muitas dicas e horas de treino juntos. Tenho um orgulho enorme em ser um ‘pupilo’ dele, como ele mesmo fala para todos. Com certeza o maior profissional que o Laço Individual já teve. Sempre foi uma pessoa além da sua época, com seus métodos, com sua visão, com sua perfeição. Posso dizer que meu maior ídolo no Laço Individual é até hoje meu conselheiro, meu tutor e principalmente meu amigo”.
Outro profissional e campeão que tem Nilton como exemplo, é Fabinho Pereira. “Nilton é um grande campeão. Eu nem competia, mas o via ganhar várias vezes. Ele é exemplo para nossa geração de profissionais. Com quase 50 anos de idade, ele vem ganhando e isso na modalidade Laço de Bezerro é raro. Como pessoa, sou suspeito em falar, pois somos amigos. Ele sempre me ajuda com técnicas de treinamentos de cavalos, é uma pessoa do bem e extremamente honesto”, declarou laçador.
Entre os amigos da velha guarda do Laço, Nilton Braga também é admirado com carinho. “O Nilton é um grande profissional, sempre foi um exemplo e muito competente no Laço Individual. É um espelho para todos os competidores, pois sempre foi muito dedicado ao esporte. A vida toda corremos juntos”, expôs Beto Bobeda.
Entre as épocas de altas e baixas do Laço Individual, sempre estiveram lá, os dois, juntos. “Teve época de baixa em que ficaram cerca de cinco competidores e nós ficamos no Brasil correndo e nunca abandonamos essa modalidade. O Nilton já me ajudou bastante, é muito parceiro, por várias vezes levou cavalos dele para eu competir nas provas. Sempre fomos companheiros. Acho que todos profissionais do esporte deveriam se espelhar nele, pois para mim, ele é um dos maiores profissionais do Brasil, até hoje. Ele também é meio polêmico, mas sempre do lado positivo”.
Por Verônica Formigoni e Juliana Antonangelo
