Ranch Sorting

Alex Saleta conta sua história no cavalo

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Nascido na capital, Alex Saleta pegou gosto por cavalos com seu avô, na década de 60

Foto: Arquivo Pessoal

Aquele cowboy que largou tudo em São Paulo, cidade que nasceu e trabalhava em uma empresa do governo do Estado de São Paulo na área de rodovias, e mudou-se para o interior de São Paulo, Araraquara, onde mora hoje com a esposa Cristina. Pai de duas filhas e avô de duas netas, Alex Saleta, 60 anos, vive hoje o sonho de muitos: respira cavalos 24h por dia. Mesmo atuando como consultor empresarial, ele mesmo treina seus animais de competição, cuida de tudo por lá. Quando não está no rancho, ele está em provas de Ranch Sorting, a modalidade que escolheu.

Ele começou no Team Penning, mas também praticou Três Tambores, Apartação, Working Penning, até que conheceu o Ranch Sorting e ajudou a trazer a modalidade para o Brasil. Da primeira prova, que foi uma demonstração em um dos eventos oficiais pela ABQM, para hoje, com campeonatos bem organizados, a vinda da RSNC (associação americana), ele é um dos nomes que pensamos quando falamos de Ranch Sorting.

Conheça abaixo um pouco mais de sua história!

 

Portal Cavalus: Como foi seu primeiro contato com cavalos?

Alex Saleta: Foi aos cinco anos de idade.

 

PC: Alguma história bacana desse começo?

AS: Meu avô me ensinou, quando eu tinha cinco anos, a fazer cabresto e pegar os cavalos em pastos, que eram utilizados durante a semana em carroças para a venda de verduras, sardinha leite, entre outros. Na Penha, bairro de São Paulo, zona leste, antigamente, na década de 60, tinha muita carroça no comercio de leite, verduras, peixes e tudo mais, e eram utilizados os cavalos. Até no pátio da Prefeitura, eu e alguns amigos, íamos pegar os burros de carroção de lixo para andar. Não via a hora de montar. Ou quando meus pais nos levavam a alguma cidade do interior e lá de alguma forma havia cavalos para montar.

 

PC: Quando começou a competir?

AS: Comecei a competir na década de 90, no Team Peninng, logo no início da modalidade no Brasil, introduzida pelo Bile e Lincon.

 

PC: Como se desenrolou a sua carreira como competidor desde então?

AL: A partir das competições, o interesse foi ficando maior e sempre com a mentalidade de competidor, pois lutei e luto por todos. Sabendo das dificuldades atuais que vivenciamos e dos direitos de competir com igualdade a todos, indiscriminadamente.  Então, participei das modalidades Três Tambores, Apartação, Working Penning (que ajudei a trazer para o Brasil, em 2005) e Ranch Sorting (que também colocamos no Brasil, em 2008). O Ranch Sorting é uma modalidade que me encanta muito, pois agrega muito valor na família, permitindo desde o rebento até aos avós participarem. Disseminou em todo o Brasil.

 

PC: Você, mesmo sendo proprietário e não treinador é quem treina seus animais. Como percebeu que levava jeito?

AS: Felizmente eu tive a oportunidade de conviver com um dos maiores treinadores e adestradores de cavalos, que é o Jayme Rodrigues. Me permiti errar muito na época e aprender a forma correta de manter um animal em condições de prova, ou seja, flexionado e condicionado fisicamente. E o tempo e os cavalos me ensinaram a cada dia, pois são indivíduos e devemos respeitar sempre este quesito. Por isso nunca tive de fato um treinador em casa e sim companheiros na lida diária nas questões de manutenção geral.

 

PC: Você exerce outras atividades dentro do cavalo?

AS: Sim, além de competir, tenho uma empresa de eventos, a RSNC BRAZIL, desde 2014, uma representante da RSNC americana – Ranch Sorting National Championships, a maior empresa mundial em Ranch Sorting, com aproximadamente 26 mil sócios nos Estados Unidos. Estamos implantando este sistema no Brasil. Sempre teremos dificuldades com problemas culturais e de entendimento do modelo, mas já estamos atualmente em um crescente bastante acentuado. Neste novo ano hípico, estamos crescendo em torno 70% em relação ao ciclo passado em número de eventos com nosso modelo. Nossa expectativa é maior ainda, já que levamos todos os anos competidores a participarem das finais mundiais da RSNC nos Estados Unidos. Proporcionaremos neste ano hípico vigente, a três competidores, participarem gratuitamente com passagem, hospedagem e inscrições na grande final em Junho de 2018.

 

PC: Cavalo que mais te marcou?

AS: De alguma forma, todos os animais me proporcionaram um prazer muito grande em competições. Seria injusto da minha parte eleger aquele que seria o melhor. O que me dá prazer é sempre retornar para casa com os animais em ordem, e se por acaso algum não foi bem, o culpado nós sempre sabemos quem foi em função de tudo, eu, é lógico. Nunca culpo esse ou aquele motivo para não assumir o que houve de errado e sim procuro melhorar sempre, pois sempre analiso a minha participação de forma geral, inclusive revendo filmagens que minha esposa registra.

 

PC: Melhor prova da vida?

AS: Da mesma forma, toda prova tem o seu ponto positivo e negativo. Mas me orgulho muito das minhas participações, independente de ganhar ou não, pois a cada evento é um aprendizado a ser catalogado e utilizado como referência.

 

PC: Principais títulos:

AS: Graças a Deus, possuo todos os títulos que a ABQM promove, Congresso, Nacional, Copa dos Campeões e o Potro do Futuro. Fui o primeiro a ganhar Aberta e Amador num mesmo evento. Em outras associações e até mesmo na RSNC, também da mesma forma, vários títulos em categorias Aberta, Amador e Máster. Esta última, pela minha idade, vai ser a mais utilizada (rsrs).

 

PC: Porque Ranch Sorting?

AS: Encanta-me porque é uma modalidade que comparo ao futebol. No Ranch Sorting é futebol de salão, não se tem tempo para respirar e além de você e seu cavalo estarem bem preparados, devem estar alinhados com o parceiro, principalmente respeitando-o pela sua condição de participação. Esta adrenalina aliada à técnica do cavalo em estar preparado e a velocidade é muito empolgante. E o mais interessante é de que todo o público sempre está apoiando, principalmente por se ter uma visão panorâmica muito boa de tudo que acontece em uma passada.

 

PC: Qual título que ainda não tem e deseja conquistar

AS: Ainda trarei ao Brasil um título dos Estados Unidos.

 

PC: Tem como explicar essa paixão por cavalos?

AS: É inexplicável a relação com os cavalos. Ela se resume a paixão pura e simples! Poderia dar mil motivos, mas me sinto muito bem com eles, principalmente montando, onde a dores somem, todas as preocupações desaparecem nestes momentos únicos.

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